Há um vagalume,
e ele brilha a noite toda.
Para mim.
Ele está morrendo,
assim como eu.
Há um vagalume,
e ele ainda brilha.
Fluoresce.
Mesmo nas horas mais tristes,
ainda há beleza.
Esse poema não possui rima,
possui solidão.
-29/03/2020.
Há uma beleza oculta, sombria mas ainda bela. E sei que se importa, vejo pela forma como me observa. Dia e noite ela me admira, pálida. Às vezes, nem sou capaz de dormir. Sem ninguém ao meu lado. Ninguém não. Ela me abraça. Nem aquece, nem esfria. Meu corpo já acostumou-se com o vazio. Sou entorpecida pela solidão. Só. A vida agora me parece um misto de desejos há muito esquecidos.
-29/03/2020.
A jovem loba, em uma de suas caminhadas, encontrou dois filhotes canis lupus abandonados na estrada. Ela cheirou-os como se não fizessem a menor diferença, mas deu uma lambida em cada um. Desde então, os filhotes a seguem. A fazem perguntas e a enchem de histórias, sem saber, que ela prefere estar só. Agora, a loba pergunta-se diariamente o porquê de tê-los lambido e como seria estar sem eles por perto novamente.
-23/04/2020.
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As flores às vezes murcham
PoesíaAs flores, às vezes, simplesmente murcham e tudo bem. Pode ser porque tenham ficado sob sol forte ou sem água, mas depois de um tempo sob as condições certas, elas ganham uma nova perspectiva e afloram mais bonitas. Convido o meu caro leitor a flori...