Married To My Best Friend - Jikook | LIVRO 5 | MY ABO UNIVERSE

A Conversa

Capítulo 4 – A Conversa.

Elena não sabia mais o que fazer com o seu filho. A cada dia que passava, mas difícil conversar com Jimin era. O ômega não parecia entender sua preocupação e aquilo já estava deixando a mulher frustrada.

A ômega sabia que seu filho via o mundo de uma forma diferente e até mesmo conseguia entender que pensar em um futuro livre era bonito, mas o ômega tinha que aprender a viver o agora, e o agora exigia regras.

Seu marido, Elton Fiddery, cobrava por soluções. Via seu filho solto e mal falado pela cidade e ficava furioso pela falta de pulso da mulher com o mais novo, mas Elena simplesmente não sabia mais o que fazer.

Imaginou que casando seu filho o mostraria a verdadeira realidade do mundo. Ele precisava aprender por bem ou por mal como o mundo funcionava. Ter um alfa o ensinaria isso. Seu alfa o cobraria responsabilidades e com o tempo ele aprenderia a respeitar e a saber o seu lugar no mundo

A ômega havia escolhido bons pretendentes. Alfas fortes e de pulso que conseguiriam educar seu filho, mas Jimin não colaborava. A cada nova tentativa, mas frustrada acabava ao ver seu filho fugir por entre suas mãos.

Jimin faltava a jantares. Tratavas os pretendentes com pouco caso e até mesmo ridicularizava todas as crenças que o mundo poderia ter. O ômega era desbocado, desleixado e parecia fazer tudo de propósito para afastar o maior número possível de alfas e ela havia conseguido.

Todos haviam desistido. Nenhum alfa daquela cidade aceitaria se casar com um ômega como aquele e Elena já tinha consciência disso. Sua última esperança era Marlon Lutter. O alfa havia acabado de voltar de uma viagem de negócios e ainda não sabia sobre o que as más línguas da cidade falavam.

Havia convidado o alfa para tomar um chá naquela tarde, mas antes que seu filho pudesse estragar tudo, precisava tentar uma última vez. Respirando fundo, subiu as escadas até o quarto do mais novo. Com duas batidas entrou no quarto de tons claros e o encontrou largado na cama com um livro aberto.

— Podemos conversar? — Questionou encarando o filho nos olhos.

— Não sei. Podemos? — Questionou voltando a olhar para o livro. Estava tão cansado de todos aqueles sermões e brigas que acreditava não aguentar ter mais uma como aquela. — Tem alguma coisa a ver com outro idiota vindo aqui em casa?

— Ele é o último, Jimin . — A mulher disse em um tom cansado, se sentando ao lado do filho. — Você afastou todos. — Respondeu encarando as próprias mãos. Sabia que o que iria falar era forte e pesado, mas sentia que seu filho precisava daquele choque de realidade e antes ela, do que o mundo. — Você é um ômega bonito, mas nenhum deles ficou. Sabe por quê?

— Porque todos eram uns idiotas. — Resmungou encarando a mais velha.

— Não. Eles foram embora, porque você não soube se comportar como um ômega de respeito. — Repreendeu. — Você não entendeu a gravidade disso, Jimin. Não entendeu o que vai acontecer se você não se casar. — A voz vacilou. — Você não pensa no futuro. Não pensa a longo prazo.

— E o que vai acontecer? — Questionou se irritando. — O que vai acontecer se eu não me casar com um desses idiotas?

— Você vai ficar sozinho. — Respondeu com a voz chorosa. — Você não vai aguentar filho. Faltará calor. Faltará carinho. Seus cios serão verdadeiras torturas. — Era um final trágico, mas  Jimin precisava saber as consequências de seus atos. — E no final você vai morrer.

— Eu tenho o Jungkook. Ele não deixaria isso acontecer. — Respondeu vacilando. — Ele vai cuidar de mim. — Afirmou sentindo seus olhos arderem.

— Você acha mesmo que Jungkook não vai encontrar um ômega? — Questionou incrédula. — Acha mesmo que ele vai passar o resto da vida dele correndo atrás de você como faz agora? — Riu sem humor. — Ele vai sumir assim que encontrar um ômega que se de o respeito.

Jimin se calou por um segundo. Não queria acreditar, mas sabia que aquela era um opção. Sabia que um dia o alfa se cansaria de tudo aquilo e constituiria uma família. Jungkook era do tipo romântico, que sonhava com filhos e casamento. Ele sabia disso.

Só não sabia que um dia ficaria sozinho. Que um dia seu lobo imploraria por calor e não teria ninguém para dar. Não sabia que um dia se contorceria em agonia e ninguém o ajudaria. Não sabia que no final de tudo seu lobo morreria. E aquilo o assustou.

Assustou porque nunca havia pensado em sua vida sem Jungkook. Estava tão acostumado com o mais velho, que não sabia se conseguiria suportar viver sem ele. Sua mãe estava certa, mesmo que odiasse admitir, ela estava certa. Ele precisava de um alfa.

— Por muito tempo, acreditei que Jungkook seria aquele que pediria sua mão. — A mulher relatou sentindo seu lobo chorar. — Mas ele não é burro. Nunca faria algo como isso. Não quando você é assim. — Sussurrou. Lhe doía falar tais coisas para seu filho, mas ele precisava mudar. Precisava entender.

— E o que eu faço? — Jimin  questionou sentindo as lágrimas quentes escorrem pelo seu rosto. — O que eu faço agora.

— Marlon Lutter é o último. O faça querer ficar.

Aquilo não era tão fácil quando ela fazia parecer. Não conhecia aquele alfa, mas quando o encontrou em sua sala tomando chá, notou que aquilo seria no mínimo ridículo.

O alfa se gabava sobre suas viagens frequentes a todas as parte do mundo e como era corajoso de se aventurar por lugares que mais nenhum ia. Jimin analisava as feições delicadas do alfa e as mãos sem arranhões, imaginou que o máximo que aquele alfa sabia fazer, era mentir com facilidade, mas dessa vez, não falaria em voz alta.

Se controlou durante todo o tempo. Não ousou falar nada ou contraria-lo em momento algum. Havia se portado exatamente como o boneco de porcelana que todos queriam que ele fosse. Lhe doía agir de tal forma. Doía porque estava vivo no final das contas.

Naquela noite, quando subiu para seu quarto para finalmente dormir, jogou as flores que havia recebido no lixo. Odiava flores. Retirou sua calça com raiva a tacando no cesto, ao lado de uma caixa que havia ganhado naquela tarde e apenas se jogou em sua cama. Deixou as lagrimas rolarem e se permitiu dormir quando o cansaço o pegou.