capítulo 1

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- PAI, eu não quero ir... Pû favô! - Cruzei os braços diante do pote cheio de cereal colorido.

- Olha, filha... Sua mãe está em viagem de trabalho. Você não pode ficar sozinha, mal sabe cozinhar um ovo. - Disse meu pai impaciente

- Papai... Eu sei comer cereal olha.... - Falei, pegando a colher fria.

Péssima hora para abrir minha boquinha, minha mão esbarrou no pequeno pote e toodo leite com cereal foi ao chão, sujando minha saia rosa e todo chão de madeira que tinha sido polido pela Joana, nossa ajudante. Por sorte ela era gente boa e não tentaria me fazer limpar com a língua.

Meu pai estava de braços cruzados esperando um argumento mas nada saiu da minha boca. Ele apenas me tirou dali e pediu que eu fosse me trocar, a bagunça seria limpa por ele.

Me dirigi ao meu quarto, talvez eu pudesse enrolar até a gente atrasar... Mas o estádio é tão... tão perto. Tomei um banho rápido tomando máximo de cuidado para não molhar meu cabelo e corri com a toalha até minha cama macia e quentinha, pela janela dava para ver o sol que apesar de brilhar ainda permitia um clima gostosinho para passear no parque e brincar.

Como se veste para um estádio? É quente ou frio? Posso ir de saia? Meu olho brilhou vendo minha mochila novinha de UNICÓRNIO que ainda estava embalada, meu pai tinha pedido na Shopee e demorou bastantão para chegar. Com certeza eu a usaria! Ninguém tinha uma igual mesmo. 

- Não... Lia... O que é isso? Filha... - Meu pai tentava falar

- Pai, eu já não queria ir... Posso pelo menos me vestir como quero?

- Parece que tem 10 anos.

- E já basta ter altura. - Comentou a Luana, a amiga que me acompanharia.

É a intenção velhote, pensei.

- Mas eu sempre me visto assim. Além do mais, vou com a Luana e ela gosta dessa roupa! Ela prometeu ir combinando comigo.

De fato, Luana estava com mesma roupa que eu só que com cores escuras. Ela adorava qualquer roupa preta e um delineado, ficava até diferente quando a via sem, mas ainda bonita de todas as formas. É aquela amiga que além de legal, é linda e o sonho dos meninos e talvez das meninas.

Se estiver curioso, eu estava usando uma saia colegial cor de rosa, um casaco moletom branco e por baixo uma blusinha sem manga caso eu sinta calor. Na minha mochilinha, tinha dinheiro para lanchinho, brinquedinho sensorial e meus documentos... Tá faltando algo... Olhei em volta... O que faltava? Subi correndo e vi minha chupeta na cama e logo joguei na mochila de volta e corri em direção ao carro.

Papai tinha um carro enorme, Eu e Luana ficamos todos aqueles incontáveis minutos no carro e quando menos esperamos estávamos naquele estádio enorme.

Observei em volta e ainda estava bem vazio.

- Pai. - Ele parecia encantando vendo tudo do alto. - PAPAI, acho que chegamos cedo demais, não tem ning-

- Não é lindo? - Ele disse

Minha cabeça deu tela preta.

- Mas... É só mato - Falei

- É HISTORIA, SABE QUANTAS VEZES ELE FOI CAMPEÃO?

- Érrr... Érrr... Muitas? - Falei

- SIM! Mais do que seus dedinhos podem contar, meu amor.

Eu tenho muitos dedos, pensei.

- Noooossa, e você viu todas né? - Soltei uma risada

- Engraçadinha, tá me chamando de velho? - Ele disse

Um jogo Perfeito [Infantilismo] - HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora