Capítulo 1 - Carry You (Te Carregar)

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"Eu sei que dói
É difícil respirar às vezes
Essas noites são longas
Você perdeu a vontade de lutar

Tem alguém aí fora?
Você pode me guiar até a luz?
Tem alguém aí fora?
Diga-me que tudo vai ficar bem"

Ruelle ft. Fleurie - Carry You

Jang HanSeo entra em seu apartamento e enfim suspira aliviado, ele não sabia mais o que fazer, seu irmão estava ficando cada dia mais louco, e isso estava acabando com Han-Seo

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Jang HanSeo entra em seu apartamento e enfim suspira aliviado, ele não sabia mais o que fazer, seu irmão estava ficando cada dia mais louco, e isso estava acabando com Han-Seo. O seu psicológico está quase no zero, ele só queria poder viver sem tudo isso, sem aquele sentimento de medo a cada passo que ele dá, todo o dia pensando que se respirar errado ele pode morrer a qualquer momento.

Sabe quando você está em seu quarto e começa a pensar em tudo, e aquele sentimento de solidão te pega, era assim que HanSeo vivia a cada segundo de seu dia, depois que seu pai morreu ficou pior, ele só queria ter uma família, pertencer a algo, pelo menos ter o sentimento de proteção que sempre ouviu falar, mas a única coisa que ele tem é o medo constante de morrer.

HanSeo anda até o seu quarto e entra, em seguida vai em direção ao banheiro, às vezes olhar no espelho é difícil, mas ele olha, encara seus olhos tristes e sem vida.

- Até quando? - HanSeo estica sua mão direita e toca sua imagem no espelho. - Eu queria respirar. - Uma lágrima solitária desceu de seu olho esquerdo e pinga na pia. Ele só queria sorrir, pelo menos uma vez na vida, um sorriso verdadeiro e genuíno.

Já fazia mais de uma semana que seu irmão estava enlouquecendo, enfim alguém conseguiu abalar as estruturas dele. E por um momento, foi uma fração de segundos HanSeo sentiu um pingo de felicidade. Ele sentiu que seu irmão não era invencível, e que lá fora tinha alguém que poderia acabar com ele, acabar com seu sofrimento, e quem sabe lhe dar um pouco de paz. Han-Seo sai do banheiro já vestido para dormir, se deita em sua cama e passando alguns minutos ele dorme, mas como todas as noites, essa também não seria calma.

Toda noite ele sonha com a mesma coisa, solta os mesmos gritos, e derrama mais lágrimas. Toda noite ele fecha os olhos e ver aquelas íris que lhe assusta desde quando era criança, ele sente a vida saindo de suas veias, seu coração parar de bater, sua respiração ficando cada vez mais lenta, e enfim o brilho sair de seus olhos, e nenhum movimento mas é feito, apenas o sorriso de seu assassino. E assim HanSeo acorda com a respiração descompassada e todo molhado de suor. Mas como sempre ele sofre calado, sem ninguém para ajudá-lo, não tem para onde ir quando está com medo. Ele não tem nada, apenas o vazio que o sufoca a cada dia, e cada dia o faz querer desistir. HanSeo só queria gritar, gritar e gritar, e quem sabe alguém escutar seus gritos de ajuda.

Ele se levanta da cama e tira os lençóis molhados, toda noite ele já deixa novos do lado, além de uma roupa nova de dormir. Depois de noites sonhando a mesma coisa e acordando do mesmo jeito, ele criou uma rotina, e nada aquilo era novidade, era sempre do mesmo jeito, todo dia e toda noite, sempre a mesma coisa, a mesma dor, e o mesmo vazio.

(...)

HanSeo evita o olhar de seu irmão, ele não consegue olhar.

- Ele vai pagar por tudo, ele pensa que pode fazer qualquer coisa e sair sem ferimentos? - HanSeo treme de medo quando escuta o grito alto de seu irmão, seja lá quem tenha o deixado assim.

- Senhor? Posso fazer algo? - HanSeo deixa sua voz o mais firme que pode.

- Apenas fique parado. - HanSeok pega um dos enfeites pesados que tem na mesa e joga na direção de HanSeo, acertando o mesmo na testa, fazendo um filete de sangue escorrer por seu rosto. - Saia de minha frente.

- Sim senhor - HanSeo lança um falso sorriso e pega seu blazer e sai da sala limpando o sangue que não parava de escorrer. Talvez um dia isso mude.

HanSeo sai da empresa e começa a andar pelas ruas, ele vagava sem rumo ele queria apenas esquecer, e quem sabe sumir, talvez hoje seja o dia. Há alguns anos HanSeo tentou cometer suicidio, mas infelizmente ele apenas conseguiu uma semana no hospital. Suas lembranças daquele dia somem como fumaça quando o mesmo escuta o choro de bebê.

- Onde? - HanSeo anda mais um pouco e vê uma caixa do lado de uma grande lata de lixo azul. Ele se abaixa e abre a caixa lentamente e grandes olhos negros como a escuridão o encaram brilhando com as lagrimas do recente choro. - Um bebê? - HanSeo o pega no colo e a criança leva sua pequena mãozinha e a deposita no rosto palido de HanSeo. - Tão pequenininho, quem fez uma maldade dessas? - Ele olha em volta mas não ver ninguem por perto. Então aconchega o bebêr melhor em seus braços e andou apressadamente até seu apartamento, chegando no mesmo ele vai em direção de seu quarto e coloca a criança em sua cama e a embrulha com o edredom até que forme uma pequena bolha protetora. - O que eu faço? - Enfim a realidade o toma. - E se HanSeok... Não quero nem imaginar. - Anda de um lado pro outro com ambas as mãos na cabeça. - Tenho que te manter seguro. - Ele vai até o pequeno pacote e o segura protetoramente nos braços. - Ele não vai tocar um dedo sequer.

Mesmo que HanSeo tenha acabado de encontrar aquela criança, a mesma tinha ganhado seu coração com apenas um olhar. Ela tinha um olhar diferente, era como se você pudesse ver o mundo atraves daquelas orbes negras como um buraco negro. E assim, naquela noite, que tinha começado com um péssimo dia, HanSeo achou algo que o faria viver e lutar até seu último suspiro. Olhando para aquela pequena coisinha em seus braços ele soube que lutaria até não ter mais forças.

- Tenho que comprar coisas para bebês. - Ele coloca a criança de volta na cama e vai até o computador e começa a fazer uma extensa pesquisa, depois de quase uma hora ele se levanta e percebe que o pequeno embrulho dormia profundamente, parecia um anjinho. HanSeo faz um cercado improvisado de travesseiros e depois sai de casa, ele vai até o supermercado mais próximo e olha sua lista de comprar, pegando tudo que tinha na mesma e colocando no carrinho. Assim que pega tudo, ele paga as compras e volta rapidamente para casa. Não podia deixar... - Que nome darei a ele? - Era seu novo questionamento. - Nem acredito que vou ser pai... Eu já sou pai. - Mais uma vez a realidade lê estapeou. Mas deixando isso de lado ele chega em seu apartamento e a primeira coisa que faz é soltar suas compras de qualquer jeito no chão e ir direto para seu quarto e para sua surpresa e espanto. - Senhor? 

Small Doses - Vincenzo/HanSeoOnde histórias criam vida. Descubra agora