Capítulo 9: Quarto 4: Um inferno na Terra

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Ele ainda parecia se divertir com isso mas quando olhava em seus olhos via que o meu outro eu estava sofrendo. Larguei a faca no chão e imediatamente o seu sorriso alegre desapareceu dando lugar a um mais triste.

Me recostei novamente na árvore sem tirar os olhos do número em sua pele, se eu quisesse realmente sair dali então teria que matá-lo. Olhei ao redor procurando algum outro meio de saída enquanto ainda era observado. O garoto pegou a faca do chão a colocando em minhas mãos mais uma vez, olhei para ele, curioso sobre o que ele faria.

O sol já queimava no seu pico mais alto, muito exausto e com muita cede ainda permanecia alerta e novamente joguei o pequeno objeto no chão. Se sair daqui significasse matar alguém mesmo que seja meu clone então não irei sair, irei buscar outra forma de ajudar o Naruto.

Ele se abaixou para pegá-la e quando voltou a me olhar estava sorrindo, mas não como antes, seu sorriso transmitia paz e uma felicidade verdadeira. Uma nuvem cinza se formou ao redor de si e o que antes era uma criança se revelou agora um adolescente mais ou menos da minha idade.

Não esbocei reação alguma perante a sua mudança tão repentina. Seus cabelos médios agora eram mais longos e da cor do sangue, seus olhos eram diferentes dos da maioria um era preto e o outro totalmente lilás. Sua beleza era imensa mas não chegava aos pés de Naruto.

Ele se aproximou de mim como se feliz por reencontrar algum amigo de infância.

- você conseguiu - sua voz era suave assim como seus movimentos - abriu mais uma porta, se tivesse me matado sua alma ficaria presa aqui comigo para todo o sempre - ele se sentou ao meu lado e ambos olhamos as nuvens do céu - meu nome é Nagato e você desistiu de tentar me matar só para sair daqui -

- isso não é verdade - voltou-se para mim, curioso - só não te matei porque a pessoa que mais me ama me odiaria pela eternidade e eu suporto tudo, menos isso - ele assentiu levemente com a cabeça como se entendesse o que eu estava dizendo - o que vai acontecer agora? - perguntei sem desviar os olhos do céu.

- é simples, você está livre - mal pude acreditar no que ele estava dizendo, será que era mesmo verdade? Ou outro jogo sujo? - tudo que você precisa fazer agora é continuar seguindo a luz do sol e da lua e assim vai encontrar a saída - apontou em direção ao sol que se punha.

- por que? - perguntei mais para mim mesmo - por que isso tudo está acontecendo? - não sabia se ele responderia ou não, não custava tentar.

- você quer saber do por que esse lugar existe e também por que estamos aqui? - assenti com a cabeça - eu posso lhe ajudar com isso, posso te revelar tudo mas você terá que fazer uma coisa por mim - olhei mais atentamente seu rosto e ele não parecia estar brincando - assim que você sair prometa para mim que vai destruir esse lugar, se essa casa deixar de existir todas as nossas almas serão libertadas - era só queimar aquele maldito lugar? Prometi que cumpriria sua promessa - nesse caso, continuando, isso foi há muito tempo. Há exatamente 700 anos atrás, o mundo era diferente do que conhecemos hoje em dia, haviam tantas guerras que é impossível de contar e como a tecnologia não era tão avançada naquela época as pessoas se enfrentavam com espadas, lanças, machados e outros tipos de armas. Dentre os milhares de soldados haviam aquele conhecidos como bruxos, eles usavam magia negra contra os exércitos inimigos - minha mente vagava tentando criar uma imagem para cada palavra que ele me contava - o exército irlandês, como era conhecido, ficou famoso por ser composto apenas de bruxos de magia negra, e de onde vinha essa magia? - perguntou como se eu soubesse responder.

- dos demônios? - era óbvio, não era? Aliás, as pessoas fazem pactos com o diabo a milhares de anos.

