Família (im) perfeita

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Anime: Steins;Gate

Era uma manhã de sábado, ninguém em sã consciência estaria acordado a aquela hora em um final de semana, nem mesmo Mariana, porém ela não tem uma consciência muito sã, então não podemos julga-la.

A garota gótica estava sentada em uma sofá que ficava na varanda da sua casa, ao seu lado havia uma pequena mala com algumas roupas.

Ela encarava o celular com um olhar raivoso, vendo o relógio marcar oito e meia da manhã.

— Nada? — O pai da garota se aproximou.

— Não.

— Ela deve ter ficado sem bateria. — Ele deu um riso nervoso, tentando achar uma desculpa.

— Mas isso não teria impedido que ela viesse. — Mariana retrucou com raiva.

— Talvez o trânsito a atrasou...

— Como se essa porcaria de cidade tivesse um trânsito que causaria uma hora e meia de atraso. — A gótica finalmente encarou o pai.

— Mas... — Isaac iria falar algo, mas a garota o interrompeu.

— Não sei por que você ainda tenta defender ela, eu sei que aquela mulher não vai vir porque não quer. — Ela falava com um misto de raiva e decepção. — Nem sei porquê ainda me dou o trabalho de esperar.

Mariana não disse mais nada, entrando na casa e deixando o homem sozinho.

Isaac encarou a mala que a filha havia deixado alí. Mesmo ela não demonstrando, ele sabia que a garota estava triste e decepcionada, talvez com um pouco de raiva, e com razão, ele mesmo se sentia assim quando isso acontecia.

O homem estava prestes a entrar na casa quando um carro parou na rua, estacionando de frente para o portão.

Não demorou para que a porta da Rand Rover vermelha fosse aberta, saindo dela uma mulher de óculos escuros, caminhando até a entrada da casa, seus cabelos longos e negros balançavam com o vento, acompanhando o barulho que salto dela fazia ao subir os poucos degraus que separavam ela do homem que a encarava com desgosto.

— Como você aquenta morar aqui? Oh lugarzinho horroroso. — A mulher parou de frente para Isaac, tirando os óculos de marca e o encarando com aqueles olhos acinzentados e julgadores, assim como os de Mariana.

— Bom dia para você também, Sabrina. — O outro disse com deboche. — Que bom ver você chegando no horário combinado.

— Me erra, Isaac. — Ela respondeu brava. — Cadê a Mariana? Estou com pressa para ir embora desse lugar.

— Ela estava te esperando até agora, mas acabou se cansando, já que a mãe irresponsável dela não chegou no horário.

— Cala essa boca e vai chamar aquela menina logo, já estou ficando estressada com você. — Sabrina jogou os cabelos para trás com desdém.

Isaac suspirou, ele não estava a fim de discutir com aquela mulher, pois sabia que iria ceder de qualquer maneira. Mariana realmente teve de onde puxar a sua personalidade.

O homem caminhou até o quarto da filha, parando de frente para a porta preta.

— Mari, ela chegou. — Ele falou baixo.

— Mande ela ir embora então. — A garota gritou com raiva.

— Por favor filha, vá lá falar com ela pelo menos. — O homem suspirou. — Mesmo sendo daquele jeito, ela ainda é a sua mãe.

— Eu não tenho mãe!

— Ai que drama. — Uma voz foi ouvida, fazendo Isaac se virar, dando de cara com Sabrina. — Muito adorável essa sua casa, toda trabalhada na humildade e pobreza, é realmente a sua cara. — Ela disse em tom de deboche, se aproximando da porta.

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