As flores às vezes murcham

PARTE 1: A SAUDADE

Penso em ti, quase todo dia antes de dormir. Angustia percorre meu corpo como se fosse sangue e quando chega ao coração, transforma-se em saudade. Essa, desprende-se de meus olhos. Lagrimas. As mesmas que encharcam meu travesseiro e sou obrigada a dormir nelas. Tu viraste lágrimas. Salgadas. Amargas. Necessárias. Pois tudo o que eu tenho agora são os segundos, minutos e horas os quais vivemos apaixonadamente juntos. Isso é amor? Ou é apenas mais um apego enfadonho de minha pessoa por alguém? Segurança. Emanava de ti toda vez que dávamos as mãos. Suadas. Entrelaçadas. Um toque e eu poderia jurar que seria feliz pelo resto da minha vida.
                                                                                               -18/02/2019.

Nossas mãos estão suadas,
entretanto, enlaçadas.
Nossos beijos desjeitosos,
porém, carinhosos.
Nosso abraço, seguro.
Finalmente eu acredito em um futuro.
E eu continuo a caminhar
e a te procurar
em cada alma
a qual me acalma.
Tento me encontrar
e enquanto isso,
eu continuo a te amar.
-19/02/2019.

         Ela o viu entrando no altar. Ele estava radiante, com smoking preto e gravata borboleta. Havia um brilho em seu olhar naquela tarde de outubro, uma luz o iluminava como nunca antes. Ela admirou a cena à sua frente com o coração apertado. Lágrimas escorreram pela face, teimosas, salgadas. Não queria chorar. Não ali, no dia mais importante da vida dele. E foi ao ouvi-lo dizer "aceito" que um peso lhe caiu por sobre os ombros, deixando-a bamba. No entanto, seguiu a multidão e aplaudiu. O observou caminhar todo o tapete vermelho novamente em direção à entrada.
O amor estava de mãos dadas com outrem e ela o havia deixado ir.
                                                                                                   -21/02/2019.