Deadlock

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Emma havia notado que naquele dia Ilka estava mais calada que o normal, e parecia também bastante cabisbaixa, sem o seu típico semblante de superioridade. Algumas semanas haviam se passado desde o ataque aos estudantes de Hogwarts, o culpado havia sido descoberto e expulso: um meio-gigante da Grifinória que a ruiva não conhecia.

O profeta diário durante todo o mês estampou suas páginas iniciais com matérias sobre Hogwarts e sua falta de segurança. E, vez ou outra, com o bruxo Gellert Grindelwald. Este, havia retornado à Europa e estava solto pelas ruas, recrutando novos bruxos e formando um exército com o intuito de derrubar o ministério da magia.

Grindelwald havia ganhado uma enorme popularidade entre bruxos puro-sangue desde o início do ano, tudo devido a uma onda de atos bárbaros nos Estados Unidos, os quais ele afirmava ser por "um bem maior".

Desde que as notícias começaram a circular pelos jornais e pela boca do povo do mundo bruxo, o professor Dumbledore começou a aparentar estar mais nervoso em suas aulas, e ninguém entendia o porquê, a única pessoa que tinha suspeitas era a menina Bagshot.

— Está tudo bem, Ilka? Você está meio estranha hoje – finalmente se pronunciou Emma, depois de alguns longos minutos de silêncio entre as duas.

— Como assim estranha? Estou do mesmo jeito de sempre – respondeu Ilka, forçando um sorriso para a ruiva.

— Ilka, nós dormimos no mesmo quarto, conversamos todos os dias e dividimos a mesma mesa em todas as aulas e refeições por um ano, eu posso afirmar que te conheço. Você está agindo diferente desde o retorno das aulas, parece estar mais sensível e aérea.

— Não deveria se preocupar, Emma. São só alguns problemas familiares, nada demais – explicou a garota.

Não estava mentindo, eram de fato alguns problemas familiares. Seu pai não havia entrado em contato desde seu aniversário de 16 anos, não mandou nenhuma carta durante suas férias, e Ilka sabia que ele estava em algum lugar da Europa, não mais em Nurmengard. E, mesmo que agora ambos estivessem no mesmo continente, ele não havia se importado de dar um mísero sinal de vida.

— Ilka... Você sabe que não precisa esconder as coisas de mim, não sabe? – Perguntou Emma.

Ao finalmente virar-se completamente para a ruiva, Ilka percebeu algo diferente, a menina Macmillan a olhava com compreensão, como se ela soubesse tudo o que estava passando em sua vida, e a loira não sabia como reagir a isso.

— O que quer dizer com isso Macmillan, está sabendo de algo que eu não sei?

— Eu só queria que você soubesse que não precisa me esconder as coisas. Se eu quisesse te prejudicar espalhando seus segredos para toda a população de Hogwarts eu já teria feito.

— Que segredos?

— Eu ouvi algumas conversas suas com o Riddle, Ilka. Não sei exatamente o que vocês fizeram, mas sei que você e ele estão envolvidos de alguma maneira com a morte daquela corvina de um mês atrás – explicou a garota e a loira arregalou os olhos, surpresa. – Não vou contar a ninguém, eu apenas gostaria que você confiasse um pouco mais em mim.

Naquele momento, a conversa das sonserinas foi interrompida pela professora, que entrou na sala repentinamente. A professora Galateia Merrythought era uma mulher já de idade, com longos cabelos loiros parcialmente grisalhos. Costumava usar sempre vestidos longos e de cores cinzentas, Ilka gostava de dizer que a professora em si era apagada.

Era conhecida por todos os estudantes por ser antiga na escola, completando seus quase 50 anos de carreira. Bastante alta e magra, andava com confiança pelos corredores, como se soubesse de sua autoridade. Desde que ocorreram os ataques aos alunos há quase um mês a professora Meerythought parecia mais retraída, até mesmo assustada. Alguns alunos diziam que ela fugiria de Hogwarts na primeira oportunidade que surgisse.

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