Ela está aqui?

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A fraca luz do sol iluminou as feições do rapaz adormecido.
Ele resmungou.
Em seu sonho o mundo era colorido, os pássaros cantavam pelas manhãs, a grama verde molhada pelo sereno e as crianças de mãos dadas a suas mães indo para a escola.
Sua família reunida ao redor da mesa em North Lake, o avô lia o jornal matinal e ria das tirinhas de humor, sua gargalhada retumbava por toda a casa, sua avó servia o chá com apenas uma colher de mel e suspirava encantada com o sabor, seu pai descia as escadas com os cabelos mais bagunçados que o normal e estralava seus ossos ao se espreguiçar.
- Bom dia, campeão!- saudava sorrindo, antes de se arrastar até a poltrona mais próxima e se jogar nela para esperar sua vez de ler o jornal.
Sua mãe descia em seguida, completamente arrumada, os cabelos vermelhos presos em um coque firme, e seu lindo sorriso saudando a família.
- Bom dia, querido- dizia, beijando-lhe a testa, e se servia de duas torradas com geleia de morango.
Ele mesmo sorria, feliz com sua segurança, mordiscando um biscoito seco que normalmente odiaria, mas dessa vez ele não se importaria, com tanto que sua família estivesse unida.
Derrepente os degraus da escada rangiam, como se alguém pesado estivesse descendo, uma bota preta pesada surge em seu campo de vista, a borda da calça enfiada no calçado.
Era uma presença familiar, que esfriava o ambiente.
O homem desceu mais.
Ele o reconheceu pelo perfil, a farda preta pesada dos Comensais da Morte, as mangas arregaçadas deixando a tatuagem de caveira e cobra no braço esquerdo a mostra, os cabelos negros perfeitamente penteados.
Com se sentisse o olhar de Harry, o homem se virou, olhou diretamente para o rapaz.
Seus olhos frios brilharam sadicamente, ele sorriu, o bigode dançou.
Harry acordou.
Ofegante, juntou os joelhos no peito e se abraçou, uma batida insistente na porta o tirou de seu torpor.
- Entre.
O rosto familiar de Barty era reconfortante, pelo menos ele não se machucaria.
- Bom dia!- exclamou alegremente- Hoje vamos fazer 'O Tour'.
- O que é 'O Tour'?- perguntou Potter.
- Você verá- declarou, fazendo suspense- vamos, vamos, apresse-se! Esta é a melhor parte da estadia.
- Tudo bem- resmungou.
Outra pessoa se juntou a eles.
Regulus.
- Ah, você já acordou.- disse- Bom, temos muito o que fazer hoje.
- Bom dia para você também, Reggie- saudou Crouch, sarcasticamente.
- Bartemius- devolveu.
- Chato!
- Infantil.
- Você tem o espírito de um velho!
- Eu sou idoso só porquê você não saiu do jardim de infância?
- Sim... Espera... Não!
Regulus riu.
- Eu te odeio!

Era uma porta branca, que guardava um cômodo branco, com instrumentos estranhos prateados, e um homem branco, literalmente.
Ele tinha longos cabelos brancos e era pálido cor de papel,seus olhos azuis claros, e seu jaleco branco quase o camuflavam, ele era... familiar.
- Oi, Lucy!- berrou Barty, o homem, " Lucy ", suspirou irritado.
- Bartemius.- cumprimentou- e quem é esse rapaz?- ele parecia amigável, e rico... muito rico, pelo modo que se portava, era muito importante.
- Este é Harry Potter- apresentou Regulus- Ele vai ficar um tempo com a gente até o Mestre considerar suficiente, estamos levando ele para passear, Lucius.
- Harry Potter- ronronou Lucius- Eu sou Lucius Malfoy, o médico desta humilde instituição, seja muito bem-vindo.
- Obrigado- respondeu.
Uma mulher loira muito elegante e bonita entrou na sala, suas mãos carregavam uma pilha de papéis.
- Querido...- ela se interrompeu- Quem é este?- um ligeiro desdém passou por suas feições régias, aliás, pensando bem, ela se parecia com Regulus, as maçãs altas e a pele branca junto aos olhos acinzentados.
- Este é Harry Potter- respondeu Lucius, ele parecia conspirativo ao dizer isso- Harry, esta é minha esposa, Narcissa, ela é prima de Regulus.
- É uma honra conhecer o famoso Harry Potter- ela estendeu a mão.
Harry apertou.
- Famoso? Eu?
- Você é bastante conhecido por aqui, espero que se de bem com todos.

