Finals

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— Pensei que não falasse mais com o Sprout depois que eu lhe deixei bem claro que não gostava dele – disse Tom, tomando lugar no sofá, ao lado de Ilka.

A semana dos NIEMs havia finalmente chegado, e alguns alunos chegavam ao ponto de terem de ir para a enfermaria com ataques de ansiedade.

— Não minta para si mesmo, Tom. Sabe muito bem que eu não cortei totalmente contato com Leonard só porque era de seu agrado, somente tento não interagir com ele perto de você, pois sei que se incomoda – revelou Ilka, sem se abalar, enquanto passava a página do livro em suas mãos, distraída.

— Peço perdão se fui inocente a ponto de pensar que abriria mão de uma amizade por mim – Riddle pronunciou, com desprezo.

Grindelwald então fechou o seu livro, para dar a devida atenção a seu noivo. Sua expressão estampava o seu claro desgosto com aquela conversa e as exigências de Tom. As provas vinham estressando-a, e Riddle com sua crise de ciúmes em momentos inoportunos somente enchia mais sua cabeça com pensamentos desnecessários.

— Tom, querido, eu não sou sua propriedade. Sou um ser humano e uma bruxa excelente, estou ciente disso, posso muito bem viver sem você e suas exigências. É meu noivo, não me dono, por isso não tem o direito de escolher com quem eu converso ou deixo de conversar, entende? Eu não gosto de muitas coisas que você faz, e deixo isso bem claro, e você vai lá e faz mesmo assim, então por que a recíproca não seria verdadeira? – Ilka retrucou, com um leve sorriso lateral aparecendo em seu rosto.

Há tempos Tom não a via usar aquele sorriso. O mesmo que usava quando a conheceu, que ela colocava como uma máscara quando queria se mostrar certa de algo e superior a alguém.

Aquilo o incomodou de uma maneira inexplicável. Ilka podia usar aquele sorriso quantas vezes quisesse, mas não com ele. Afinal, ninguém era superior a ele, muito menos ela.

— Não fale comigo assim, Ilka. Não sabe com quem está mexendo.

— Eu não sei com quem estou mexendo, Tom? – Perguntou, alterando o seu tom que anteriormente estava calmo, se tornando mais agressiva. Aquele era um dos poucos momentos em que seu sotaque ficava notoriamente mais forte. – Se eu, que sou sua amiga, confidente e noiva, não sei quem é você, então quem sabe?

— Esse não é o momento para discussões – ele repreendeu, com um olhar ameaçador, notando que as pessoas ao seu redor, espalhadas pelo salão comunal de sonserina, começavam a notar a discussão.

— Mais uma vez você prioriza o que os outros pensam, parabéns Riddle, você é um otário – finalizou Ilka, recolhendo seus pertences e saindo rapidamente daquele ambiente, perdida pelos corredores de Hogwarts.

Brigas e desentendimentos voltavam a se tornar comuns em seu relacionamento com Tom. Gostava demais dele para admitir em voz alta, mas Ilka sabia muito bem os seus defeitos. Riddle era egoísta, orgulhoso, possessivo e muitos outros adjetivos não muito legais.

Essa crise de ciúmes não havia sido repentina, Grindelwald sabia muito bem que corriam boatos pela escola. Histórias maldosas, que diziam que ela estava se envolvendo amorosamente com Sprout pelas costas de Riddle, e como o moreno já não era o maior fã do lufano, provavelmente os boatos o irritavam ainda mais.

Talvez não tivesse confrontado diretamente Ilka usando essas fofocas como argumento pois ainda se forçava a acreditar nela, afinal, essa não era a base de um relacionamento? A confiança?

Mas ainda assim tentou tirar algo dela, tentando fazê-la admitir que havia algo. E isso a ofendeu de inúmeras maneiras.

Tom não confiava mais nela, isso era evidente. E aquilo machucava Ilka, que ainda gostava muito do Riddle e trabalhava para o relacionamento dar certo, deixando de lado todas as brigas e desentendimentos.

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