Uma semana pode mudar tudo

Capítulo 4

          Liam, Zayn e Niall já tinham ido embora, mas não antes de Niall puchar Harry para um canto para lhe contar que Zayn tinha pedido seu número e como ele achava que o garoto moreno era a pessoas mais bonita do mundo. 

          Talvez fosse a cerveja (com certeza era a cerveja), mas Harry ainda não tinha entendido o que aconteceu direito. Louis estava tirando as últimas latinhas da sala e o garoto de cabelos cacheados esperava que ele pudesse lhe dar algumas respostas. 

          -Louis -Harry disse se aproximando 

          -Hmm?- Louis perguntou, deixando as latinhas na pia. 

          Harry exitou por um momento, ele não queria parecer intrometido ou indelicado, mas para obter as respostas que ele queria não tinha outro jeito. Ele respiro fundo e perguntou:

          -Seu amigo Zayn, ele é gay?

          Louis pensou por um tempo. Por que ele estava perguntando isso?

          -Sim... algum problema com isso?

          -Não, não, claro que não. -Harry respondeu, surpreso por Louis ficar na defensiva. 

          Um silêncio constrangedor tomou conta dos dois. Ambos estavam assustados com como essa conversa ia acabar. 

           -Você acha que Niall é gay também? -Harry perguntou. 

          -Ele parecia muito confortável com o beijo para ser hétero. -Louis respondeu pensativo. -Ele é seu amigo, vocês não conversam sobre isso?

          -A única vez que conversamos sobre sexualidade foi sobre a minha. -Harry falou. Logo depois ele travou. Ele tinha mesmo falado isso? Droga, droga, droga! Ele olhou para Louis, rezando para que ele não tivesse ouvido. 

          -Por que você conversam sobre a sua sexualidade?

           -Droga. -Harry murmurou, tentando pensar em uma resposta, mas sua mente estava em branco e mesmo se não estivesse, não tinha como convencer Louis que ele era hétero depois disso. 

          Tudo em que Harry conseguia pensar era que agora Louis o odiaria e ele não aguentaria isso. Não importava se todos em sua escola o chamassem de aberração, mas se Louis fizesse o mesmo, isso quebraria seu coração de um modo que não desse mais para consertá-lo. 

          Harry saiu da cozinha e subiu as escadas correndo. Quando chegou a seu quarto suas bochechas já estavam encharcadas. Ele se jogou em sua cama e abraçou seu travesseiro. Ele soluçava, imaginando Louis, ainda na cozinha, enojado e arrependido por ter passado o dia com ele. Harry não o culpava, quem gostaria de passar sequer um segundo com um garoto feio, patético e patético como ele?

          Ele ouviu passos no corredor, vindo em direção de seu quarto. O garoto rezou para ter lembrado de trancar a porta, mas obviamente, sendo estúpido do jeito que é ele esqueceu. 

          Louis ficou parado na entrada do quarto, apenas olhando para o garoto mais novo, que tentava conter suas lágrimas. Ele não sabia o que tinha feito de errado, mas queria dar um grande se soco na cara por ter feito o Harry ficar daquele jeito.

          -Por favor vá embora. -o garoto de olhos verdes falou, o rosto escondido pelo travesseiro. 

          Mas Louis não foi embora, ele se aproximou da cama exitante. Ele nunca foi bom com em reconfortar pessoas, normalmente ele simplesmente contaria piadas até a pessoa rir. Funcionava com suas irmãs, mas diferente delas, Harry não estava com um joelho ralado. Na verdade, ele não fazia ideia do que Harry tinha. 

          -Ei, tá tudo bem- Louis falou se sentando perto de Harry, que se encolheu ainda mais, tentando ficar o mais longe possível. -Harry, me desculpa. Eu não sei o que eu fiz, mas eu realmente não tive a intensão de te ofender. 

          O quarto ficou em silêncio de novo. Após um tempo Harry, que tava esperando ser chamado de "erro de Deus" e tantas outras coisas que ele já tinha ouvido, teve um momento de clareza. Louis tinha acabado de falar que seu melhor amigo era gay e parecia disposto a defendê-lo de pessoas que o julgassem por isso. Então ele se lembrou de tudo que Louis tinha dito hoje mais cedo e como ele se sentiu seguro em seus braços.

          -Louis... -ele falou procurando coragem para continuar.

          -Harry. -Louis respondeu colocando sua mão em seu braço, o encorajando a continuar. 

          "É agora ou nunca." Harry pensou consigo mesmo. 

          -Eu sou bi. -ele falou, logo depois fechando os olhos, como se esperasse que algo ruim fosse acontecer assim que essas palavras deixassem sua boca. 

          Louis ficou em silêncio por um tempo, processando a informação.Harry era bi. O garoto com quem ele pensou que nunca teria uma chance era bi. Ele estava tão feliz que foi difícil conter o sorriso. Mas ele então ele pensou em outra coisa que fez ele fechar a cara na mesma hora. 

          -É por isso que seus colegas te tratam mal? -Ele perguntou repentinamente. 

          Harry não esperava que Louis ligasse os pontos tão rápido. Mesmo assim, ele afirmou. Não tinha mais como ele ficar mais vulnerável de qualquer jeito.   

          Os punhos de Louis se fecharam. Ele desejava poder dar um surra em todos que falaram mal de seu Harry. Calma, ele realmente tinha chamado Harry de seu? Ele se virou para o garoto mais novo, que estava abraçando seu travesseiro, se enrolando em volta dele como um caracol. Naquele momento não importava se Harry era seu ou não, tudo que importava era que a pessoa com o coração mais puro que ele já vira estava magoado.

          Louis se deitou ao seu lado. Harry pareceu assustado a princípio, mas relaxou quando o garoto mais velho o puxou para mais perto. Como da primeira vez, tudo parecia bem. Harry afundou seu rosto em Louis, inalando seu cheiro. Eles ficaram abraçados sem dizer nada, mas ao mesmo tempo se entendendo melhor do que nunca. Harry parou de chorar, esquecendo de todos os seus problemas. Tudo em que ele conseguia pensar era Louis. Ele estava quase caindo no sono com esses pensamentos quando Louis sussurrou:

          -Eu sou gay... Pensei que você merecia saber. 

          Harry sorriu e chegou ainda mais perto. E pensar que ele pensou que Louis era homofóbico. Ele caiu no sono feliz, com o pressentimento de que realmente, tudo ia acabar bem.

          Louis ficou acordado mais um tempo, admirando cada detalhe do rosto do garoto mais novo, passando suas mãos por seus cabelos cacheados e dando beijos em sua testa. 

          Ambos dormiram com sorrisos bobos no rosto, sonhando um com o outro.