Capítulo 5 - Nightmare (Pesadelos)

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"Eu, eu mantenho um arquivo dos destroços da minha vida
Preciso entender a arma na minha mente
Eles falam merda, mas eu amo toda vez
E eu percebo
...
Eu já provei sangue, e é doce
Já puxaram o tapete debaixo dos meus pés
Já confiei em mentiras e confiei em homens
Fui quebrada, mas juntei meus pedaços de novo
Encarei o espelho e dei um soco até ele estilhaçar
Coletei os cacos e peguei uma adaga
Eu belisquei minha pele entre meus dedos
E desejei poder cortar algumas partes fora com umas tesouras"

Halsey - Nightmare


Fazia muito tempo que HanSeo não tinha um momento como aquele

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Fazia muito tempo que HanSeo não tinha um momento como aquele. Ver seu filho gargalhando deixava seu coração quentinho ao ponto de fazê-lo sorrir verdadeiramente.

- Vamos comer a sobremesa. - HanSeo se levanta e pega o sorvete, servindo seu filho, que pegou a colher começando a comer rapidamente. - Coma devagar ou vai engasgar. - Vincenzo olhou para aquela cena e seus olhos brilharam de um jeito diferente, e inconscientemente ele jurou proteger aqueles dois. - Você quer?

- Estou satisfeito. - Vincenzo não conseguia tirar os olhos deles dois, era como se tivessem imas.

- Quando você terminar, vá tomar seu banho e terminar suas atividades.

- Sì papi. - TaeHo falou de boca cheia.

HanSeo foi lavar a louça e Vincenzo se prontificou a enxugar, nesse meio tempo TaeHo saiu correndo para tomar seu banho, deixando seu pai e Vincenzo sozinhos na cozinha. De vez em quando troca de olhares acontecia, fazendo com que HanSeo ficasse nervoso e quase quebrando alguns pratos.

- Você é bonito. - Vincenzo fala do nada com toda naturalidade deixando HanSeo mais nervoso que antes.

- Hum... Bem.... É... Você também. - HanSeo gagueja nervosamente e continua o seu afazer, mas Vincenzo não queria ficar só naquilo.

Cassano larga no pano de prato e fica atrás de HanSeo, que fingia não ver a movimentação. Vincenzo abraça HanSeo por trás.

- Seu cheiro também é incrível, me faz ter pensamentos impuros.

- Vin-Vincenzo. - HanSeo não conseguia manter sua voz firme. - Não diga essas coisas.

- Eu adoraria te beijar agora. - Vincenzo deposita um beijo no pescoço de HanSeo, fazendo o mesmo se arrepiar.

- Pa... Não acredito, eu vou ter outro papai. - TaeHo entra correndo na cozinha e abraça HanSeo e Vincenzo. - Estou tão feliz, quando vai se mudar para cá?

- Mu-Mudar? - HanSeo se solta de Vincenzo e de seu filho. - De onde tirou isso? - Olha assustado para TaeHo.

- Você não está namorando o papai? - Aponta para Vincenzo.

- Claro que não, que absurdo é esse? Acabamos de nos conhecer. - HanSeo daí apressado da cozinha.

- Ele está com vergonha. - TaeHo de pronúncia. - Não desista dele, ele é uma boa pessoa. - E assim sai da cozinha deixando Vincenzo sozinho.

Cassano vendo que não tinha mais o que fazer ali, volta para sala, pega seu blazer e antes de sair deixa um papelzinho com seu número. E assim ele sai daquela casa e volta para a sua.

Vincenzo Cassano chega em casa pensativo mas seus pensamentos são atrapalhados por uma ligação de numero desconhecido.

- Eu acabei de sair...

- Creio que não seja de quem pensa.

- HanSeok.

- Sabia que por sua causa eu enfim achei meu irmão, depois de dois anos. - HanSeok gargalha. - Muito obrigado Cassano. - Ligação encerrada. - Aquele filho da puta. - Vincenzo joga o celular do outro lado da sala. - Eu dei uma chance a ele, mas agora se ele tocar um dedo naquela família... - Vincenzo para de falar e deixa a ameaça voar junto com o vento.

Enquanto isso na casa de HanSeo, TaeHo estava brincando na sala sozinho, pois seu pai não sai do quarto desde a hora que Vincenzo estava na casa. Mas sua diversão é interrompida com um toque estranho de celular, TaeHo se levanta do chão e vai até onde o barulho vem, chegando lá ele vê um celular jogado em cima do sofá e na tinha tinha o nome " Senhor".

- Quem poderá ser? - TaeHo pega o celular e o atende. - Alô?

- Que voizinha mais linda.

- Quem é?

- Como meu amado irmão não falou de minha pessoa para você? Que irmão ingrato.

- O tio mau.

- Ele mesmo.

- O que quer com o papi? - TaeHo tinha as bochechas infladas de raiva.

- Que volte para a Coreia.

- Ele nunca voltará, e nunca mais ligue para ele. - TaeHo desliga na cara de HanSeok e depois quebra o celular, o deixando em pedacinhos.

- Que barulheira é essa? - HanSeo desce as escadas apressadamente. - O que ouve?

- O tio mal ligou. - Fala ainda quebrando o celular. - Ele disse que o senhor deveria voltar para a Coreia, mas um pouquinho eu o mandava tomar sopa de garfo.

- Pare com isso, venha aqui. - HanSeo estica os braços e TaeHo corre para os mesmo se aconchegando e escondendo seu rosto na blusa de frio do seu pai.

- Eu não quero que ele te machuque. - TaeHo leva sua mãozinha a cicatriz na testa de seu pai. - Papi é a coisa mais preciosa, tem que ser cuidado e tratado com amor. - TaeHo já tinha lágrimas nos olhos.

- Ei!Não chore, se você chorar eu choro junto. Você não quer ver o papai chorar, ou quer?

- Não.

- Então não chore, vamos enxugar essas lágrimas, e por um grande sorriso no rosto.

Por fora HanSeo demonstra força, mas por dentro ele estava uma pilha de nervos, e por um momento ele teve certeza que suas noites de pesadelos iriam voltar com força, e que provavelmente acordaria gritando e pedindo por ajuda. E ele estava pedindo aos deuses que seu filho não acordasse no meio de uma de suas crises de pânico.

- Agora vamos jantar depois assistir um filme e dormir, que amanhã você tem escolinha e eu trabalho. - HanSeo se levanta e coloca seu filho no chão pegando na mãozinha do mesmo e indo em direção a cozinha.

Horas mais tarde HanSeo estava entrando em seu sono REM, então o que vinham naqueles 120 minutos não seria nada agradável.

Ele andava de mãos dadas com seu filho, quando HanSeok aparece do nada e pega TaeHo, HanSeo não conseguia o alcançar quanto mais ele tentava, mas sua amada criança se afastava. Ele gritava e gritava mas o único só que era ouvido era a risada de seu irmão.

- Eu disse que iria acabar com o parasita. - HanSeok segurava uma glock apontada para o hemisfério direito de seu filho. Ele podia ouvir o choro de TaeHo se misturar com as risadas sádicas de HanSeok. - Deveria ter matado quando mandei, pouparia meu tempo de vir até aqui para fazer o que deveria ter sido seu trabalho.

HanSeo estava banhado em lágrimas, sua respiração era interligada. Mas tudo parou quando um som de tiro foi ouvido e o pequeno corpo de seu filho caiu no chão de olhos abertos encarando HanSeo. Aquilo fez com que o pior grito já ouvido fosse emitido, era um grito de dor, dor pela perda de uma criança que não tinha culpa de um ser humano ter nascido daquele jeito.

- Espero que da próxima vez, faça o que eu mando.

HanSeo acordou em um sobre salto, suado e com o rosto banhado em água que escorria feito cachoeira de seus olhos.

- Adeus noites calmas.

E assim sua rotina teve seu retorno.

Small Doses - Vincenzo/HanSeoOnde histórias criam vida. Descubra agora