𝐷𝑖𝑔𝑎 𝑎 𝑒𝑙𝑒𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑢 𝑒𝑟𝑎 𝑓𝑒𝑙𝑖𝑧

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𝐴𝑁𝑁𝐸𝐿𝐼𝐸𝑆𝐸 𝐻𝐴𝑆𝑇𝐼𝑁𝐺𝑆

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𝐴𝑁𝑁𝐸𝐿𝐼𝐸𝑆𝐸 𝐻𝐴𝑆𝑇𝐼𝑁𝐺𝑆

Meu peito estava apertado.

Desde o momento que deixei a OFS até agora, na manhã seguinte, o bile permanecia em minha garganta como uma navalha. O ar não parecia suficiente para mim. Limitado.

Eu culpava a mensagem que recebi de meu pai às três da manhã, duas horas atrás. Por mais que não pudesse vê-lo, ele me pareceu alegre e contente por voltar para casa. Alegando que tinha uma supresa para mim. Algo especial e que eu jamais esqueceria.

Meu pai nunca foi de surpresas. Nunca me deu presentes. Blake sempre dizia que os cartões eram tudo que eu precisava e que podia comprar coisas de meu agrado com eles. Apertei mais o robe ao redor de minha cintura, calçando minhas pantufas coloridas.

Elas costumavam me dar sorte. As pantufas e algo forte me fariam bem agora.

Eu sei, eram apenas cinco da manhã, mas eu precisava de um pouco de álcool para encarar Enrico e Blake.

Deixei os dois à par de tudo que aconteceu por telefone. Enrico nunca demostrou preocupação comigo, então não me surpreendi quando não me deu retorno. Blake perguntou se eu e Susse estávamos feridas, apenas.

Não esperava muito mesmo.

Depois que deixei meu quarto, fui até ao bar que era próximo a sala, pegando o vinho mais caro de meu irmão. Foda-se Enrico e toda a sua elegância de merda. Ele era um bosta e me devia pelo menos um vinho caro.

Tirei a rolha, me servindo de algumas libras da mariquinha.

O pensamento me fez ri. Sempre achei Enrico patético. Era normal irmãos não se aturarem por um tempo, mas eu e ele era fogo e pólvora. Desde sempre. Enrico sempre me odiou. Quando éramos criança o desgraçado roubou meu peixe do aquário, o fritou, e serviu no meu jantar de aniversário.

Mamãe ficou horrorizada, mas o pequeno demônio que ela chamava de filho parecia não se importar nenhum um pouco. E foi a primeira vez que Enrico me fez ter medo dele. Porque enquanto eu chorava e vomitava ao lado da cadeira olhando meu peixinho, ele curvou os lábios em um sorriso diabólico.

Derramei de uma vez o líquido em minha garganta, me servindo de outra taça. Peguei a garrafa e segui para o sofá, afundando na maciez das almofadas.

Susse estava no hospital, a residência acabava com a minha irmã. Ela chegava, dormia poucas horas só para sair de novo. E só quando tinha tempo, fazia terapia. Eu até tentei acompanhá-la algumas vezes, mas em menos de vinte minutos sai da porra da sala soluçando e odiando a terapeuta.

Falar da minha mãe nunca foi meu assunto favorito.

Eu adorava pensar nela, mas não aguentava falar em voz dela. Parecia que nenhuma palavra era digna o suficiente para defini-la. Então, jamais o fiz.

Azriel: Guarda-Costas Onde histórias criam vida. Descubra agora