Letícia
— Senhorita Letícia, poderia me acompanhar? — Isaac solicitou assim que a aula chegou ao fim.
Oh, claro! Vou onde você quiser, meu querido! Sou toda sua, me chama de Eva, que eu te imagino como um Gideon Cross. Bom, ao menos nos primeiros livros, antes de cansar da série de Sylvia Day.
Os alunos do fundão estavam distraídos, conversando entre si, enquanto alguns mais estudiosos ainda copiavam a matéria do quadro. Ninguém percebeu que eu me atrapalhei com as canetas e derrubei uma no colo. Não era à toa que quando criança ganhei o apelido de "mãos de alface" durante a educação física.
Parecia que eu tinha dois pés esquerdos! Bom, duas mãos esquerdas também.
— Tchau, tia! — Renato acenou quando passei por ele.
Claro que isso gerou um coro de "tchau, tia!" e mais risadas. Ele só revirou os olhos, balançando a cabeça para os lados e Beatriz mandou um beijinho no ar. Não tinha muito contato com ela, mas parecia uma ótima garota. Os alunos da fileira que eu ocupava se afastaram para o lado oposto, dando-me passagem livre ou talvez só estivessem debochando. Um moleque até protegeu a cabeça com a palma da mão. Mesmo assim, saí com toda a dignidade que eu possuía.
O que não era muito.
Isaac me esperou na porta e mandou os garotos se comportarem antes que o próximo professor chegasse. Caminhamos em silêncio, comigo ao seu lado e eu supus que nos dirigíamos para a sala dos professores. Conhecia aquela escola bem, tendo estudado ali por quase uma década. No entanto, ao final do corredor ele dobrou à direita ao invés da esquerda e subiu um lance de escadas. Aquela era a área proibida aos alunos, o setor administrativo.
— Causou uma boa impressão na turma.
Sua voz ecoou no corredor vazio e bem iluminado. Havia cerca de dez portas fechadas sem identificação e eu não fazia ideia do que acontecia por trás delas.
— Se por boa impressão, quer dizer que virei piada... — retruquei.
Fora isso, fui quase um adereço, não fiz nada além de observar. Isaac tirou uma chave do bolso e destrancou a última das portas. Ele estava casual, com jeans escuro e uma camisa de botão cinza. De terno ou não, era muita beleza junta.
— Consegue entrar sem tropeçar?
Mordi a réplica mal humorada e a vontade de agir como criança, estirando a língua ou batendo o pé.
— Espero que você não seja o exemplo da política anti-bullying da escola. — Cruzei os braços, tentando ser durona. — A minha falta de coordenação não deveria ser ridicularizada.
Ele levantou os braços para o alto, como os bandidos faziam nos filmes sempre que a polícia chegava.
— Me desculpe, não quis ofender. — Pelo ar de deboche no canto de sua boca, quis sim. — Maitê costumava reclamar que você era atrapalhada, achei que fosse implicância dela.
Ótimo... que maravilha ter a confirmação de que minha meia-irmã falava de mim pelas costas.
— Achei que ela dissesse que eu só atrapalhava.
O meu comentário era retórico e não esperava que fosse atendido. No entanto, Isaac retrucou:
— Isso também.
O dia que tinha começado a ficar bom, azedou. Passei por ele sem dizer outra palavra e seu perfume alcançou o meu nariz. Notei antes, claro, mas sentir de perto assim me lembrou que eu tinha objetivos a cumprir. Poderíamos fazer ali, naquele momento, se quiséssemos. Ele era gostoso e solteiro, eu não estava comprometida com ninguém, nada impedia que a gente transasse. Além do mais, apostei que Maitê ficaria revoltada.
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(AMOSTRA) O professor CEO e a virgem que quer se vender
ChickLitLIVRO PUBLICADO NA AMAZON, AQUI É APENAS A AMOSTRA! Isaac Sobral é um homem de privilégios. Milionário, lindo e inteligente, fazia o que mais gostava: ser professor de literatura. Quando ele se vê obrigado a assumir o cargo de CEO nos negócios da fa...