12 - O SEGREDO DE RAMONA

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Pai e Mãe,

Vamos lá. Mais uma semana se passou. O Zedu continua quieto, eu não falo nada, porque reagi muito pior que ele, quando perdi vocês. Espero que o seu Ulisses esteja com vocês.

***

O sol invadiu meu quarto, não queria abrir os olhos, mas o despertador ficou me lembrando da obrigação de levantar

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O sol invadiu meu quarto, não queria abrir os olhos, mas o despertador ficou me lembrando da obrigação de levantar. Sentei na cama, ainda sonolento e espreguicei. A minha tia entrou no quarto para me apressar. Sim, a titia acordou antes de mim.

Ok. Eu não tenho culpa de estar com preguiça. A preocupação com o Zedu me tirava o sono. Depois de um banho, uma bela xícara de café e três pães de queijo, desci para encontrar meus amigos na parada de ônibus.

— Gente, adivinha quem vai viajar? — perguntou Ramona, toda serelepe.

— Você. — nós respondemos juntos.

— Não. Meu pai. Achei que a gente poderia, sei lá, fazer uma festinha do pijama. — ela sugeriu.

— Eu topo, não aguento mais o Leonardo em casa. Aquele garoto é uó. — revelou Luciana, ostentando um óculos escuros estilosos.

— O que acha? — questionei para o Zedu, afinal, ele não estava no clima para celebrações.

— Por mim tudo bem. Só quero relaxar. — Zedu concordou dando com os ombros.

Sim. Zedu queria seguir. Como eu expliquei para ele, a dor passaria, mas continuaria ali. Na escola, a gente se preparava para a feira de Ciências. No fundo, eu estava animado, pois, pela primeira vez, trabalharia com o Zedu. Decidimos fazer uma análise sobre a qualidade da água de Manaus.

Parece algo difícil, né? Só que é simples. Eu já havia feito algo parecido no Rio de Janeiro. Por outro lado, os meus amigos ainda não faziam ideia de qual tema escolheriam. O professor de Ciências entrou na sala de aula e começou a confirmar as duplas para a Feira de Ciências.

— Quero todos os projetos prontos em três semanas. A Feira de Ciências valerá 40% da nota de vocês para o semestre. — explicou o professor pegando a lista com as duplas e percebendo que Lucas não estava com ninguém. — Lucas Cordeiro? Você precisa de uma equipe.

— Eu posso fazer sozinho.

— Impossível. Quero você em um grupo. — exigiu o professor. — Vou até a coordenação imprimir os documentos para aqueles que vão fazer visita técnica. — andando até Lucas. — Por favor, ache alguma equipe. — olhando para a turma. — Não quero bagunça. Volto daqui a pouco.

Silêncio mortal. Ninguém queria ajudar o Lucas. Todo mundo encontrou uma desculpa para não incluí-lo. Olhei para o Zedu, que deu com os ombros. Caramba. Eu já fui excluído e sei como é ruim.

— Amor...

— Você que sabe, bebê. — sussurrou Zedu, que brincava com uma caneta.

Amor de Peso 2Onde histórias criam vida. Descubra agora