Capítulo 1

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Dez anos depois

Isaac

A música tocava alto na boate do Mundo — um clube secreto que se localizava em um prédio com um tipo diferente de entretenimento adulto em cada andar — e eu estava observando o ambiente com a mesma dedicação de um predador em busca de sua próxima presa, alguém com quem eu pudesse me divertir naquela noite. Desde que me separei anos atrás, fiquei preso a relacionamentos rasos com pouco ou nenhum compromisso. O romance em minha vida se restringia ao que eu lecionava nas aulas de literatura.

E nem isso eu conseguia fazer como antes! Ultimamente, o que mais ministrava eram reuniões de negócios. Assumir a posição de CEO estava minando meu bom humor.

— Oi, lindo! — Valentina, Vanessa, Vitória (ou qualquer coisa com V que fosse o nome dela) se acomodou ao meu lado e seus dedos fizeram uma trilha pelo meio da minha camisa, indo em direção ao sul. — Não parei de pensar em você desde a nossa foda da semana passada. Você explodiu os meus nervos, sabia?

Pela quantidade de gemidos e de vezes em que o nome de Deus foi chamado em vão, não explodi os nervos dela, e sim, suas chances de ir para o céu. Eu a levei para um dos últimos andares, uma vez que o seu Passe era simples e não lhe permitia conhecer todas as práticas sexuais que o Mundo tinha oferecer sem que fosse convidada por um sócio como eu.

— Veio em busca de mais? — Percorri o dedo pelo vale entre os seus seios, exposto pelo decote profundo no vestido vermelho.

Como uma gatinha manhosa, sua cabeça se moveu para cima e para baixo. Ela se aninhou na curvatura do meu pescoço para lamber a região abaixo da minha orelha e a mordiscou. Era sexy e gostoso, mas nada que me fizesse largar o conhaque e levá-la para cima imediatamente.

— Sim... — murmurou. — Da outra vez não tive coragem de aceitar o ménage, agora eu quero. Não parei de pensar como teria sido mais divertido se fosse você e aquele seu amigo de olho puxado.

Isso podia tornar as coisas mais interessantes, eu e Leo nunca tivemos problemas em dividir uma mulher, ou mais de uma, na verdade. A gente gostava de testar a resiliência delas, ver até onde iriam.

— Sendo assim, devo convidá-lo para nossa festa particular? — Agarrei seus cabelos e a puxei para um beijo intenso. Sem resistência alguma, seus lábios se entreabriram, ela gemeu contra a minha boca e eu apertei o seu seio por cima da blusa, sentindo o mamilo inchado. Estávamos na boate, em local público, mas ali ninguém se importava com isso. A garota acariciou o meu pau, fazendo-o ficar mais duro apesar de ter ficado apenas por cima da calça que eu vestia. — Tem certeza que aguenta nós dois na sala de BDSM pesado?

Era o local onde eu a tinha levado semana passada, achei que fugiria, mas a garota aguentou e ainda veio pedir por mais. Valéria mordeu o lábio inferior, um pouco incerta.

— Acho que sim.

Pousei a mão em sua coxa e a apertei:

— Preciso que tenha certeza.

Ela titubeou, atrapalhando-se com as palavras, e quando eu estava prestes a sugerir uma opção mais suave, uma garota de cabelos encaracolados veio correndo em nossa direção.

— Rebeca, a Giovana passou mal! — disse com urgência. — Vamos levá-la para a enfermaria.

Rebeca! Esse era o nome dela, por que achei que começava com V?

— Ah, vá! Que bosta! — resmungou. Ah, foi por isso! Não sabia de onde vinha essa gíria, mas na hora do sexo, ela ficava gritando: "vá, vá, vá, vá" e intercalava com "Deus, vá". Foi quase broxante, eu me senti sendo exorcizado em alguns momentos. — Não saia daí, lindo. — Deu uma última esfregada no meu pau, como se estivesse se despedindo mais dele do que de mim. — Volto mais tarde.

(AMOSTRA) O professor CEO e a virgem que quer se venderOnde histórias criam vida. Descubra agora