Divida

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P.O.V Camila

Chego na delegacia recebendo olhares de outros policiais, por onde eu passava, eles se afastavam, me respeitando. Eu já peitei muito deles, pondo ordem, todos abaixam a cabeça para mim mas sempre vai existir aqueles idiotas. Antes que eu fosse para a sala do delegado, peguei uma xicara de café, eles sempre faziam café e deixavam lá, os que estavam de plantão sempre são os que tomam. Mas agora já é de manha e lá estava eu, querendo acordar de vez com um bom café forte e quente. Bebo todo o liquido escuro e deixo a xicara na mesinha, antes de me direcionar para a sala do delegado. Hoje estou vestindo uma saia social preta com alguns botões e uma blusa social branca com listras claras, a barra está por dentro da saia bem comportada e a manga longa está dobrada até no cotovelo, gostava de deixa-la assim. Meus saltos batiam pelo chão, ecoando naquela delegacia. Bato na porta duas vezes mesmo sabendo que o Charles não está ainda ali, mas então eu entro e vou para a cadeira giratória.

Fico a espera dele, encarando aquela enorme sala muito bem organizada e luxuosa. Decido me levantar, indo até a grande janela, vendo o movimento na rua. Acho que eu nunca explorei a sala do meu chefe, claro que seria falta de educação, mas me dava uma vontade de ler cada papelada que ele possuía. Fui tirada dos meus pensamentos ao escutar a porta sendo aberta, lá entrava o Charles. O homem alto está usando uma calça preta social, uniforme da policia e um sobretudo preto.

- Bom dia, agente Cabello.

- Bom dia, Benson – O cumprimentei formalmente.

- Cedo em minha sala – Ele se dirigiu para a sua cadeira.

- Preciso conversar com você – Prontamente me sento em outra cadeira.

- Certo – Charles depositou sua mala, que eu só tinha visto agora, no canto da mesa – Mas antes, como está indo a missão?

- Complicada.

- Não conseguiu pega-la? Fiquei sabendo que você anda saindo muito com a Jauregui.

- Faz parte do plano, delegado – Tento explicar rapidamente, pois o seu olhar não era dos melhores – Quero ter a confiança dela e assim posso ataca-la.

- Entendo – Benson entrelaçou as próprias mãos – Cabello, espero que concluía essa missão e que tome muito cuidado.

- Com o que?

- Com a Jauregui – Disse o obvio – Se aproximar demais não é bom.

- Mas faz parte do plano – Insisto, ele apenas assentiu – Delegado, por que a quer matar?

- De novo Cabello? – Charles fez uma careta – Quando você vai entender que a Jauregui é um perigo ambulante e que matou o nosso policial?

- Mas não é errado? – Questiono – Não é mais fácil pega-la, interroga-la e prende-la?

Charles negou com a cabeça, parecia cansado só de ouvir as palavras que saiam da minha boca. Meu chefe se levantou, pegou a sua pasta e foi até ao armário com tranca, destrancando e pondo lá. Depois foi até a sua mesinha de canto, vendo que lá tinha uma garrafa de café, ele encheu a sua xicara e voltou a se sentar. Eu via cada movimento seu, esperando por alguma resposta. Eu amo a minha profissão, mas aquela missão me parecia errada, por que mata-la se eu posso prende-la? Eu sou uma policial investigativa, eu tenho provas contra a Lauren. Mas é claro que se o chefe me mandar mata-la, eu vou fazer isso, afinal, não sou superior e nem nada, não quero perder o meu emprego.

- Vou te fazer uma pergunta – Charles assoprou o seu café quente – Você quer que mais policiais morram?

- Não, claro que não.

Sweet Mission - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora