Missão

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P.O.V Camila

Abro a portinha do Starbucks, fazendo um barulho de sino, indicando que alguém entrava. A garçonete me olhou de cima a baixo, abrindo bem os olhos ao perceber o meu distintivo pendurado e o coldre em minha cintura, rapidamente me guiou para uma mesa disponível. Ela pegou o meu pedido na maior educação e respeito do mundo, antes de se retirar. Por isso que é bom ser policial. Estou usando uma calça preta levemente social, botas nos pés, uma blusa com o emblema da policia e uma jaqueta azul por cima. Pego o meu celular e começo a ver as noticiais que tinham de hoje, já está tarde, é de noite e o Starbucks está funcionando hoje nesse horário. Eu estava na delegacia, fazendo diversos relatórios e vim para cá dar uma pausa, precisava de um bom café forte para seguir a minha noite. Eu tinha que ficar na delegacia até uma hora da manha, para depois entrar um policial no meu lugar e cumprir o seu plantão. Entrei nessa profissão a muito tempo, desde novinha, sempre quis ser a heroína da cidade. Desde pequena eu tinha esse sonho e por incrível que pareça, não quis mudar de profissão.

Geralmente quando somos crianças, escolhemos diversas profissões, nunca ficamos só em uma. E bem, comigo foi diferente, sempre tive esse sonho e batalhei por ele, e agora estou aqui, seguindo o que eu quero. Antes eu era apenas uma policial, sempre resolvendo as coisas nas ruas ou na delegacia, mas depois quis subir de cargo e dar uma mudada. Virei policial investigativa, resolvo casos com minhas armas, pego depoimento de testemunhas e interrogo a pessoa que cometeu alguma coisa. Mas apesar disso, não deixo de ser uma policial das ruas.

- Aqui está policial – A garçonete depositou um copão de café quentinho na minha frente e um prato com duas rosquinhas grandes – Mais alguma coisa?

- Por enquanto só – A olho com um sorriso – Você é linda, sabia?

- Faz tanto tempo que não recebo um elogio que fico sem jeito – Ela ficou com as bochechas avermelhadas.

- Aposto que recebe muitos – Pisco um olho.

- Está de plantão policial? – A garçonete espalmou as mãos em minha mesa – Meu expediente está acabando...

- Oh! – Abri bem os olhos entendendo onde ela queria chegar – Desculpe mas já tenho um encontro essa noite.

- Sinto muito – Ela ficou mais vermelha ainda, parecia um tomate podre – Desculpa mesmo...

- Chancho! – Dinah surgiu atrás da garçonete – Já está ameaçando a garota?

- Cuida da sua vida – Mostro a língua – O que está fazendo aqui?

- Vim te mostrar uma coisa – Dinah encarou a moça com um sorriso de lado – Você é linda, mas pode se retirar? Agora é assunto de gente grande.

- Literalmente – Murmurei – Minha amiga é gigante.

- E você é uma anã bunduda safada – Dinah retrucou olhando a garota sair de perto – Nossa, mas que menina linda.

Acenei em concordância, ela realmente é. Dinah não tinha nem vergonha na cara por babar naquela moça, eu fui burra em não ter pedido o numero do celular dela. Por que eu fui abrir a boca que eu tinha um encontro? Eu apenas deveria ter falado que não poderia sair hoje mas que outro dia sairia com ela. Eu e a minha língua grande. Mas de certa forma vou sair com uma pessoa hoje, Tiffany, ficamos duas vezes e essa vai ser a terceira. Espero não ter uma quarta, pois ela não é a garota ideal para mim e eu não quero me apaixonar. Volto a minha atenção para a Dinah que roubava uma rosquinha recheada do meu prato, resmungo baixo pegando a outra antes que ela roubasse também. Dou uma grande mordida, me deliciando com o recheio docinho e tomando em seguida, o delicioso café fresquinho e quentinho. Irônico né? Duas policiais comendo rosquinhas, típico. Sim, Dinah Jane é a minha parceira nessa carreira de policia.

Sweet Mission - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora