— Falem mais baixo! — Disse Daniela se sentando na cadeira ao lado do Lucas.
— Pelos deuses, Daniela! Não faz isso! — Disse Lucas olhando para ela assustado. — Você ouviu o que ela disse? — Ele perguntou.
— Ouvi. Ela não está errada. — Ela sussurrou.
— Como assim? — Perguntou Lucas.
— Melhor falarmos disso mais tarde, estamos rodeados de pessoas. — Alertou Rafael. — Após as aulas, vamos até à enfermaria investigar.
— Viramos detetives agora? — Perguntou Lucas com deboche.
— Sem brincadeira, Lucas. Se isso for verdade todos nos estaremos em perigo. — Falei olhando de cara feia para ele.
— Quando que não estamos? — Perguntou Daniela. — Foquem na aula, a noite quando todos estiverem dormindo nos investigaremos.
Após o almoço fomos para aula de botânica aplicável em poções da Sra. Holanda. Ela era muito gentil, mas gritava como se tivesse engolido um megafone.
— Alunos! — Berrou ela. — Venham até a bancada. Vamos estudar e envasar essas mudas de Poliarpos. — Ela mostrou como deveríamos fazer. — Alguém sabe a principal função dessas ervas?
— Ela é usada em poções de cura e em remédios. — Disse Daniela ao meu lado, levantando o braço.
— Excelente, Senhorita Herondele! — Disse Holanda. — Apenas as folhas são usadas desse modo. Qual é o outro modo que podemos usar essa erva?! — Pensei por um momento, eu não tive muito tempo para estudar, mas tinha foleado o livro que ela me dera sobre botânica.
— É usado como veneno para humanos e Caelestis. As raízes são venenosas assim como o caule, a única cura para esse veneno e a própria flor da Poliarpos, que só floresce uma vez no mês, durante a lua cheia, por isso a flor também é conhecida como planta Lobisomem. — Respondi, alguns alunos me olharam surpresos. Rafael, Lucas e Daniela me lançaram olhares orgulhosos.
— Alguém fez a lição de casa, muito bem! — A professora acenou a cabeça para mim em reconhecimento. Fiquei extremamente contente comigo mesma.
— Para envazar essa planta vocês devem usar luvas, o contato direto com a pele pode causar urticarias e feridas abertas! — Tinha luvas ao lado de cada vaso. — Comecem!
Passamos o resto da aula colocando mudas em vasos, foi uma hora de trabalho. No final a professora deu a cada aluno uma muda de Claripto como recompensa. Uma planta que dava flores exuberantes que exalavam um perfume suave diferente para cada pessoa que o sentisse.
Ela também era conhecida como Mata Monstros, porque o cheiro afastava os demônios e os monstros, e o contado direto com suas folhas poderia ser fatal para eles.
Peguei a minha muda, mas quando toquei as folhas elas me queimaram. As soltei sobre a bancada, avaliando o estrago nas minhas palmas. Elas estavam rosadas, mas rapidamente voltaram ao normal. O poder do Codexs passara a fluir no meu corpo naturalmente, eu não tinha mais que manobra-lo para ser curada. Ele tinha efeito automático.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Florescer: O livro negro da morte (vol.1)
FantasiLua é uma garota que tem a habilidade de ver criaturas místicas que ninguém mais percebe, enquanto todos de sua cidade pensam se tratar de uma doença psíquica, ela descobrira que há muito mais do que isso, revelando assim uma verdade que ela nunca i...