— Você fala enquanto dorme, fiquei preocupada e tentei te acordar esta manhã, mas não consegui te encostar. Parece que tem uma barreira ao redor de sua cama – contou Emma, enquanto mordia um pedaço de sua maçã.
Era a segunda semana de aula após o feriado prolongado, e por isso o salão estava cheio naquela manhã. Tinham o horário antes da última aula do dia livre, e resolveram tirar esse tempo para fazer um lanche.
Ilka misturou pacientemente uma colher de mel em sua caneca de chá de camomila enquanto ouvia a ruiva ao seu lado falar.
— É porque realmente tem uma barreira ao redor da minha cama. No dia em que conheci Walburga eu lancei alguns feitiços de proteção para que eu pudesse dormir seguramente. Ela me pareceu covarde o suficiente para tentar me atacar durante o sono. – Explicou e experimentou de sua bebida logo em seguida.
— Não tenho dúvidas de que ela tentaria, talvez até já tenha tentado e a gente não saiba – respondeu, rindo. – Enfim, acho melhor irmos, ou vamos acabar nos atrasando para a aula do Slughorn.
Naquele dia tudo parecia conspirar contra Ilka.
Macmillan e Bagshot chegaram na sala praticamente junto ao professor de poções, enquanto todos os outros alunos já estavam sentados. A única mesa sobrando era na lateral direita, no primeiro lugar. As mesas eram ocupadas por dois alunos cada e para a sorte de Ilka logo atrás estavam sentadas Lucretia Black e Druella Rosier, e ao lado esquerdo da mesa estavam Walburga Black e Tom Riddle.
Respirou fundo antes de se acomodar na mesa, com Emma Macmillan de dupla. Tirou de sua bolsa um exemplar do livro A Mulher Sem Varinha, de Constantine Nott e estendeu-o sobre a mesa. Pôs-se a ler o livro e não deu muita importância para o que o professor falava, pois tinha facilidade com a matéria.
Horácio Slughorn era o professor de poções e diretor da casa de Sonserina. Este, era da altura de Ilka, e possuía cabelos cor de palha bastante ralos na cabeça, sendo quase careca, dono de um físico notavelmente arredondado.
Ele organizou seus materiais em sua mesa enquanto aguardava a turma ficar em silêncio. Assim que conseguiu fazer com que a sala se acalmasse, ele apontou a varinha para o quadro negro atrás de si, e ali se tornou legível o assunto do dia.
— Poção da paz – ele leu o quadro. – Alguém pode me explicar o que é?
Tom e Ilka foram os únicos a levantarem as mãos. O professor pareceu animado com isso e os dois se encaram. Tom aparentou estar levemente frustrado por finalmente ter uma competição para as aulas e Ilka percebeu isso, fazendo com que um sorriso aparecesse em sua face.
— Damas primeiro – disse o professor, ansioso para ver a nova aluna interagindo com sua aula.
— A poção da paz serve para cessar a agitação e abaixar a ansiedade de quem a bebe. É uma poção comum e fácil de ser feita, além de bastante útil. Não tem nenhum odor e sua cor é prateada – explicou Ilka.
— Muito bom, senhorita Bagshot. Senhor Riddle, sabe me dizer o que acontece a um bruxo que toma uma quantia excessiva dessa poção?
— A pessoa entra em sono profundo, se a quantidade for realmente alta talvez nem acorde mais – respondeu o garoto.
— Muito bom! Cinco pontos para cada. As instruções dessa poção estão na página 64, quero ver vocês trabalhando agora, lembrando que os melhores da turma sempre têm uma recompensa no final.
A poção era extremamente fácil para Bagshot, que apenas seguiu as instruções e voltou a ler seu livro, dando uma mexida na poção com a varinha de tempos em tempos, enquanto esperava ela ferver. Observava disfarçadamente também a poção de Emma, que estava boa, mas a garota queria adicionar algumas vagens a mais, quando Ilka segurou o pulso dela, impedindo-a.

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I M P E R I U S
RomanceA maldição Imperius é uma das três maldições imperdoáveis do mundo bruxo, ela faz com que a vítima realize qualquer coisa que lhe for ordenada pelo lançador. É uma maldição de manipulação. Ilka e Tom entediam muito bem de manipulação, assim como tam...