*Eloisa narrando*
Já tem uns dias desde que, descobrir essa gravidez e que briguei com a Fabi, eu ainda não falei com ela e to meia distante da Gabi. Eu não quero nenhum envolvimento com alguém de lá, é difícil, tá sendo muito difícil essa situação... mais já arrumei uma solução. Eu não quero essa criança.
Hoje é sábado, e já passa das onze e estou deitada na minha cama, eu ando meia cansada e com bastante sono.
Mae:Isa-ela abre a porta
Deixo meu livro de lado e olho para ela, está com seu uniforme do hospital.
Mae:estou indo para o trabalho, sai dessa cama e vai andar um pouco, tô te achando meia abatida-diz me olhando
Eu:pode deixar mãe-minto pra ela
Eu não tô afim de sair daqui, por que se eu sair daqui, vou sair do meu mundo aonde não estou com um feto dentro da barriga.
Mãe:volto mais tarde-diz e fecha a porta
Respiro aliviada e pego o livro de volta, e bem na hora meu celular toca, vejo o nome e a foto da Gabi, e resolvo atender.
- Oie Gabi- digo ao atender
- Oie Gabi nada, você vai me falar agora o que tá acontecendo Eloisa- diz bem seria
-nao está acontecendo nada- digo e posso ver Ela revirar os olhos
E bem na hora minha mãe entra no quarto, achei que ela já tinha ido, ela vem direto a mim e sinto meu rosto arde com tudo
Eu:ai mae-digo passando a mão
Mae:sua puta. Quantas vezes falei pra você não andar com essas meninas, olha da onde elas veio e... agora você sua puta-me da outro tapa com bastante ódio
Eu:o que foi mãe-me levanto da cama chorando, e quando olho para a sua mão e vejo
Sinto meu mundo desabar naquele momento, e por um segundo penso em sumir e fugir desse assunto, ou voltar no tempo como já quis muitas vezes. Ouço a voz da Gabi me chamando mais não falo nada.
Mãe:você é uma vagabunda Eloisa-ela me dá outro tapa bem forte-eu te dei tudo, tudo o que você queria eu dava, eu dediquei minha vida a você, e é assim que você me retribui sua vaca-ela da outra tapa em meu rosto
Eu:mãe! Eu posso explicar-digo indo atrás dela
Mãe:Eu me matei por você-ela grita- eu disse tantas vezes sobre proteção, que desgoto-ela diz se virando e me olhando
Eu:mãe por favor, me perdoa-começo a chorar-eu não quero... Eu não queria me perdoa... Eu vou tirar mãe-digo e sinto outro tapa
Mae:você não foi mulher pra abrir as pernas, agora vai ser mulher pra assumir-diz e fica em silêncio-quem é o pai-ela diz por fim
Engulo seco, eu tô vendo meu mundo si destruindo na minha frente, e sei que vai acabar tudo quando dizer quem é.
Mae:responde Eloisa-ela grita
E pela primeira vez, eu digo essa frase alta.
Eu:é o G6, irmão da Gabi-quando digo isso ao prantos, vejo a rejeição no seu olhar
Mãe:fora da minha casa-ela grita e passa por mim esbarrando
Eu:mãe!-Grito e vou atrás dela-voce não tá falando sério, eu não fiz por querer, eu errei como todo mundo erra-digo entrando no meu quarto atrás dela
Mae: a filha que eu criei nunca ia errar assim-ela esbraveja e pega minhas roupas e joga no chão
Ao ver isso e acho que por causa dos hormônios, minha raiva sobe.
