O restante da noite fora calma, tomamos banho nos vestiários, jantamos no refeitório e fomos para nossos quartos. Depois de tudo isso todos nos estávamos esgotados. Foram semanas incrivelmente longas. O pior era que eu acreditava que isso era apenas o começo.
— Que bom que o quarto tem uma cama extra. — Disse Daniela separando um cobertor para o Ariel que estava sentado numa cadeira ao lado da minha cama. — Você vai poder dormir nela. — Disse Dani sorrindo.
— Não preciso de uma cama. — Respondeu Ariel se encolhendo até a forma de um gato de pelo preto com olhos vermelhos brilhantes. Ele se espreguiçou e subiu na minha cama se aninhando em cima do meu travesseiro.
— Não sabia que você podia fazer isso. Pensei que você só podia se transformar em lobo gigante. — Dei de ombros me sentando na cama, ele se levantou e deitou no meu colo.
— Posso me transformar no que eu quiser. — A voz dele, na forma de gato era a mesma de quando ele virava o lobo, rouca e grossa. — Onde está o garoto loiro? — Ele perguntou se enrolando de maneira típica de um gato de verdade.
— Foi buscar um chá quente. — Disse Dani ajeitando o travesseiro. — É uma tradição nossa, depois de um dia cansativo tomamos um copo de chá para relaxar.
— Argh! — Disse Ariel se remexendo procurando uma posição confortável. — Chá não é relaxante. É apenas mato fervido. Uma xícara de néctar quente, com um pouco de canela, isso é relaxante. — Ele disse sonhador. — Isso até que seria uma boa ideia.
Ele se esticou e voltou à forma humana se sentado na beirada da cama ao meu lado. Ele abriu a mão fazendo aparecer quatro copos em uma bandeja.
— Desculpa a demora. — Disse Rafa, abrindo a porta com o pé. Ele tinha dois copos de chá numa mão e um copo de café para mim na outra. Atrás dele vinha Lucas com uma mochila nas costas.
— Estava me sentido meio excluído por dormir em outro quarto, então vou dormir aqui agora. — Ele subiu para o beliche se deitando na cama acima da minha. — Lar doce lar. — Ele suspirou.
— Vocês não acreditam que estamos com superlotação? — Disse Ariel criando mais um copo. Ele o distribuiu entre-nos. — Bebam, não vão se arrepender.
Olhamos curiosos e provamos o conteúdo dos copos, era uma bebida doce e suave, que descia aquecendo nossos corpos. Era deliciosa, bebemos o conteúdo nos sentindo relaxados e distraídos.
— Ariel o que é isso? — Perguntou Rafa, deitado na minha cama com a cabeça no meu colo enquanto eu acariciava seus cabelos.
— E o equivalente de álcool para Caelestis. — Disse Ariel virando o terceiro copo.
— Ariel! — O xinguei. — Você nos embebedou?
— Qual o problema? — Ele se encolheu na forma de gato se deitando na barriga do Rafael. — Vocês não queriam relaxar?
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Florescer: O livro negro da morte (vol.1)
FantasíaLua é uma garota que tem a habilidade de ver criaturas místicas que ninguém mais percebe, enquanto todos de sua cidade pensam se tratar de uma doença psíquica, ela descobrira que há muito mais do que isso, revelando assim uma verdade que ela nunca i...