- você está certo, pactos com demônios era a maneira mais rápida de se obter poder, mas só havia um demônio capaz de tal acordo, seu nome era Calista, mais conhecida como "o demônio do sem fim" tudo o que ela fazia nunca acabava e isso incluía todos os seus pactos. Após anos e anos de guerra o exército irlandês começou a sofrer muito por escassez de comida e água e uma após a outra as pessoas começaram a morrer. Então para evitar que o reino deixasse de existir o rei ordenou ao seu bruxo mais poderoso que fizesse um contrato com Calista para que ela derrotasse todos os seus inimigos e ajudasse o seu povo - retirei outra maçã do bolso devorando-a logo em seguida - e assim foi feito, como o pacto dizia ela derrotou todos os exércitos e salvou os cidadãos da miséria. Porém, o rei não sabia que isso traria o fim para o seu povo -

- deixa eu adivinhar - o interrompi - os outros reinos que foram atacados descobriram que foi o rei da Irlanda que causou tudo isso e se juntaram para acabar com ele? - como outra maçã, pegaria mais depois se tiver tempo.

- Estou impressionado, seu raciocínio é rápido. Mas respondendo a sua pergunta, sim eles se uniram em um só exército para conseguirem se vingar. Os bruxos de todos os reinos que agora batalhavam juntos procuravam uma forma de deter Calista já que ela ainda protegia a cidade. Como forma de dete-la eles a aprisionaram em uma casa que era cercada por magia branca, a maior fraqueza de um demônio. Desde então ela vem vivendo aqui, se alimentado de almas como as nossas -

- então você é mais uma das suas vítimas? -

- sim - o tom em sua voz ficou triste de repente - todos os que estão aqui são suas vítimas, todos exceto você que ainda está vivo - ele se levantou e seguiu e em direção a lua que já pontava ao horizonte - se quiser mesmo sair daqui é melhor chegar ao fim desse inferno o quanto antes, já perdemos tempo demais conversando -

O segui pelos caminhos da flores, a noite estava clara o suficiente para que eu pudesse enxergar já que, aparentemente, ele podia ver no escuro. Caminhamos por um longo tempo até chegarmos na beira de um lago. A paisagem ali podia ser tão linda quando os campos de flores iluminados pela lua:

 A paisagem ali podia ser tão linda quando os campos de flores iluminados pela lua:

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Suas águas refletiam tudo acima do lago e ao seu redor também. Ao longe uma montanha coberta por neve podia ser vista. Nagato parou a minha frente analisando a água como se procurasse por algo.

- ali - apontou para o fundo - se você quiser sair terá que chegar ao fundo do lago - não sabia se podia confiar nele, porém o tinha seguido até ali, não tinha? Eu não poderia voltar agora.

Sem pensar muito pulei naquelas águas profundas que chegavam a congelar até os ossos. Imediatamente o líquido começou a encher meus pulmões, não conseguia nadar de volta a superfície e tudo o que vinha a minha mente era Naruto e o sonho que havia tido antes.

Meu corpo começou a ficar dormente e não conseguia mais mexer meus braços e pernas. Será que a saída daquilo tudo era morrer? Se era isso então por que passei por todo esse inferno? Era assim que as coisas acabariam para mim? Não, eu não podia desistir tão fácil, mas como eu conseguiria escapar se estava me afogando? Será que Nagato havia me enganado? Haviam mais perguntas do que respostas.

Enquanto meu corpo afundava cada vez mais olhei para cima e vi Nagato me olhando sem nenhuma expressão no rosto, ele se virou de costas e andou até sair da minha visão. Então era isso? Eu finalmente morreria ali, pelo menos era o que eu esperava. Eu já estava no fundo do poço.

Tão de repente quanto a água que invadia cada canto do meu corpo minha mente foi preenchida por uma doce voz que eu reconheci imediatamente.

" - aguente, você está quase lá - sua voz parecia tão real que era como se não fosse minha própria imaginação - olhe para cima Sasuke - "

Com um último esforço ergui a minha cabeça e não pude acreditar no que meus olhos conseguiam ver. Naruto mais uma vez vinha ao meu resgate.

 Naruto mais uma vez vinha ao meu resgate

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