𝐸𝑢 𝑠𝑒𝑖 𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑞𝑢𝑒𝑟 𝑖𝑠𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑜𝑟 𝑗𝑒𝑖𝑡𝑜

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𝐴𝑁𝑁𝐸𝐿𝐼𝐸𝑆𝐸 𝐻𝐴𝑆𝑇𝐼𝑁𝐺𝑆

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𝐴𝑁𝑁𝐸𝐿𝐼𝐸𝑆𝐸 𝐻𝐴𝑆𝑇𝐼𝑁𝐺𝑆

Eu estava esforçando-me para manter o equilíbrio enquanto descia os degraus da escada que nos levariam a um lugar longe de ouvidos curiosos. Senti Azriel em minhas costas e seu olhar captando cada movimento meu. Sabia que não poderia conversar com ele em qualquer lugar. Não quando corria o risco de um dos três merdas lá embaixo nos escutar.

Então, veio-me na cabeça um lugar onde foi meu refúgio por muitos anos.

Tínhamos uma adega embaixo da casa. Sempre havia sido meu esconderijo quando pequena, o lugar para onde fugia de tudo e todos. Era um cômodo luxuoso, mas pouco habitado. Possuía tudo que um bom apreciador de vinhos ansiava. Mesa de sinuca, uma caixa de som, pouca iluminação, prateleiras e mais prateleiras cheias de vinhos importados, e uma decoração rústica aconchegante.

Depois que comecei a beber, não saía muito daqui. O prejuízo que dei a Blake nos anos que seguiram-se após a morte de minha mãe foram impagáveis.

Chorar e beber na época parecia a melhor coisa a se fazer para me curar, para mandar a dor embora. Mas o engraçado era quê, ela ainda permanecia cravada em meu coração.

Sem me dar conta e perdida em devaneios, pisei em falso. Mas algo impediu que meus joelhos beijassem o chão — as mãos de Azriel me seguraram —, firmando-me no lugar.

Engoli seco quando seus olhos, queimando em um fogo desconhecido, me encontraram.

— Obrigada — balbuciei, com a voz carregada de tormento.

— Não a deixaria cair.

— Eu sei que não — Seu semblante carregava a frieza habitual, e por um breve momento desejei toca-lo.

Aquele rosto perfeito, desenhado minuciosamente, era preenchido por sentimentos que em vários momentos eu não conseguia identificá-los. Ele sempre me despertava a curiosidade, cada vez que voltava meu olhar para sua face.

Umedeci os lábios, me desvencilhando de seu toque — ou tentando —, já que Azriel parecia me trazer mais para perto cada vez que tentava me afastar de seus braços fortes.

Caminhei até o final do corredor, parando frente à uma porta. Seu matéria era de um preto fosco exuberante, sua altura daria mais de duas de mim.

Sem delongas, acessei o codificador, liberando as trancas da fechadura.

— Entre — disse exausta, segurando a porta pra que Azriel passasse.

Azriel: Guarda-Costas Onde histórias criam vida. Descubra agora