02 - VAMOS PARA O BARCO?

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Pai e mãe,

Lá estava eu, na frente do Jonas e Hélder. Eu havia feito um grande amigo deles de palhaço, mas será que eles aceitariam que eu trabalhasse com o George? Meu Deus. Queria enterrar minha cara no chão. Que vergonha!

***

O silêncio tomou conta do estúdio de George

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O silêncio tomou conta do estúdio de George. Acho que consegui até ouvir uma das modelos vomitando. Jonas não estava com cara de muitos amigos, e Hélder, se sentou de uma maneira dramática no pequeno sofá que havia no local.

O relógio começou a ganhar espaço na sala, tic, tac, tic, tac. Que merda, Yuri, fala alguma coisa. Graças a Deus, que Jonas decidiu dar o primeiro passo.

— E como está pequeno urso, superou todo o drama do último semestre? — perguntou Jonas se aproximando e me abraçando.

— Tentando sobreviver. Como qualquer outro jovem. — falei, ainda na defensiva.

— Desculpa pela brincadeira sem graça, mas sabe que sou uma bicha dramática. — Hélder admitiu, tentando levantar da poltrona, mas ficando preso e recebendo nossa ajuda para sair.

— Essa gay, sempre me dando trabalho. — brincou Jonas, arrumando a túnica de Hélder.

— George, uma das modelos, vomitou no camarim. — avisou Melissa, a secretária de George.

— Já estou indo. — disse George virando para nós e apontando o dedo. — Comportem-se. — saindo para verificar a situação do camarim.

Como duas senhoras fuxiqueiras, o Hélder e Jonas, ouviram o meu desabafo sobre a situação com o Diogo. Eles me deram vários conselhos, mas, afirmaram que não tomariam partido nesta história.

— Ainda acho errado o que você fez com o Diogo, ele te amava mesmo, mas eu entendo por um lado. — garantiu Jonas pegando no meu ombro e apertando. — Eu também fiz isso. Só que no meu caso, eu estava quase casado e troquei minha noiva pelo George.

— Nem me lembre. O Jonas de hétero era a treva! — exclamou Hélder fazendo uma careta engraçada. — Yuri, a viada era noiva quando conheceu o George. Abalou a sociedade manauara. Super close errado.

— Posso contar, vovó? — perguntou Jonas, de forma irônica e deixando Hélder puto da vida.

— Vovó é meu cool. — respondeu Hélder, andando de um lado para o outro.

— Eu quase subi ao altar com uma moça da minha igreja. Ia acabar com duas vidas, a minha e a dela. Graças a Deus, ou seja lá quem, eu conheci o George e o mundo gay se abriu para mim. — contou Jonas me deixando mais tranquilo.

— Entendi, então você não me odeia? — juntei coragem e perguntei para eles.

— Te odiar? Quem sou eu para julgar. Não se preocupe, Yuri. Ah, e eu quero conhecer o tal de Zedu. — afirmou Jonas me abraçando e tirando um peso enorme dos meus ombros.

— Um passarinho azul, me disse que ele é gato. Gato demais. — Hélder mostrou a página de uma rede social do Zedu me deixando envergonhado.

Ufa. Ainda bem que deu tudo certo. Os meninos não estavam me odiando. Os dias passaram e consegui aprender bastante sobre fotografia no estúdio do George. Na sexta-feira, ele até deixou que eu comandasse uma sessão, nada muito grande, porém, fiquei animado. Nunca cogitei viver de fotografia, mas a experiência que adquiri com o George mudou alguma coisa.

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