E se eu te dissesse que nosso Encantador de Sombras não faz parte de Velaris nessa história? E que está longe de ser uma história mágica, regada por fantasia?
Você verá agora Azriel como um agente da OFS (Operações e Forças Secretas). No mundo real...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
As palavras de Azriel rebobinavam em minha mente, enquanto seu olhar prendia-se a mim. O ar de meus pulmões se esvaíram, dificultando a regulação de minha respiração. E pela primeira vez em muito tempo, eu me sentia intimidade pelo seu olhar arrebatador. E condescendente.
O jeito que seus braços estavam cruzados, a forma que seus cabelos negros caiam em sua têmpora, se tornara algo presente em minha memória. E mesmo sobre aquele tecido preto que cobria tudo o que ele era, eu conseguia vislumbra-lo.
Toda vez que meus olhos fechavam-se, eu visualizava Azriel bem em minha frente, mesmo sem ele estar. Eu sentia seu cheiro, mesmo estando quilômetros de distância longe de mim. E nos últimos sete dias, não havia sido diferente. Era forte algo forte e desconcertante.
Eu escolheria você, amor.
A forma que a palavra amor saia de seus lábios era sincera. Meu coração aquecia-se no mesmo instante que seus lábios me denominavam daquela forma. Apesar de tudo que estava sobre nós, a única garantia de que algo era real, era forma que eu me sentia em relação a ele. E aquilo queimava algo dentro de mim.
— Uma coisa contraditória, já que você me odeia tanto.
— Já esqueceu o que eu disse dias atrás? — Ele ergueu uma de suas sobrancelhas.
Como poderia esquecer aquele comentário sujo que ele proferiu há um tempo atrás. Que mesmo me odiando poderia... Ah porra. Eu tinha calafrios toda vez que pensava no fim daquela frase.
— Lembro, Azriel. — Levei meu corpo até sua frente. — Não é segredo para ninguém o quanto você me deseja, não é?
— Eu jamais escondi, amor. O que não quer dizer que eu goste de você. — Meus pelos eriçaram.
— E por que você não pega logo o que tanto deseja? Seu desprezo e orgulho são tão grandes assim? — Seus músculos tencionaram.
Azriel levou uma mecha de meus cabelos para atrás da orelha, mantendo seu contato visual no meu. Minha boca abriu-se ligeiramente, em um convite silencioso. Ao mesmo tempo que sua mão desceu até a curva de meu pescoço, Azriel pressionou firmemente o pedaço de pele exposta me trazendo para ele.
Sua respiração roçou nos meus lábios, assim como seus olhos queimavam em silêncio nos meus. Eu duvidada que poderia me firmar no chão se ele me soltasse.
— Posso ser o homem mais desgraçado e maldito que você já conheceu, Anneliese. — sussurrou Az. — Mas eu sou um desgraçado de boa memória. E me recordo, ragazza, de suas palavras naquele provador minúsculo e daquela sua brincadeirinha fodida.