Décimo Segundo

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- Abre a boquinha pra mim, Mattheo - S/n pede ao levar a colher até perto do rosto do garoto.

- Sopa não, joaninha - ele nega ao tentar relutar em favor do seu gosto pessoal.

- Por favorzinho - ela pede ao fazer um bico fofo em seus lábios, do qual Mattheo não negou mais, ele apenas abre a boca e aceita a colher de sopa borbulhante que a garota lhe direciona a com tanta felicidade.

- Quantas faltam? - ele questiona ao sentir o líquido viscoso descer pela sua garganta.

- Hm...pouquinhas - ela diz ao encarar  o prato cheio, a garota logo tira mais uma colher e assopra suavemente antes de levar aos lábios do moreno, que os abre novamente, aceitando do líquido que ela o oferecia na colher.

- Eu não quero mais isso - ele diz ao estar em sua décima quinta colher - já está ótimo não? - ele a questiona ao ver o prato quase no fim.

- Certo, você comeu bastante sem reclamar - ela sorria para ele ao colocar o prato em cima da mesinha ao lado da cama - bom menino - ela sela seus lábios com os dele, Mattheo sorri, ele a puxa para si novamente, a colocando sentada sobre suas pernas.

- Joaninha, sabe que de bom eu não tenho nada - ele a enlaça pela cintura, S/n sorri ao dar mais um beijo nos lábios dele e nega com a cabeça.

- Você é bom para mim, Mattheo, uma pessoa má não mataria em alto mar por causa de um presente - ela sorri ao fazer trancinhas com os cabelos dele.

- Eu sou, joaninha...lhe garanto, que uma pessoa má faria muito mais do que algo assim - ele se lembra de um ocorrido em seus quinze anos...ele havia matado...matado com as suas próprias mãos...ah ele com certeza não era alguém bom...mas, que se foda, sua joaninha o achava bom e ele seria bom para ela.

- Você tem que dormir um pouquinho, Mattheo, você ainda está um pouquinho abatido...seus olhos estão opacos ainda - ela segurava o rosto do moreno como se ele fosse algo além de precioso, a garota sorri ao se abaixar dando um beijo de esquimó nele, Riddle a gira na cama, ele estava sobre ela, a garota sorria acariciar os cabelos dele, ele estava com a cabeça em cima dos seios dela.

- Quero dormir aqui - ele afirma ao acariciar o dorso da mão dela que acariciava o rosto dele.

- Hm...não sei se é...apropriado...hm...mas você está doentinho então tudo bem - ela morde o lábio ao sentir a musculatura do corpo dele descansando.

- Minha joaninha - Mattheo sussurra ao cobrir eles com a coberta, S/n acariciava o rosto e cabelos dele, enquanto, Mattheo ia se entregando cada vez mais ao mundo dos sonhos.

- Posso cantar uma canção que minha vó cantou para mim? - ela o questiona baixo.

- Cante para mim, joaninha - ele pede em um sussurro, ele gostava da voz de passarinho que ela tinha, era linda e um calmante para a sua mente problemática.

- A naoidhean bhig, cluinn mo ghuth
Mise ri d' thaobh, O mhaighdean bhàn
Ar rìbhinn òg, fàs a's faic
Do thìr, dìleas féin
A ghrian a's a ghealach, stiùir sinn
Gu uair ar cliù 's ar glòir
Naoidhean bhig, ar rìbhinn òg
Maighdean uasal bhàn ( Bebê pequeno, ouça a minha voz
Eu estou ao lado de você, ó donzela
Nossa jovem moça, crescendo e vendo
Sua terra, sua própria terra fiel
O sol e a lua, nos guie
Para a hora da nossa glória e honra
Bebê pequeno, a nossa jovem moça) - Riddle se levanta encarando a pequena garota em sua frente...sua mãe...sua falecida mãe cantava essa música para ele todas as noites.

FLASHBACK ON.

- Pequeno Mattheo, o que está fazendo aí? - a mulher pequena de sorriso acolhedor se abaixa em frente ao filho que estava encolhido ao lado de sua cama - são os trovões, querido? - ela pega seu filho de cinco anos no colo - Vamos até, Tommy, sim? - os dois se vão até o quarto do irmão.

- Mãe - o garotinho estava sentado em sua cama coçando seus lindos olhos azuis.

- Meu pequeno, o que acha de uma canção do amor para dormimos nesta noite? - ela estende a mão para o seu outro filho, que pega a mão do seu o guiando para o quarto dela.

A mulher os deita em sua cama, ficando no meio dos dois, que logo se aproximam mais de sua pequena/grande mãe.

- Fechem os olhinhos, o passarinho do amor vai cantar para vocês - a mulher acaricia os cabelos dos dois que logo fecham seus olhos - A naoidhean bhig, cluinn mo ghuth
Mise ri d' thaobh, O mhaighdean bhàn
Ar rìbhinn òg, fàs a's faic
Do thìr, dìleas féin
A ghrian a's a ghealach, stiùir sinn
Gu uair ar cliù 's ar glòir
Naoidhean bhig, ar rìbhinn òg
Maighdean uasal bhàn  os dois dormiam e a mulher os dava um beijo antes de também cair no mundo dos sonhos com os seus dois pequenos universos.

FLASHBACK OFF.

- Você parece tanto com ela - ele afirma ao encarar os olhos de sua joaninha, ela sorri mesmo sem entender.

- com quem? - ela pergunta ao encostar sua testa na dele.

- Com a minha mãe - ele responde ao enfim, encostar seus lábios nos da garota - você...aceita o meu amor, joaninha? - ele pergunta ao acariciar o rosto do pequeno anjo - aceita a minha violência, os meus vícios, o meu afeto e os meus defeitos? - Riddle suspira fechando seus olhos.

- Eu aceito, Mattheo, aceito as suas imperfeições e as suas perfeições - S/n afirma ao abraça-lo com carinho - ursinho - ela diz ao se grudar ao corpo dele.

Mattheo sempre detestou afeto, detestava o amor, detestava se render, detestava ser dependente.

Mas, agora, ele era dependente, dependente de um ser humano angelical e amável.

Eles ficam em silêncio por um tempo até que Mattheo a questiona:

- O cigarro lhe incomoda?

- Como? - S/n questiona sem entender a questão pontuada.

- Quando você me concede os seus lábios...o gosto do cigarro lhe incomoda?  - ele pergunta ao fechar seus olhos lentamente com os carinhos dela...Mattheo havia encontrado seu lar, e seu pequeno lar era onde ele enfim podia descansar.

A Preferida das CobrasOnde histórias criam vida. Descubra agora