𝑃𝑒𝑛𝑠𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑝𝑒𝑐𝑎𝑚𝑖𝑛𝑜𝑠𝑜𝑠

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Eu era incapaz de discernir a quantas horas meu corpo brigava com o saco de areia pendurado em minha frente

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Eu era incapaz de discernir a quantas horas meu corpo brigava com o saco de areia pendurado em minha frente. O cansaço parecia longe de me atingir, apesar do tempo que se passava.

Os nós de meus dedos gritavam em protesto, mas minha mente rugia. Nenhum queimor me faria parar.

Você não será fraca. Nunca mais será fraca.

O pensamento cantarolava com insistência. Eu jamais fui fraca. Pra ser sincera, eu achava que não era.

Eu realmente acreditava naquilo? Ou estava tentando convencer a mim mesma daquela porra?

Perguntas sem respostas.

Igual a todas que eu me vinha fazendo durante esses dois dias que se passaram. Um intervalo de cinco dias até outro filho da puta ruivo querer me levar também.

A única explicação coerente que se projetou em meu cérebro, seria eu ,supostamente, estar escorrendo ouro por minha intimidade para despertar tanto interesse.

Eu me lembrava daquela noite com precisão.

Antes que eu pudesse gritar aos seguranças na entrada de minha casa, Eris havia tampado minha boca com força. O infeliz parecia ser imune a dor, porque eu o tinha mordido. Mas ele não se mexera um centímetro sequer de onde sua mão apertava meu lábios.

E quando seu telefone tocou, ele colocara um pano em minha boca. Algo como satisfação preencheu suas feições naquele momento. Algo sujo tomava conta de seus olhos, enquanto eles passeavam pelo meu corpo.

E até hoje não tive conhecimento de quem era do outro lado da linha. Quem tinha feito Eris sorrir com tamanha alacridade. Também não me permiti pensar demais. Quem quer que fosse, lhe disse coisas suficientes para me apagar assim que ele encerrou o contato.

A única coisa que me recordo antes de desmaiar, foi a pressão que Eris havia colocado em um local preciso no meu pescoço. Depois, sombras e escuridão me engoliram.

Acordei com minha irmã em prantos em cima de mim. Desejei estar morta por um maldito segundo. Até olhá-la.

Percebi que Susse se tornara uma motivação para que eu vivesse epicamente.

Sempre temos que procurar um motivo em algum lugar para continuarmos respirando. Seja dentro de nós, ou dentro de quem estar ao nosso redor, por mais que não nos restem muitas coisas ou pessoas a quem recorrer. A mim, só existia Susse. Eu enfrentaria a própria morte para protegê-la.

Havia sido nós duas todo esse tempo. Desde quando eu parecia o urso pooh no jardim, e ela a Roz dos monstros S.A.

Azriel: Guarda-Costas Onde histórias criam vida. Descubra agora