Dois homens fardados e ... robustos passaram na frente deles.
- Aqueles são Crabbe e Goyle, são dois paspalhos grandes- apresentou Barty.
- Aquele é o Antonin Dolohov, ele é cruel e sádico, mantenha distância- alertou Black, apontando para um homem com um sorriso estranho.
- Bulstrode, outro idiota, talvez mais esperto que Crabbe e Goyle, mas isso não é difícil- zombou o loiro.
- Jugson, ele é um seguidor, se alguém der uma ordem ele fará, não importa o que aconteça- disse Regulus.
- Aqueles são os gêmeos Carrow, Alecto e Amycus, fique longe.
- Flint, pode não parecer mas ele é ótimo com estratégias, e é violento...

Eles chegaram ao outro lado da propriedade, aquele lado era colorido, com gritos e risadas.
Alguns jovens de sua idade circulavam pelo lugar.
O garoto de cabelos platinados.
- Ah, vejo que já notou Draco Malfoy, ele é ótimo, um prodígio, meu priminho- sorriu Regulus.
Dois garotos passaram correndo perto deles.
- Aqueles são Theodore Nott e Blaise Zabini, o filho de um grande amigo do Mestre...
Haviam vários adolescentes correndo e rindo no lugar, dois que pareciam com Crabbe e Goyle, as gêmeas Carrow, as irmãs Greengrass, Pansy "Pug" Parkinson, Moon, Davies...

A última ala era escura, silenciosa e fria.
Várias portas trancada ficavam no corredor.
- O que é aqui?- perguntou Potter.
- Aqui... bem, é onde ficam as cobaias humanas- Sussurrou Crouch.
- Cobaias humanas?!- exaltou-se Harry.
- Sim, vamos parar por...- mas o rapaz já havia aberto a primeira porta.
- Harry?!- uma voz surpresa perguntou.
- Neville?- sussurrou Potter, reconhecendo o amigo loiro- Neville Longbottom?
- Sim, esse é meu nome- o garoto respondeu alegremente, ele era um pouco estranho ainda, havia emagrecido, mas continuava inocente e atrapalhado, como se algo estivesse sempre errado com ele.
- Você está bem, Nev?- perguntou, preocupado.
- Sim, o tio Lucius cuida de mim enquanto papai e mamãe não voltam do trabalho- respondeu o garoto alegre.
Potter franziu a testa, pelo que ele se lembrava, o Longbottoms estavam encarcerados em...
Santo Deus.
- Tenho certeza de que eles voltaram logo- respondeu distraidamente.
Ele passou para a outra porta, desta vez era um quarto bem maior, com sete  pessoas, todos ruivos, eram irmãos, os Weasley, todos pareciam abatidos.
- Olá?- chamou.
O maior, virou a cabeça mais rápido do que era humanamente possível.
- Você tem que nos tirar daqui!- berrou- ele vai nos matar, o Anjo, vai nos matar! Vai matar a todos!- Potter correu para fora, para longe dos ruivos loucos.
Quem é "Anjo"?
Certamente não estavam chamando o Monstro de "Anjo"?
Não, não poderia ser, Voldemort não estava aqui, não, aqui era seguro.
A terceira porta escondia uma garota.
Ela estava virada contra a parede, ajoelhada no chão frio, como se estivesse de castigo, seus cabelos loiros escondiam tampavam seu rosto.
- Oi - cumprimentou Harry.- Quem é você?
- Ser ou não ser, eis a questão- respondeu a garota, ela usava brincos de beterraba, as rodelinhas roxas tingiam seu pescoço.
Na porta o nome Luna Lovegood estava entalhado.
A última porta aprisionava outra garota.
Uma garota familiar.
- Mione?

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