Quando abriu os olhos, Harry viu branco.
Pensou que precisava de seus óculos, então mexeu os dedos até tocar na armação, então arrastou lentamente até a ponta de seu nariz, sentindo dores enquanto fazia isso.
Não era por falta de visão.
Branco como a enfermaria.
Ele pulou da cama em sobressalto, mas suas pernas falharam e ele acabou caindo com tudo no chão em um baque barulhento.
E ficou alguns segundos olhando o teto branco, pois não conseguia mover a cabeça, e contraindo os lábios com dor ao erguer o braço e tentar se forçar para cima com a ajuda da cama.
Uma cortina foi puxada para o lado e um homem velho, muito velho, com uma barba branca enorme, cabelos compridos, óculos meia lua emoldurando brilhantes olhos azuis e um terno rosa choque entrou. Ele sorria para Potter.
- Olá Harry, meu menino- cumprimentou, Albus Percival Wulfric Brian Dumbledore- Sabe quem eu sou?
O rapaz tentou responder, mas sua garganta estava seca como o deserto do Saara.
- Que cabeça a minha!- exclamou Dumbledore, estendendo as mãos enrugadas para levanta-lo, com força surpreendente, o velho sentou Harry na cama e até ajeitou os travesseiros para que o menino ficasse mais confortável.
Velho gente fina, pensou Potter.
Em seguida pegou um copo na mesinha ao lado e encheu até a metade com água fresca, sentou-se na borda do leito e segurou o queixo do rapaz para ajudá-lo a matar a sede. Assim que o copo foi esvaziado, o ministro inglês olhou o último Potter com expectativa.
- O senhor é Dumbledore, Ministro da Inglaterra- recitou o mais novo, como se fosse a coisa mais óbvia do universo.
Albus assentiu, satisfeito, e colocou o copo de volta na mesa.
- Muito bem, Harry. E sabe o que faz nesse hospital? St Mungo's a propósito,fica em Londres- segredou.
O menino franziu a testa, tentando se lembrar, então arregalou os olhos quando os flashbacks vieram a tona.
Voldemort se matando com a própria arma, ele bebendo o veneno,o oficial de olhos castanhos, e tudo ficando preto.
- Ele está morto?- sussurou Harry- Tom, digo eu.
- Sim, meu menino- respondeu Dumbledore suavemente- ele se foi. E eu estou muito orgulhoso da sua espertize em cuspir o veneno, graças a isso você ficará bem, e vivo, em poucas semanas.
Semanas. No. Hospital.
O menino estremeceu. O velho riu.
- Você será condecorado como herói- disse o ministro, após alguns segundos.
Harry franziu a testa.
- Em nome de meu pai e avô? eles foram muito corajosos e eram militares- concluiu.
Albus negou.
- Algumas coisas ainda não são explicaveis, mas eu acredito, assim como alguns neurologistas, que você causou o suicídio de Lord Voldemort, diretamente, com palavras- respondeu.
- O que?!- surpreendeu se- Mas eu sou só o Harry, apenas Harry.
- Você é muito mais corajoso do que pensa, Harry Potter.
Após alguns dias de comer sopa de batata com frango, era boa na verdade, Potter conseguiu perguntar sobre seus amigos. E Draco.
- Alguns Weasley e uma garota Granger foram enviados para os Estados Unidos, em busca de um tratamento melhor- o médico fez uma pausa- Malfoy... Draco está na Alemanha ainda, em tratamento, junto com os sobreviventes da Marcha da Morte.
O menino se desesperou.
- Marcha para a Morte? Ele está bem?!- exigiu- quando posso vê-lo?
- Acalme se ou eu não conto mais!- declarou o homem, Potter soltou um muxoxo irritado, mas ficou em silencio- Você pode vê-lo quando os dois ficarem bem- e se virou para partir.
- Mas isso vai demorar!- reclamou o rapaz, ansioso.
- Então talvez você queira comparecer ao julgamento de Nuremberg- respondeu friamente e bateu a porta, branca.
Potter socou a mesinha, que também era branca, frustrado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Chancellor's Obsession
Fanfictionobsessão Aprenda a pronunciar substantivo feminino 2. apego exagerado a um sentimento ou a uma ideia desarrazoada. 3. motivação irresistível para realizar um ato irracional; compulsão. O chanceler alemão, Tom Riddle, parece ser obcecado pelos homens...