Conversas sérias

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Juliette’s POV
 

Meus pais ficaram loucos! É a única explicação possível. Meus pais e todos naquela sala. Eu não vou me casar com a Sarah, não mesmo.

Eu saí da sala do meu pai chorando. Não apenas por não querer me casar, mas porque estou me sentindo vendida. É como se meu pai tivesse me vendido aos Andrade, pior ainda, para a pessoa que inferniza minha vida desde que nasceu. Será que eles não percebem o quanto nos odiamos?
Já estou na porta do prédio quando ouço alguém me chamar:

-Ju, Ju– Gizelly me chamou e eu parei para que ela me alcançasse. – Desculpa. Eu não sabia que uma decisão minha ia causar tudo isso.

- Você não precisa se desculpar – tentei acalmá-la. – Não é culpa sua, é culpa do papa, é ele quem está me vendendo.

- Mas se eu tivesse aceitado trabalhar aqui nada disso aconteceria. – Ela também começou a chorar. – Eu vou falar com o papa e dizer que vou assumir a Luxury junto com a Sarah.

- Não! – Eu nem pestanejei em negar. – Nem pense em falar com ele, eu não vou te condenar a uma vida que você não quer. Você vai para a faculdade e cursar o que quiser cursar e vai trabalhar com o que quiser, me ouviu?

- Então eu me caso com a Sarah. – Minha irmã insistiu. – Não é segredo que vocês se odeiam e se matariam morando juntas. Já eu e a Sarah nos damos bem e aguentaríamos um ano juntas.

- FICOU LOUCA! – Gritei com ela que se assustou com o meu tom, afinal eu nunca grito com ela. Eu baixei o tom de voz e continuei. – Primeiro: ninguém vai casar com ninguém. Nós vamos encontrar outra solução. Segundo: você é muito nova para se casar. Nem pense em fazer isso pelos próximos dez anos. E terceiro: eu não desejo um casamento com Sarah Andrade para ninguém, muito menos para minha irmã favorita.

Tentei descontrair o momento para que Sofi parasse de se culpar. Funcionou, porque ela sorriu e falou:

- Eu sou sua única irmã, Jujuba.

- Por isso mesmo é a favorita. – Eu ri junto com ela e falei: - Eu tenho que ir, tenho uma seção de fotos agora.

Nos abraçamos e Gi falou:

- Te amo, Ju.

- Eu também te amo Gi. E não se preocupe, tudo vai se ajeitar.

Após me despedir segui até o meu carro, mas não fui para o estúdio. Segui direto para casa. Minha cabeça está quase explodindo e não consigo me livrar da preocupação que sinto com relação a essa ideia maluca de casamento. Porque, apesar da mágoa que eu sinto do meu pai, não consigo parar de pensar na minha família e no trabalho que meu pai e avô tiveram para que a empresa chegasse ao ponto em que está hoje.

Assim que cheguei em casa, liguei para Rafa que me esperava no trabalho. Ela atendeu e falou:

- Onde você está? O cliente já está aqui.

- Você pode fazer as fotos para mim? – Perguntei. – Não estou com cabeça para isso hoje.

- O que seu pai queria? Era muito sério? – Ela se preocupou.

- Bastante. – Suspirei. – Mas depois eu te conto com detalhes, vou precisar de você para desabafar.

- Certo, assim que terminar aqui passo comprar o jantar, vou para casa e conversamos.

- Ok, até mais tarde – falei e desliguei o telefone.

Além de Rafa, só havia uma pessoa que poderia me aconselhar nesse momento e eu não hesitei em ligar para ela:

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