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                *Eloisa narrando*

Depois do que aconteceu de manhã, o resto do dia foi bom e calmo, as meninas não tocaram em nenhum momento o assunto do bebê e do G6, e depois da conversa com a Sol ela apareceu anoite e ficou um pouco com a gente e depois foi trabalhar. Ainda estou muito brava com a minha mãe por tudo que ela fez, e não sei se um dia vou conseguir perdoar ela por isso, sei que ela cuidou de mim sozinha desde que tenho 5 anos e fez o melhor que pode e depois de tudo saber que sua única filha engravidou com 17 anos e ainda por cima de um traficante, deve ter deixado ela louca... isso me deixou também.

As meninas foram pra escola e eu estou aqui sozinha, claro com a porta trancada eu ainda estou morrendo de medo e de ódio do G6, eu sei que ele não vai esquecer isso e que vai vim me cobrar.
Resolvo fazer uma lasanha pra elas, eu acabei de me arrumar coloquei uma macacãozinho branco bem larginho e deixei meu cabelo solto e enrolei ele um pouco, quero tentar disfarçar a cara de fracassada que estou. Saio da casa e vou descendo o morro, orando pra não esbarrar com o G6.

***

Termino de pegar as coisas e vou para o caixa.

Atendente:Bom dia-diz assim que encosto no caixa

Ela começa a passar as coisas, e eu vou guardando na sacola. Eu comprei umas coisinhas a mais pois ainda tenho dinheiro em meu cartão, que é da pensão que meu pai paga.

Eu:obrigada-digo pegando as sacolas e saio do mercadinho

Vou subindo a rua e de longe eu vejo ele, e ele olha diretamente pra mim e vem em minha direção.

Pedro:Oie Isa-ele me comprimenta, me dando um beijo na bochecha

Eu:Oie Pedro-comprimento igualmente

Pedro:ta bem? Achei que tava no colégio-ele diz me olhando

Eu:ia dizer a mesma coisa-falo e agente rir juntos

Pedro:vish. Aí deixe te ajudar com essas sacolas-ele pega elas da minha mão

Eu:não precisa, não-tento argumenta mais ele já sai andando e dou risada

Olho pra ele e vejo ele com a blusa do uniforme do mercadinho.

Eu:ta trabalhando no mercadinho?-pergunto

Pedro:to fazendo um bico-explica

Eu:e a escola?-pergunto sem jeito

Pedro:ta lá-ele diz e olho pra ele, esperando uma resposta melhor- a escola é boa, mais não enche barriga e o menor não pode suntetar a parada sozinho, tenho que da meus corres-explica melhor e eu assinto

Agente foi conversando sobre a vida, até a porta da casa da Fabi. Ele é tão diferente de muitos que já conheci, ele tem papo de futuro e ele não entrou nessa vida de traficante e nem bandido, preferiu trabalhar de ajudante no mercadinho e estudar a noite do que roubar ou entrar nessa vida, e fico muito feliz por ele não está nessa vida e por correr atrás do que quer. Isso me mostra que não posso ficar reclamando da minha vida, eu preciso da um jeito, e isso vai começar    amanhã depois que eu sair do médico.

Eu:não quer ficar pra almoçar?-pergunto assim que paramos na frente do portão

Pedro:Ah...-ele é interrompido

Xx:ae Isa-ouço a voz conhecida e me viro

Eu:Oie TH-comprimento ele

Th:blz, a Fabi tá aí?-pergunta olhando para o Pedro

Grávida De Um Traficante Onde histórias criam vida. Descubra agora