Capítulo 6

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Letícia

Merda, merda, merda! Ele estava vendo estrelas do jeito errado. Ao invés de prazer, estava se contorcendo de dor.

— Desculpa! — Fiquei em pé depressa enquanto Isaac se dobrava, deitando-se com as mãos protegendo o parque de diversões.

Diante do seu gemido de dor, perguntei-me se no contrato havia uma cláusula de cancelamento ou multa caso eu quebrasse o seu instrumento tirador de virgindade? Olhei ao meu redor em busca de algo que pudesse ajudar e encontrei um mini frigobar. Com sorte, achei uma forma de gelo, só faltava um pano. Não tinha nenhum, droga! Tirei a minha blusa, já que vestia um top preto por baixo, e fiz uma compressa para as suas partes íntimas.

Quando me virei, Isaac já estava sentado, mas com a cabeça jogada para trás e o braço por cima do rosto. Coitado! Os homens sempre reclamavam de chute no saco, que era uma dor insuportável. Me aproximei com cuidado, na intenção de colocar a compressa gelada em sua virilha, mas a trouxa que eu fiz com a blusa não estava firme e derrubei alguns cubos no chão.

Pisei no gelo, que deixou o piso liso de porcelanato escorregadio. Estava com o braço estendido, que bateu direto em sua virilha, enquanto a minha testa foi de encontro ao seu joelho. Deus do céu! Ele pulou de susto em meio a um gemido. Tampei o meu olho, com a dor ricocheteando em meu crânio.

— Ai! — ambos reclamaram em uníssono.

Tentei piscar, mas não consegui e inclinei a cabeça para frente. Apesar de estar com as pálpebras cerradas, luzes brilhantes tilintaram na minha visão. Ele segurou meu rosto para analisar o estrago.

— Sabe que se me matar, não terá dinheiro algum e ainda vai presa, né?

Isaac tirou um dos cubos de gelo espalhados em sua virilha e o pressionou contra o meu olho, segurei a compressa. Ao que parecia, aquilo seria o mais perto que eu chegaria de seu pênis naquele dia.

— Vou ficar com um roxo no olho. — Toquei o local. — Seu joelho é tão duro quanto a cabeça, caramba!

E a única parte que deveria estar dura, tinha levado uma joelhada minha...

Abri o olho direito e só então notei que me encontrava agachada entre as suas pernas. Nossos olhares se trancaram. Ou melhor, o meu olho e ambos os dele. Lambi os lábios, uma de suas mãos ainda estava em minha bochecha e ele acariciou a pele antes de me segurar pelo ombro e fazer com que eu me sentasse ao seu lado.

— Você se machucou?

Ao invés de se chatear, ele ficou preocupado.

— Estou bem... — Era uma meia verdade.

— O que foi isso?

Pigarreei, focando em reencontrar a Lety, que devia estar olhando para minha cara e se mijando de rir. Eu fui tão bem por cerca de dez minutos! Isaac coçou a barba e suspirou antes de voltar a atenção para mim, seus olhos se arregalaram ao notar a quantidade de pele à mostra em minha barriga. Eu gostaria de ter uma explicação para os últimos instantes, entretanto, não tinha.

— Você estava em sofrimento, eu ajudei. — Dei de ombros.

— Ficando seminua, se acidentando, batendo em mim de novo e molhando as nossas roupas? — questionou com uma sobrancelha levantada. — Você parece um elefante em uma loja de cristais. — Tirou a mão que eu estava protegendo o olho e fez uma careta. — Como alguém tão pequena consegue fazer um estrago desse?

Hum... a calça dele não estava muito ruim, exceto pela mancha úmida que pareceria suspeita a qualquer um que não soubesse o contexto. A minha blusa, por outro lado, era um caso perdido. Ele bufou e decidiu se colocar em movimento para abrir a geladeira, derrubando mais cubos no chão. Isaac andou mancando e, mesmo assim, era mais coordenado do que eu.

(AMOSTRA) O professor CEO e a virgem que quer se venderOnde histórias criam vida. Descubra agora