capítulo 12

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[ Luana ]

Já se passaram duas semanas duas semanas desde o acidente do Luccas. Lia saiu apenas com uns arranhões e um braço torcido, mas já estava recupera e apenas cuidando dos machucados abertos. Luccas estava em coma durante essas semanas e não reagia a nada, nenhum médico acreditava em chances de que ele saísse dessa, mas o Brunno todos os dias ia ver o Luccas e ficava segurando sua mão enquanto orava por ele.

A mídia espalhou o caso rapidamente e todos já sabiam que a situação do Luccas era quase irreversível. Jogos foram cancelados, havia homenagens e hastags subindo todo dia torcendo pelo Luccas, até pessoas que não viam futebol se encantavam pelo menino que sorria e gravava stories todos os dias com humor que só ele tinha.

...

Quando me perguntam os motivos para eu gostar tanto de futebol, eu lembro do papai. Ele morreu ano passado devido a um câncer terminal no estômago, os últimos dias acabaram com ele de todas as formas e foi muito traumatico. Ele passou vida toda assistindo futebol, e logo quando Luccas entrou para o time, há 4 anos atrás, meu pai o adorou, mas também foi a época em que ele descobriu a doença. Sim, ele sofreu por 4 anos. 

Eu passava dia no hospital quando tinha jogo só para assistir com meu pai. Luccas também me cativou, com o sorriso, a alegria e gentileza que ele mostrava nos jogos, stories e entrevistas. Olhar para o Luccas desse jeito na minha frente, cheios de tubos saindo e entrando, era como se eu estivesse vendo o meu pai sofrendo de novo.

A Lia não saiu de casa desde que o Luccas sofreu acidente, ela disse que não conseguiria ver o Luccas e seria maldade faze-la passar por isso.

- Com licença, vim limpar o machucado o paciente. - A enfermeira disse.

Brunno deu espaço a ela, soltando a mão do Luccas e ficando ao meu lado.

A enfermeira moveu sua cabeça levemente para ver melhor, e tirou a faixa que protegia.

- Como está? - perguntei

- Bem melhor, já está fechando. - Falou - Mas não significa muito, o problema é lá dentro. Sobreviver á uma batida daquela ja foi um milagre.

- Ele não tem nenhuma chance de acordar? - Bruno falou se recompondo.

- São muito baixas. O Luccas não reage a estímulo nenhum, mas vamos relevar, tá tudo tão recente. O coma ajuda ele a descansar. 

- Eu não vou descansar enquanto ele não acordar. - Bruno disse.

[ Lia ] 

O rosto pálido do Luccas se passava todo dia na minha cabeça.

O sangue escorrendo do seu nariz, sua boca cuspindo sangue e sua cabeça quase aberta o causando uma dor imensa. Tudo isso se passava todo dia e toda hora na minha mente, inclusive nos meus sonhos. Eu não aguentaria mais a dor de perder quem eu amo, não aguentaria vê-lo partir, não aguentaria não responder sua pergunta e ele partir sem resposta. 

Luccas, você precisa voltar nem que seja para me ouvir.

Saio dos pensamentos com papai na porta segurando uma bandeja com frutas e um lanchinho, e logo atrás o Brunno. Eu não o via desde o dia do acidente. Sua barba estava grande, seu cabelo estava sem corte e sua roupa era quase um pijama e eu compreendo, Luccas era seu amigo e irmão.

Papai depositou a bandeja na cômoda e saiu, dando abertura ao Brunno.

- Eai, Lia? Como você está? - Ele disse de forma calma. 

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