Por mais que o caminho até a agencia de Hawks fosse longo e até cansativo, para Yume valia a pena caminhar por Kyushu e apreciar um pouco da cidade enquanto caminhava tranquilamente pela enorme cidade.
Tudo parecia bem monótono naquele dia, poucos civis andavam pelas ruas e pouquíssimos carros se moviam pelas rodovias. Ao parar no sinal principal do cruzamento, Yume viu uma silhueta estranhamente familiar e intimidadora. A morena sabia que já havia visto aquele rosto cheio de queimaduras pelo menos uma vez no jornal da tarde com um nome diferente do que ela conhecia, e por isso ela pretendia passar bem longe daquele homem de cabelos escuros e jaqueta de couro, porém o mesmo estava parado na única rua que Yume não podia desviar, a rua principal que a levaria até a agencia.
Respirando fundo e tomando coragem o bastante para erguer o rosto e caminhar corajosamente pelo homem estranho, Yume se sentiu assustada, porém confiante ao finalmente passar pelo homem, que apenas levantou o rosto, deixando visíveis as cicatrizes, e mostrou um sorriso leve.
— Ei, morceguinha. Onde pensa que vai? — A voz rouca a chamou e Yume engoliu seco. Ela não travou, pelo contrário, ela se adiantou e continuou seu caminho. — Oe, garotinha, eu tô falando com você.
— Eu não te conheço. — Ela disse em voz alta e continuou andando.
— Conhece sim, então para de fingimento antes que eu te queime. — Ele disse se aproximando da garota aos poucos, que congelou de imediato e sentiu o braço quente contornar seus ombros. — E aí, morceguinha?
— T-Touya... O que você tá fazendo em Kyushu? — Ela questionou com a voz trêmula. — Como sabia que eu estava aqui?
— Eu não sabia, na verdade. Só te vi porque você passou na minha frente com essa carinha fofa. — Ele riu com deboche. — Vim encontrar um conhecido meu.
— Então... Por que você veio atrás de mim? O que você quer de mim? — Ela questionou cobrindo o nariz ao sentir o forte cheiro de carne queimada misturada com um perfume amadeirado ainda mais forte.
— Eu não quero nada, sério. — O homem riu e Yume o encarou confusa. — Só pensei que, como estamos os dois em Kyushu, podemos ir juntos até nossos destinos, sabe? Até porque, uma garotinha fofa da U.A. perambulando por aí sozinha chama muita atenção, entende?
— Ah, certo... — Yume afirmou um pouco desconfiada. — E pra onde você vai, Touya?
— Me chame de Dabi. — O homem a corrigiu enrolando um dedo nos fios de cabelo platinados de Yume.
— Não acha que vai chamar atenção assim? Usando seu nome criminal. — Ela questionou segurando a mão de Touya e a tirando de seu ombro.
— Vai chamar mais atenção ainda se usar o nome de um morto. Use Dabi comigo quando não estivermos sozinhos. — Ele disse sério colocando as mãos nos bolsos da calça.
— Você fala como se nos encontrássemos sempre... — Yume suspirou. — E que diabo de roupa velha é essa? Uma jaqueta de couro sintético toda rasgada, quer dizer não tinha nada melhor no bazar?
— Olha quem fala... Que droga de quimono feio é esse? — Ele riu puxando a manga do quimono de Yume. — Fogo azul e fundo branco? O que você tá insinuando, não gosta do novo eu?
— Não tô insinuando nada. — Ela puxou a manga para si. — Você é o único se ofendendo aqui. — A morena disse seguindo seu caminho.
— Sei... — Dabi resmungou a acompanhando. — Então, Aizawa-chan, me conta, como é estudar na tal da melhor escola de super-heróis? — Ele questionou ficando ao lado de Yume.
— É como uma escola normal, só um pouco mais rígida. Nada demais, sabe? — Ela respondeu sem o olhar.
— Só um pouco mais rígida, huh? E toda aquela proteção rigorosa na entrada? — Dabi questionou um pouco descrente.
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I'm Your Angel, Babe
Fiksi PenggemarYume A. Kurosaki é uma adolescente de quase 16 anos, com um par de asas e penas que viram metal como individualidade. Ela está cursando seu primeiro ano na turma 1-A da renomada escola para heróis UA. A garota possui um trauma de lugares altos devid...