Voltando para casa

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Juliette’s POV
 

Acordei sentindo um par de braços ao meu redor e percebi que estava nua. Foi aí que a realidade bateu na minha cara e eu me lembrei do que havia feito.
Droga! O que eu estava pensando? Eu não podia ter transado com ela! É a Sarah, a garota que eu odeio desde que me entendo por gente.
Criei coragem e abri os olhos. Sarah ainda dormia tranquilamente e eu a analisei por alguns instantes, antes de levantar da cama e me dirigir para o banheiro, tomar um banho.
Já dentro do chuveiro, com a água quente escorrendo pelo meu corpo, eu fui capaz de pensar com clareza.
Afinal, é só sexo. Nada de sério. Com quantas pessoas eu já transei nessa vida e nunca fiquei encanada desse jeito. Ela é só mais uma. E, além disso, foi bom. Deu para ver que nós duas curtimos. Então por que não aproveitar?
Sai do banheiro e vendo que Sarah ainda dormia, desci para tomar café, encontrando todos já na cozinha. Quando entrei eles me olharam e começaram com risinhos, exceto Rafa que me olhou séria, como quem dizia “precisamos conversar”. Droga, eles ouviram.

- Bom dia – falei me sentando ao lado de Carla.

- O dia está bom e a noite pelo visto foi ótima – falou Lu e os demais riram.

- Como assim? – Me fiz de desentendida.

- Para Juliette, você sabe muito bem do que estamos falando. – Disse Bia. – Ou você pensou que nós não ouviríamos os gemidos.

- Sarah... vai Sarah... – Gil imitou e todos explodiram em risadas.

- Vocês não tinham nada mais interessante para fazer, além de prestarem atenção na minha vida? – Perguntei séria.

- Até tínhamos, mas estava mais engraçado ficar ouvindo os gemidos de vocês – Lu falou e de novo todos riram.

- O que está tão engraçado? – Sarah perguntou entrando na cozinha.

- Nada. – Respondi depressa e mudei de assunto antes que eles pudessem falar mais alguma coisa. – Nós vamos mesmo fazer a trilha?

- Vamos sim. – Rafa se pronunciou pela primeira vez, ainda com uma expressão séria. – E vocês duas parem de frescura.

Eu e Carla, como duas meninas da cidade, não estávamos afim de fazer trilha, mas o restante do pessoal nos convenceu falando que não era uma caminhada longa.
Mentirosos de uma figa. No final nós andamos cerca de uma hora e meia até chegarmos até a tal cachoeira.
Mas não posso dizer que não valeu a pena. O lugar era lindo, e a cachoeira era enorme.

Já passava das três da tarde, e eu estava um pouco entediada. Rafa e Bia se beijavam sentadas em uma toalha na beira da água, Carla e Thaís estavam na mesma situação, mas dentro da água, e Gil e Lucas haviam sumido dentro da mata alguns minutos atrás.

Olhei para Sarah, sentada lendo um livro, e que saber, por que não? Nós já transamos mesmo, nossos amigos sabem disso, e é um desperdício sair de uma cachoeira sem dar uns beijos em alguém.
Me aproximei e tirando o livro de sua mão falei:

- Estou entediada. – Me sentei ao seu lado. – E é quase um pecado ficar entediada em um lugar como esse.

- O que você espera que eu faça? – Ela perguntou.

Eu sorri de forma maliciosa:

- Me tire do tédio – mexi no seu cabelo e aproximei nossas bocas.

- Juliette – ela me afastou – tá todo mundo aqui.

- Eles já sabem, Sarah. – Falei revirando os olhos. – Nem vão se importar.

The Few ThingsOnde histórias criam vida. Descubra agora