Capítulo Dois

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|Atravessar a dobra|

|Atravessar a dobra|

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PRAZO DADO PARA DESCOBRIR COMO ATRAVESSAR A DOBRA ERA EXTREMAMENTE CURTO, a dobra era um lugar sombrio, atravessa-lo com grishas era sempre o mais fácil, mas o grupo não tinha grishas, apenas um ao outro.

- Pode me dizer o que foi aquilo? - Inej perguntou furiosa.

- Precisa ser mais expecifica. - Respondeu Kaz enquanto procurava mapas.

- Uma semana para descobrir como atravessar a dobra era uma coisa, agora poucas horas é loucura. - Isis observava a discussão dos dois a alguns centímetros. - Não podemos aceitar. - Kaz murmurou uma pequeno "não". - Então vai recusar o serviço?

- Eu não vou recusar nada. - O líder respondeu sem tirar os olhos dos mapas.

- Não podemos ir. - Alertou Inej.

- Ah, não? - Kaz revirou os olhos enquanto caminhava de um lado para o outro.

- Eu não posso ir. - Corrigiu-se Inej mostrando uma marca no seu pulso.

- Você vai, - Afirmou Kaz. - eu tenho um plano.

- Você não tem não, - Inej esbravejava enquanto Kaz pedia para ela parar. - eu conheço você tempo o bastante para saber quando você ainda não descobriu nada.

- Eu ainda tenho seis horas, - Ele encarou Inej desejando que ela pusesse um fim na conversa. - e você não está me ajudando.

- Talvez você descubra como passar pela dobra, mas isso não resolve esse problema aqui. - Inej apontou mais uma vez para a marca no pulso.

- Se eu não descobri, não vamos para lugar nenhum. - Afirmou Kaz.

- E se descobrir? - Inej ainda alterada perguntou.

- Então você pode ficar! - Kaz gritou, algo que Isis nunca havia visto acontecer ainda mais com Inej.

- Talvez eu não esteja aqui quando voltar. - Retrucou Inej saindo da sala.

- Ela confia em você, - Pela primeira vez Isis murmurou. - só está com medo, posso tentar achar algo.

- Quero que procure. - A fala inesperada de Kaz surpreendeu Isis. - Mas antes preciso que saiba de uma coisa, se entrar nessa vai se tornar uma dos Corvos, vai ser uma das nossas.

- Eu não gosto muito de corvos, prefiro cobras. - Ironizou Isis. - Eu achei que nunca confiaria em mim para me tornar uma dos corvos.

- Confio em você, - Garantiu Kaz. - mas ainda acho que é boa demais para esses serviços.

Isis riu pegando o arco que estava sobre a mesa. - Vou descobrir um jeito de passar pela dobra.

Antes que Isis pudesse sair da sala, a garota escutou passos. - Inej, escuta, eu.- Kaz começou.

- Não me parece nada com Inej. - Ironizou Isis pensando que fosse algum dos trabalhadores de Kaz, mas arrependo-se rapidamente quando viu o rosto que Kaz apresentava.

Uma luta corpo a corpo foi iniciada, Isis empurrou o arco contra o corpo de um dos homens e o chutou rendendo um gemido de dor vindo do homem. O homem encarou a garota enquanto gritava palavras ofensivas para ela.

Isis tentou machucar o máximo possível o homem a sua frente, mas ele deveria ser o triplo do tamanho dela, e ela teve certeza que não ganharia quando foi arremessada contra a parede batendo sua cabeça em cheio. - Isis! - Gritou Kaz distraindo-se da briga e reparando no sangue que escoria pela testa da garota.

A garota sentiu sua cabeça doer e suas pálpebras fecharem, levou a mão até onde havia sido atingida e visualizou o sangue, o homem agarrou Isis e a colocou ajoelhada ao lado de Kaz.

Isis se debatia contra o homem, enquanto outro ainda mais velho entrou. - Boa noite. - Cumprimentou o homem que havia acabado de chegar. - Sr Brekker, não é? E você, tesouro? bichinho dele? Até que ela é bonitinha, você não acha Sr. Brekker?  - Todo o ódio que Kaz sentia por Pekka Rollins aumentou cem vezes ao ver ele falando daquela forma com Isis.

- Está fora do seu território. - Kaz lembrou ele.

- Estou. - Pekka confirmou. - Como você e o seu grupinho mais cedo, quando tiraram uma grisha lá do Orquídea.

- O Orquídea não é do território dos Leoneiros. - Kaz retrucou.

- Nós adquirimos ele recentemente. - Ele contou. - Vocês são os primeiros a saberem, me dá. - O homem disse referindo-se a bengala de Kaz. - Eu sei que viu o Drusling, você se adiantou para pegar o serviço que ele tem, eu não sei dos detalhes obviamente, só sei que você e o seu grupo, bom, vão correr alguns riscos nesta viagem, então, é o seguinte, você não dará nada, abandone o serviço, eu digo a ele que vou ficar no seu lugar, e ficamos quites.

- De jeito nenhum. - Retrucou Kaz.

- Espere. - Ordenou o homem. - A outra opção, eu mato você, não, melhor, - O homem passou a mãos pelos cabelos de Isis. - eu mato ela com essa bengala e jogo os restos dela no porto. O que acha? A primeira opção parece melhor, não é?

O homem levantou-se. - Me diga, nós já fizemos algum acordo? - Kaz perguntou.

- Você e eu? Não. - Repondeu o homem. - Se tivéssemos não resistiria, saberia que sou um homem de palavra. - Pekka jogou a bengala de Kaz em cima da messa e sinalizou para seus homem. - Vamos. - Um empurrão foi dado nos em Kaz e Isis antes que os homens saiesssem da sala.

- Você está bem? - Kaz foi o primeiro a pronunciar-se.

- Sim, só está doendo um pouco. - Garantiu Isis, o olhar preocupado de Kaz relaxou um pouco.

- Vá para casa, descanse. - Kaz olhou novamente o machucado de Isis garantindo-se que fosse apenas uma batida. - Vou conseguir achar um jeito de atravessar a dobra.

Enquanto Isis sentia como se estivesse flutuando e seguia o caminho para onde estava hospedada, Kaz seguiu para encontrar Jesper, Pekka havia machucado novamente alguém quem Kaz se importava.

- Tudo bem, chefe? - Perguntou Jesper assim que Kaz sentou-se ao seu lado.

- Não. - Kaz bebeu a bebida de Jesper e Jesper o encarou desacreditado. - Ameaçaram Isis, querem que eu desista do serviço.

- Quem quer? - Perguntou Jasper enquanto apoiava seus braços no balcão.

- Quem você acha? - Retrucou Kaz conferindo o relógio.

- Ele lembrou de você? - A pergunta de Jesper foi seguida de uma resposta rude de Kaz.

- Se lembrasse, me mataria. - Kaz ainda sentia seu sangue congelar ao tocar no nome de Pekka, agora, no momento em que ele colocou a vida de Isis na roda, ele sentiu novamente o ódio entrando em seu corpo como uma fumaça tóxica. - O sol nasce em cinco horas.

- É, mas, perdermos o serviço, não é? - Kaz dei alguns passos para frente sendo seguido por Jesper.

- Nunca tome decisões por medo, Jesper, apenas por maldade.

- Bom, por ganância tem funcionado. - O discurso de ódio de Kaz foi interrompido pela ironia de Jesper.

 𝐂𝐎𝐍𝐓𝐑𝐎𝐋 | 𝐊𝐀𝐙 𝐁𝐑𝐄𝐊𝐊𝐄𝐑 [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora