Capítulo 03

60 13 0
                                    

Na delegacia, Dr. Queirós, Haravena e Ramalho tomam café enquanto conversam sobre os  casos que aconteceram.
– Precisamos encontrar uma relação entre as duas mulheres assassinadas, além dos dados vermelhos e das identidades falsas. – falou Haravena.
– Se conseguíssemos encontrar as duas desaparecidas, aposto que teríamos mais algumas pistas sobre quem pode estar por trás de tudo isso. – Ramalho disse antes de virar o restante do café na boca e jogar o copinho fora.
Assim que os peritos descobrirem a identidade das mulheres assassinadas daremos um passo importante nesse caso. – Ponderou Dr. Queirós. – No momento temos que...
O celular do delegado toca e ele atende.
– Alô, quem fala... Sim, delegado Queirós falando. Opa! Como vai meu amigo... Não. Claro que posso. Estou saindo daqui agora.
Depois de desligar o aparelho ele comenta com os dois investigadores.
– Meu amigo Alberto, diretor do hospital geral aqui da cidade disse que está com um problema e me pediu para que fosse pessoalmente falar com ele. Quero que vocês dois venha comigo.
Os três seguiram para a Santa Casa de Engenho Açu. A viatura toda preta voou pelas ruas com o giroflex e a sirene ligados. Assim que chegaram no hospital foram recebidos pelo diretor Dr. Alberto Silvino.
– Dr. Queirós. Que bom que vocês chegaram.
– Estes são meus melhores investigadores, Ramalho e Haravena. O que foi que aconteceu aqui? – Quis saber o delegado enquanto o diretor cumprimentava os policiais.
– A Dra. Neila, cardiologista do hospital não havia chegado no horário de costume. Tínhamos uma cirurgia importante marcada, resolvemos ligar para o celular dela. Ela não atendeu nenhuma das ligações. Outro médico disse que poderia fazer a operação. Fomos até a sala da Dra. Neila buscar um aparelho e então... Acho melhor que vejam com seus próprios olhos.
Seguindo o diretor, os policiais caminharam pelos corredores do grande complexo hospitalar até chegar a uma porta onde dois agentes do hospital faziam a vigilância.
– Esse é o consultório da Dra. Neila. – Indicou Alberto.
A pedido do diretor, os agentes abriram passagem deixando o caminho livre. Na porta uma plaquinha indicava. Dra. Neila M. Sampaio. Cardiologista.
– Posso? – disse o delegado segurando a maçaneta da porta.
– Por favor, vá em frente. – respondeu o diretor.
Quando entrou no consultório o delegado ficou chocado com a cena que viu. Haravena e Ramalho entraram depois e ficaram espantados tão quanto Queirós.
A sala para atendimento médico tinha uma cama, alguns aparelhos e equipamentos cardiológicos. Atrás da mesa ao lado de uma cadeira um corpo estava caído no chão. Uma mulher vestida de branco com o pescoço degolado. Seu jaleco e a roupa estavam todos manchados de sangue, também havia muito sangue espalhado pelo chão. O crachá no peito indicava o nome: Dra. Neila M. Sampaio.
O delegado encara o diretor.
– Alguém sabe quem esteve por último com a doutora Neila?
– Aí é que está delegado. Ela não é a doutora Neila.
– Não. Quem é essa pessoa?
– Não sabemos. Nenhum dos funcionários aqui do hospital conhece essa pessoa.
– E a Dr. Neila já conseguiram falar com ela?
– Até o momento ela não retornou a nenhuma ligação ou mensagem que enviamos.
– Dr. Queirós. – Chamou Ramalho. – De só uma olhada nisso aqui.
O delegado se aproximou para ver o que o investigador mostrava. Com a ponta de uma caneta o investigador levantava a ponta do jaleco e todos puderam ver ao lado do corpo o que ele indicava. Um dado vermelho.
– Não pode ser. Mais uma vítima do mesmo assassino dos últimos dois casos.
– É o que tudo indica Dr. Queirós. – Concordou Haravena.
– Deixa só eu tirar uma dúvida. – disse Ramalho usando o celular para tirar uma foto do cadáver. – Vou mandar para Gabriela e descobrir se essa mulher venha a ser Daniela Dantas.
Alguns instantes depois Ramalho recebeu uma resposta.
– A Gabriela Dantas disse que essa também não é sua irmã. Ou seja, temos outra pessoa morta desconhecida.
O delegado voltou a falar com o diretor Alberto.
– Tranque a porta desse consultório. Não deixe ninguém entrar aqui. Vou mandar uma equipe de peritos para vasculhar tudo nessa sala.
O diretor assentiu e o delegado saiu.
– Haravena, Ramalho. Temos que ir pra delegacia precisamos encontrar um jeito de descobrir quem é o culpado por esses crimes e onde estão as pessoas desaparecidas.
Na delegacia Dr. Queirós arrancou alguns papéis que estava num velho painel e começou a montar uma linha de investigação sobre os casos.
Colocou as fotos das três pessoas mortas e três pontos de interrogação com nome das pessoas desaparecidas ao lado do respectivo crime. Por fim colocou a foto do dado vermelho tirada nos três lugares diferentes. Se afastou e de longe junto com Ramalho e Haravena observaram o painel.
Logo perceberam algo preocupante. Os dados vermelhos. Olhando direito notaram que cada crime foi marcado pela ordem dos dados.
No primeiro caso o dado estava com um ponto branco na parte de cima. No segundo caso eram dois pontos brancos no topo e no caso mais recente o dado destacava três pontos.
– Será que o assassino enumerou suas vítimas? – Ramalho perguntou por alto segurando o queixo.
– É o que tudo indica. – Bufou Dr. Queirós – E todos nós sabemos que um dado tem seis lados. Provavelmente ele vai atacar de novo.
Haravena fez uma objeção.
– Se contar os desaparecimentos teremos seis pessoas no total.
– Pode ser. – concordou o delegado. – De qualquer forma, uma coisa eu tenho certeza.  Estamos diante de um assassino em série.
–O que faremos agora Dr. Queirós? – Perguntou Ramalho.
– Primeiro vou pedir ao laboratório que agilize o trabalho de identificação dos corpos. Depois quero que solicitem as imagens das câmeras de dentro e fora do hospital. Nos dois primeiros casos não havia nenhuma câmera que pudesse nos ajudar. Vou tomar o depoimento de todos que estiveram com as mulheres desaparecidas. Temos que desvendar O ENIGMA DOS DADOS VERMELHOS.
 

O Enigma dos Dados Vermelhos Onde histórias criam vida. Descubra agora