Eu:filha que você criou?-dou uma gargalhada e ela me olha-você nunca me criou, você nunca teve nem ai pra mim, você smepre preferiu seu trabalho... seu pacientes do que a própria filha-esbravejo e falo aquilo tudo que estava guardado a muito tempo
Mae:você vai colocar a culpa em mim? Você que abriu as pernas para um traficante, marginal e vai colocar a culpa em mim-grita- eu fiz isso tudo por voce-ela diz e eu começo a rir de nervoso
Eu:você nunca fez nada por mim, você nunca teve nem ai pra mim... sempre foi assim. Eu deveria ter ido com meu pai-grito e na mesma hora me arrependo de ter falado
Mae:não! Nao! Não!-ela grita, e fica bem na minha frente-voce não vai falar do seu pai. Ele abandonou você, ele que sempre quis ter um filho abandonou. Eu cuide de você, eu criei você, pra depois me dá um desgosto desses, se... se... se eu soubesse que ia passar tudo isso com você, criança ingrata, eu nunca teria tido você-ela grita com uma frieza tão grande
Eu não falo nada, sinto aquele vazio por dentro e uma dor tão grande no peito, uma falta de ar imensas. Ela nunca quis ter eu, e ela fala desse jeito tão frio, eu sei que errei, e a culpa não foi minha. Mais ouvir isso, é pior do que tudo que já passei.
Ela passa por mim e deixa o teste na minha mão e sai do quarto.Mae:quando eu voltar, não quero ver você mais na minha casa-fala atrás de mim
Ouço seus passo e logo a porta se fechar. Meu cérebro está um oco, não penso em absolutamente nada. Eu sinto cada lágrima correr pelo meu rosto, e meu peito subir e descer procurando ar... mais ele não vem. Cada momento da minha vida passa por minha cabeça, e a cada lembrança mais lágrimas descem, e me sufoca por dentro.
***
Eu jurei, que nunca mais iria colocar o pé nesse lugar. Olho para a entrada, aquele bando de traficantes, armados e fumando na esquina, de olho em quem entra e quem sai, tudo na espreita. Estou sem casa, sem um teto aonde passar a noite, literalmente sozinha, eu só posso contar com as únicas pessoas, que sei que vão me ajudar acima de tudo. Eu vim o caminho todo chorando, estou apenas com a minha bolsa, aonde coloquei umas peças de roupas, e uns livros meu. Passo a mão pelos cabelos e depois pelo o rosto, limpando as lágrimas que insistem em cair.
Xx:Eloisa-ouço aquela voz família, e olho para o lado
E por um instinto eu corro até ela e abraço com todas as minhas forças, não importa quantas vezes agente brigue, ou quão feia foi, mais sempre será minha família.
Eu:Fabi, minha vida acabou-digo e choro ainda mais
Ela retribui o abraço me apertando bem forte.
Fabi:calma Isa-ela sussurra- eu tô aqui-diz tentando me acalmar
Eu:me perdoa Fabi, eu sinto muito-digo soluçando
Fabi:calma!-ela me solta e me olha
Seu olhar é de tristeza e pena, e surpresa. Eu estou um bagaço total, minha cara está inchada de tanto chorar.
Fabi:vamos lá pra casa-ela diz pegando na minha mão
Eu:não quero incomodar-digo limpando meu rosto
Fabi:você nunca, incomoda-diz e me puxa
Agente passa pela a entrada do morro sem dizer nada, e vamos subindo sem nehuma palavra, começa a me dar calafrios a cada passo que dou e entro mais no morro, e lembranças daquela noite vem a minha cabeça, e a raiva dele vai aumentando. É culpa daquele cara, de tudo que estou passando.
A cada rua vejo que em dois meses, esse morro não mudou nada. Não consigo acreditar que já passou dois meses, desde que tive aqui. Dois meses que perdi a virgindade, dois meses que transei com o G6, e dois meses que estou... grávida.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Grávida De Um Traficante
Genç KurguA se agente soubesse o que a vida tem preparado para nois, com certeza agente dava mil jeitos para não passar pelo que vem... mas como não sabemos o futuro e nem nosso destino, vivemos um dia de cada vez e a cada dia planejamos o futuro, que com cer...