Mau Pressentimento

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Maratona 2/4

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Juliette’s POV

 

É difícil imaginar que já faz um mês que Marcela e Gizelly se mudaram para Nova York. Nós conversávamos praticamente todos os dias, e a adaptação delas parece estar sendo incrível, tanto na faculdade quanto na cidade, que é muito diferente do Rio. Mas as duas parecem estar se saindo muito bem.

A única que parece não estar se adaptando é Sarah, que insiste em dizer que está sentindo que alguma coisa irá acontecer, como um mau pressentimento. Ela fala isso todos os dias e confesso que até eu estou começando a acreditar.

Nossa relação está muito mais amigável depois da mudança das meninas. Talvez até mesmo por essa insegurança que Sarah vem demostrando ela tem deixado que eu me aproxime bem mais. Nós voltamos a jantar juntas todos os dias, e saíamos juntas em alguns finais de semana, quando nossos amigos se encontravam. No entanto, ela nunca chegou a me dar uma resposta para a conversa que tivemos e eu não a pressionei para fazê-lo.

E assim eu continuava na minha tentativa de demonstrar para ela o quanto eu a amo, e que nunca sairia do seu lado.

No estúdio as coisas estão mais corridas do que nunca. Eu e Rafa estamos com vários projetos e isso significa que estamos levando uma tonelada de serviço para fazer em casa. O que também acaba dificultando as coisas com Sarah, já que o tempo depois do jantar que teria para ficar com ela está sendo gasto dentro do estúdio lá de casa.

Minha amiga havia adquirido uma obsessão por casamentos, desde que Bia havia feito o pedido, o que a deixava encarregada de todos os projetos nesse nível. Era hilário ver ela conversando animada com todas as noivas que entravam no estúdio.

Hoje não está muito diferente. Ela está a umas duas horas conversando com uma moça que veio fazer o orçamento das fotos. Começaram com um papo sobre decoração que tenho a impressão de que nunca vai acabar.

Eu queria ter tido toda essa animação no meu próprio casamento, mas estava ocupada demais sendo babaca com a mulher que eu amo, e descontando a raiva que eu sentia do mundo nela.

Fui tirada dos meus pensamentos com o barulho do meu celular tocando. Era o meu pai.

- Bom dia, papa. – Falei quando atendi.

- Bom dia, filha. – Ele devolveu. – Está muito ocupada?

- Agora não. – Respondi. – Tenho apenas uma seção de fotos a tarde.

- Você pode passar aqui na empresa dentro de uma meia-hora? Eu e seu tio precisamos conversar com você e com a Sarah.

- Claro, papa. – Falei, sentindo um pouco de medo sobre o assunto que eles teriam para tratar com nós duas. – Pode adiantar o assunto?

- Seu casamento. – Ele falou direto, e meu coração acelerou.

- Aconteceu alguma coisa? – Perguntei.

- Sim. Mas eu conto quando você chegar aqui.

- Tudo bem. – Concordei sabendo que seria inútil discutir. – Nos vemos daqui a pouco.

- Até mais. – Ele respondeu e desligou o telefone.

Me voltei para Rafa, interrompendo por alguns instantes uma conversa que parecia ser sobre flores.

- Rafa! – Ela me olhou. – Eu vou precisar sair por alguns instantes. Reunião de família.

- Tudo bem. – Ela concordou. – Eu seguro as pontas por aqui.

The Few ThingsOnde histórias criam vida. Descubra agora