Como um príncipe, ele era gentil e carinhoso. Porém, não com todos, nem com poucos. Raramente o demonstrava, apenas quando necessário. O ego grandioso. Ele sabia quem era e o que queria. Será? A autoestima dignamente elevada. Pergunto-me agora se o orgulho do príncipe não o cegava por completo. Quantas vezes ele havia pensado "e se?"? Trabalhando dia e noite, cansando o corpo para evitar sentir a dor. O príncipe não gostava dela. Criou mecanismos os quais julgava eficientes. No entanto, a alma estava frágil. E ele possuía medo em mostrá-la para qualquer um. "Eu não quero, não devo e não vou.". Contudo, o príncipe era contraditório e exigia que os outros fossem como livros abertos. Pois, esses, seriam mais confiáveis. Caso alguém se opusesse à tal imposição, era imediatamente excluído de sua vida. Ele não havia compreendido de fato o que é ser cuidado por alguém. Havia um peso ali, o da perda. Tal privação de um carinho tão específico fechou-o para o mundo por completo.
E a menina, que observava de longe, queria cuidar e acariciar a alma dele, como a de um bicho e ela era boba por isso. A pequena também deveria estar ali por completo, porém esqueceu-se deste fato. Acostumou-se a olhar distantemente, a permanecer afastada. Já nem lembrava mais como era viver, apenas o existir.
Um casal improvável esse. O príncipe era como um vidro trincado, no entanto, blindado. Já a menina, uma cola grudenta, porém fraca.
Como poderia algum dia dar certo?
- 05/05/2019.
Te perdi.
Te perdi sem te perder.
Pois tu estavas ali,
a me ouvir, a me ver.
Tu estavas ali,
mas mesmo assim,
eu lhe perdi.
-26/11/2020.
Vestidos bordados,
pequenos retalhos à muito costurados.
Os fios que os tecem,
já estão velhos e esmerecem.
-26/11/2020
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As flores às vezes murcham
PoetryAs flores, às vezes, simplesmente murcham e tudo bem. Pode ser porque tenham ficado sob sol forte ou sem água, mas depois de um tempo sob as condições certas, elas ganham uma nova perspectiva e afloram mais bonitas. Convido o meu caro leitor a flori...