capítulo 3

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[ Lia ]

O caminho para o parque foi divertido, o carro do Luccas era grande e espaçoso, parecia ter custado muito caro. E tinha cheirinho de algodão doce.

Luccas vez ou outra me espiava pelo retrovisor afim de saber se eu estava segura, ele havia colocado cinto de segurança em mim e eu não entendi o por quê, mas sempre que ele olhava eu soltava um sorrisinho que as vezes não era retribuído... Ele parecia pensativo e perdido.

- Moleque, não me faz essa cara de paisagem. - Bruno disse enquanto abria garrafa de água - Não quero parecer no jornal nacional morto porque meu amigo não sabe dirigir.

- Essa água é minha, me devolve. - Foi tudo que Luccas disse naquele momento

- Que isso? A gente é irmão, brother, camaradas, já dividimos até a cama

Luana soltou uma risada alta logo depois da minha. Eles eram ótimos amigos, apesar das brigas sem motivo, era bom ter amigos e não só ficar em casa observando a Joana e o Papai trabalharem enquanto brinco sempre com a mesma coisa. Não estou reclamando, eles são ótimos, o papai sempre cuidou e me deu o necessário, a Joana sempre fez comidas deliciosas nos meus dias mais tristes durante escola. Mas eu tinha 18 anos e as vezes gostava de viver como se tivesse mesmo.

É bom ter amigos que não me acham estranha, eles foram gentis desde o início e mesmo não entendendo, me acolheram como uma deles.

- Chegamos. - Disse Bruno abrindo minha porta.

Tirei meu cinto e puxei minha mochila para coloca-la nas minhas costas, Bruno prontamente tratou de me ajudar.

- Oh. Eu consigo! - Falei com um sorriso - Obrigada BruBru

- Ai, que coisa fofa. - Ele disse afinando a voz e batendo a porta encarando o Luccas - Vamos levar para casa.

- Ela não aguentaria 2min do seu lado. - Respondeu Luccas com desdém

Andamos 5minutos pelo parque em busca de um brinquedo que o Luccas não tivesse medo ou achasse chato, eu confesso que ele era bem crítico quando se tratava de brinquedos mas eu gostava de todos.

Ele andava rápido com Luana agarrada em seu braço direito e o olhando como se fosse um prêmio, ele não parecia incomodado mas eu e o Bruno rimos disso baixinho. Talvez eles fossem um ótimo casal, a Luana fala dele desde que sua carreira estourou. Todas as meninas gostavam e colecionavam coisas dele, nunca entendi o desespero por um menino só. Tem tantos pelo mundo, para que brigar por um que não está nem aí?

- Quelo ir na roda gigante! - Falei encarando o Luccas.

- M-mas... - Ele observou quão grande ela era - ... Você não tem medo de altura?

- É uma cabine enorme de ferro com janelas, onde que alguém teria medo? Só você mesmo. - Falou Bruno

- Calado. Tá... Tá... Vamos, podemos ir. - Luccas disse por fim

Eu e o jogador estávamos parados na fila enorme, aguardando Bruno e Luana comprarem os ingressos, mas Luccas parecia nervoso e impaciente, ele agarrou com força minha mão, me puxando para o caixa.

- Desculpa jovem, só entra com ingresso. - A Senhora do caixa disse sem olhar para nós.

Luccas continou parado esperando atenção.

- Luquinhas vamos voltar para o final da fila... - Falei com medo de ser expulsa.

- Eu já disse que... Oh. - A Senhora parecia chocada - Senhor Luccas... Você... Pode passar claro. Mil desculpas.

- Que gentil. Obrigado senhora. - Ele colocou de volta seu casaco na cabeça e continuou me levando para uma das cabines da roda gigante.

- E o Bruno? E a Luana? - Perguntei

Um jogo Perfeito [Infantilismo] - HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora