capítulo-6

0 0 0
                                    

Querida lua,

   A minha meta era escrever pra você todo dia, mas concerteza isso não vai rolar por preguiça, talvez esquecimento e toda essa parada. Eu acho que fiz amigos, por acaso foi você que me deu algum tipo de sorte? Ou foi Janet por me indicar escrever cartas e eu querer escrever justamente pra você ? Todos os meus colegas (irei chama-lhos assim por um tempo, até sentir que eu posso chama-los de amigos), são legais ontem foi a primeira vez que falei e sai com todos eles. Arthur parece um garoto chato mimado e rebelde mas só parece mesmo, ele quando está bêbado dança pra caramba e faz piadas sem graça de tiozão também.

Ontem vim de volta pra casa, no mustang velho do Kyle um dos garotos do meu novo "grupinho", durante todo o trajeto ele não falou nada eu podia sentir o cheiro de algum purificador de ar para carros, não era cheiro de carro novo mas tinha um cheiro bom. Suponho que o carro foi tirado da velha garagem de seu pai, como presente por completar 16 anos com sucesso.

Minha mãe e meu pai não sabem sobre as cartas, espero que Janet não diga a eles, na minha próxima visita a Janet talvez eu direi a verdade. Eu aceitei sua proposta não faço a típica adolescente birrenta, que gosta de quebrar as regras ou não seguir conselhos. Sei que não preciso de algo como uma psicóloga mas conselhos as vezes são bem-vindos.

Voltando ao assunto da minha vinda ontem a noite, descobri que Kyle curte a vizinhança ou como é mais conhecido neighbourhood. A música tocava baixo no rádio enquanto ele prestava atenção na estrada, seus olhos negros pareciam cansados e talvez eu teria dado muito trabalho ao deixar ele me levar em casa.

Lembro que cansei de tentar decifrar por qual rua nós estávamos indo já que eu nunca tinha andado por ali, encostei minha cabeça no vidro gelado fazendo uma careta até me acostumar com o frio no meu couro cabeludo. O ar condicionado estava ligado, encolhi meus braços e os esfreguei um pelo outro na tentativa falha de me esquentar, ele percebeu e desligou o ar condicionado.

- não precisa desligar.

Levei mais um vácuo como desde o começo da noite, queria perguntar a ele se não tinha voz ou era mal educado mesmo, mas lembrei que hoje mais cedo ele falou um "prazer" junto com os outros por mais que eu não ouvi a voz dele. O carro para em frente a minha casa, ele sabe o endereço mesmo sem eu dizer, talvez Betty tenha falado tive que passar meu endereço a ela pra irmos aos pub juntos.

- Obrigada pela gentileza de me trazer em casa.- falo abrindo a porta do carro e saindo do mesmo, quando por pouco vou fechando ouço finalmente a voz dele.

- Kyle, Kyle Johnson.

- Julieta Davis.

Essas foram as únicas palavras que trocamos antes d'eu fechar a porta e ele dar a partida, seja meu amigo Kyle Johnson.

Ass: Julieta.

Cartas para JulietaOnde histórias criam vida. Descubra agora