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                  *Eloisa narrando*

Acordo com meu celular tocando, pego ele e vejo o nome e a foto da Gabi.

-porra, achei que estava morta- ela diz assim que atendo

-caramba Gabriela, isso é hora de me acordar porra ainda ta cedo- digo com raiva e sono

-cedo? Filha passa das onze- assim que ela fala eu olho pro celular e já é 11:20

-nossa, dormir bastante hoje- dou risada

- vem pra almoçar, te esperando. falou com sua Mãe?- pergunta tudo de uma vez

-calma! Eu acordei agora nem sai da cama. Assim que eu estiver pronta da mando um toque- desligo o celular antes dela responder

Sabia que se ela respondesse o assunto ia render bastante. Me levanto e vou direto pro quarto da minha mãe, e como de imaginar está do mesmo jeito. Reviro meus olhos e vou pro banheiro tomar um banho.
Eu sei que o serviço da minha mãe é muito importante, ela salva vidas e se importa com as pessoas... só que as vezes, queria que ela se importasse mais comigo. Eu vejo a Mãe da Gabi do jeito que ela trata a filha e cuida dela, se minha mãe fosse só 10% disso eu ia ser a filha mais feliz do mundo... mas eu não sei o que é ter o carinho dela.

Quando dou por mim sinto meus olhos marejados, pisco bastante para não chorar e término de me lavar. Saio do banheiro e vou para o meu quarto enrolada na toalha, entro no quarto e vou até o guarda-roupa e na hora ouço o barulho da porta abrir.

Eu:mãe-chamo da porta

Logo ela aparece no corredor com a cara de cansada.

Mae:sim-ela esfrega os olhos e me olha

Eu:eu vou dormir na casa da Gabi, volto só segunda-digo  e ela fecha a cara no mesmo instante

Mae:o que eu já falei, de você dormir na casa dessa sua amiga? Já viu aonde ela mora? Não quero filha minha no meio de traficantes-ela esbraveja

Fecho a cara na hora, e olha que ela nem sabe que a Gabi e irmã do dono do morro e ela já a assim, imagina se soubesse.

Eu:Não estou no meio de traficantes, vou para casa da minha amiga-falo na maior calma e ela me encara

Mae:da escola pra cá entendeu!-é a última coisa que ela diz antes de entrar no quarto

Sorriu e volto para o meu, pego meu celular e aviso pras meninas e elas começam a mandar vários áudios e emojis, sorriu e vou me trocar. Pego um short jens escuro, e uma blusa vinho da Nasa e coloco, arrumo meu cabelo num rabo de cavalo, com umas mechas soltas e coloco meu vans vinho, passo meu perfume e vou arrumar minha bolsa.
Termino de tomar café assim que o uber chega, deixo um bilhete para minha mãe e pego minha bolsa na sala e saio de casa.

Motorista:Eloisa Casteli?- o motorista pergunta assim que entro

Eu:sim-confimo

Ele da partida no carro direto para o morro, em dez minutos ele para na entrada, a corrida e paga no cartão automaticamente. Saio do carro e entro no morro, ouço aquelas piadinhas dos vapores que fica na entrada.

Xx:essa eu deixava de quatro bem gostosinha-um deles fala

Eu:é por que não deixa a tua mãe, caralho-respondo

E ouço os outros caras rindo dele, eu apreço meus passos. Eu não gosto dessas coisas, ouvir cantadas tudo bem, mas essas baixarias a não deixo nem apau. A casa da Gabi e bem lá pra cima então tem que subir quase o morro todo, eu não sei como esse povo consegue morar aqui e subir essas ruas todos os dias, com vários traficantes armados em cada esquina, com as paredes com marcas de tiro e o chão com marcas de sangue - eu realmente só venho para esse morro, por causa das meninas- por que se não fosse elas, eu nunca tinha nem pisado aqui. Reconheço a casa da Gabi de longe, ela tem dois andares e tem o terraço aonde faz o churrasco e a bagunça, e claro tem um cara armado sempre no portão.

Gabi:porra, achei que ia ter que buscar-ela sai assim que chamo

Eu:estou aqui não to?-digo e damos risada

Comprimeto ela e entro, vejo a Sol na cozinha e a Fabi ajudando ela

Eu:oie gente-comprimento entrando na cozinha

Fabi:ja estava na hora rapariga-diz e mostro a língua

Eu:o cheiro ta ótimo Sol-comento

Sol:fiz uma lasanha para gente-fala olhando o forno

Gabi:só por que você veio-fala, e agente começa a rir

Deixei minha bolsa no quarto da Gabi e voltei para ajudar a arruma o almoço, a Gabi pediu pro cara lá fora buscar duas coca-cola -mas a folgada ela-

Fabi:esse cheiro ta dando água na boca-comenta assim que a Sol tira a lasanha do forno

Gabi:vou nem comentar-da um sorriso malicioso, e eu e ela começamos a rir que nem louca

Sol:essa sua gargalhada é demais Isa-Sol comenta rindo

Fabi:imagina ouvir isso se madruga, mal medo da porra-Fabi brinca e mostro o dedo pra ela

Ouvimos um assobio e olhamos para a porta, o cara estava com as coca na mão, a Gabi vai até ele e da um dinheiro e volta

Gabi:podemos comer agora-Gabi diz por fim

Sol:tem que esperar os meninos-diz e olho para a Fabi

Como já disse, eu só conheço um deles e já fico meia estranha perto dele, imagina almoçar com os dono do morro, da até um calafrio.

Gabi:moio mãe! Os meninos estão ocupados com o baile de hoje-Gabi explica se sentando na mesa

Sol revira os olhos mais assente, acho que ela não gosta muito dessa ideia. Nos sentamos a mesa e começamos a comer e realmente a lasanha está uma delícia de gostoso.

Gabi:você trouxe roupa, pro baile né?-pergunta colocando os pratos na pia

Eu:você sabe que não gosto de ir naquele lugar-digo lavando a louça

Fabi:ah mais você vai, hoje tem uns mc's top e vamos rala a ppk na chão-Fabi diz rebolando

Gabi:isso aí, vamos beber e beijar muito-Gabi diz baixinho assim que a Sol entra na cozinha

Sol:vou falar nada em Gabriela- diz e começamos a rir

Eu:não sei se quero ir-digo lavando os pratos

A Fabi bate com o pano nas minhas pernas e eu dou um grito

Eu:caramba-jogo água nela

Gabi:eu te empresto uma roupa-Gabi diz, eu olho pra Fabi e agente segurar o riso

A Gabi é a mais baixa da gente, e a Fabi é a mais alta e eu fico no meio, as roupas da Gabi não cabe na gente, só se agente quiser usar cropped kkk.

Gabi:sem graça voces-ela percebe e começamos a rir

Eu:ta! Eu vou no baile, e vou com as roupas que tenho-digo por fim e as duas comemora

Pra essas meninas só tem baile como festa. Todo final de semana é isso baile, baile, baile. Eu não gosto muito assim, prefiro um samba um forrozinho, que sei dançar bem melhor do que o funk.

Grávida De Um Traficante Onde histórias criam vida. Descubra agora