Grindelwald

117 16 1
                                        


Mesmo depois da notícia da prisão de seu pai, Ilka recusou-se a continuar escondendo quem era, e a partir daquele ano todos os professores começaram a se dirigir a ela pelo seu nome verdadeiro, o qual ela exibia com orgulho.

É claro que no começo não foi fácil, mas ela não se importava. Apesar das críticas, burburinhos e boatos que inventaram com seu nome, a garota sabia que aquilo uma hora passaria, e passou.

Com as férias se aproximando novamente, ninguém se importava mais com o parentesco da menina com o bruxo recém preso, e aos poucos, todos se tornaram acostumados a chamar a garota pelo sobrenome Grindelwald. Alguns inclusive se arriscavam a dizer que combinava mais com ela, Leonard era um desses.

Todos se arrumavam para pegar o trem de volta para casa, onde passariam três longos meses longe da escola. Ilka planejava voltar a Nurmengard, para que pudesse visitar seu pai, checar como estava sua estadia, e pegar possíveis itens de valor, para revender e assim dar entrada em um lugar que ela pudesse chamar de seu, sem ter que depender de sua tia.

Arrastava consigo o seu malão, e esperava calmamente enquanto aquele tumulto de pessoas se espremia para tentar entrar primeiro no expresso e assim garantir um vagão. Permanecia de pé, observando o empurra-empurra dos ansiosos, quando Tom parou ao seu lado, esperando junto a ela.

— Resolveu não ficar em Hogwarts nessas férias? – Perguntou Ilka, voltando seu olhar para o garoto.

— Passar as férias contigo me pareceu mais interessante, tudo bem com isso? – Riddle afirmou, se aproximando ainda mais de Ilka e passando o braço por cima de seus ombros, em um claro gesto de posse para os que passavam pelos dois e olhavam.

— Tudo, claro, só imaginei que me avisaria antes. É que eu tinha planos de visitar meu pai, ver se está tudo bem no castelo em que ele está preso. Apesar de você não achar, eu me preocupo com ele, sabe?

— Ainda com isso, Ilka? Eu entendi o porquê de você ter feito o que fez, e não te julgo por isso. Também não me importo de viajar contigo, a não ser que seja algo que você queira fazer sozinha.

— Não, não tem problemas você ir comigo – ela disse e desviou do braço de Riddle em seu ombro, virando-se de frente para ele e abraçando-o pela cintura. – Nós somos um casal agora, não é mesmo? Não deveríamos privar um da vida do outro, por mais delicado que o assunto seja.

Ilka colou os seus lábios com os de Tom, em um movimento rápido, que apenas durou alguns segundos, e o rapaz sorriu para ela em resposta. Finalmente a entrada do expresso que os levaria para casa se esvaziou e eles puderam entrar, encontrando sem muita dificuldade uma cabine vazia, a qual eles logo tomaram conta, jogando os malões para debaixo dos bancos e sentando-se um de frente para o outro.

Assim que o longo trem começou a se mover, Riddle aparentou estar inquieto, como se quisesse falar algo, mas hesitasse.

— Está tudo bem Tom? Parece ansioso – perguntou Ilka depois de alguns minutos de viagem.

— Está sim, é só que tem algo que eu queria muito fazer, eu ia esperar chegarmos no nosso destino, mas acho que sou ansioso demais para esperar – ele disse, e tirou de sua própria mão o anel dos Gaunt que usava. – Quero que você fique isso – Riddle pediu-lhe a mão, para que pudesse colocar o anel.

— O anel de sua família? Não entendi onde quer chegar me dando ele... Pensei que fosse importante para você, ainda mais sabendo que ele é uma relíquia e uma Horcrux.

— Exatamente por isso que eu quero que fique com você, Ilka. Como você sabe, o anel possui um pedaço de mim, de minha alma, e eu não conheço ninguém que conheça mais sobre as relíquias da morte do que você – explicou-se Tom e Ilka finalmente lhe entregou a mão esquerda, para que ele colocasse o anel. – Não nessa, na outra – repreendeu, se referindo à mão de sua namorada.

I M P E R I U SOnde histórias criam vida. Descubra agora