O Enigma dos Dados Vermelhos

Capítulo 06

A viatura parou em frente ao prédio e os policiais já se preparavam para sair quando um comunicado pelo rádio chamou atenção deles.
- Um assassinato acaba de ocorrer no Shopping Center de Engenho Açu. Uma pessoa foi estrangulada dentro do banheiro.
O delegado ficou nervoso.
- Merda! Será que o assassino atacou de novo?
- Só tem um jeito de saber delegado. - Comentou Ramalho.
Os três entraram na viatura e foram para o shopping.
O Shopping Center de Engenho Açu foi inaugurado há 8 anos, além de empregos, trouce comodidade para a moradores da cidade com diversas lojas de vários setores. O crime ocorreu no segundo andar e não foi no banheiro como haviam anunciado e sim onde guardavam material de limpeza e onde os funcionários trocavam de roupa.
O local estava isolado, a quantidade de curiosos era enorme, alguns funcionários choravam, outros estavam assustados, logo depois de se identificarem os policiais entraram no local identificado com a placa de Serviço de Limpeza e Vestuário.
Caído sobre um banco estava o corpo de uma funcionária do shopping, loira de baixa estatura, usava uniforme azul da faxina, usava um relógio cor de laranja e tinha o cadarço do próprio calçado enrolado do pescoço. Embaixo do banco um dado vermelho destacava o número cinco. Não foi preciso dizer nada, a troca de olhares entre os policiais confirmou. O assassino fez outra vítima.
O delegado conversou com o responsável.
- Reconhece essa mulher?
- A princípio por conta do cabelo, da roupa e do relógio pensamos que era a Olívia, que trabalha aqui. Descobrimos depois que não era ela e que nenhum dos funcionários reconhece essa pessoa.
- Onde está a tal Olívia?
- Sumiu. Evaporou. Procuramos em todas as dependências do Shopping e não conseguimos encontrá-la. Ficamos preocupados se ela tem alguma culpa ou se também possa ser uma vítima do assassino.
- Isso somos nós que vamos descobrir. Alguém pode me informar onde fica o armário da Olívia?
Uma amiga que não parava de chorar foi quem mostrou.
Uma serra foi trazida por alguém da manutenção e o cadeado do armário foi serrado. O delegado pediu para que todos saíssem e junto com os investigadores começou a procurar alguma coisa ali dentro.
Uma bagunça geral. Roupas, cosméticos, um livro A Cabana, um par de tênis, carregador de celular, fone de ouvido, toalha. Depois de tirar tudo lá de dentro e não encontrar o que procurava o delegado coloca as coisas de volta no armário.
- Temos que descobrir o endereço da Olivia e ir fazer uma busca na casa dela, o que procuramos deve estar lá.
Quando ele foi guardar o tênis, alguma coisa caiu de dentro causando barulho no piso. Uma peça de dominó.
Parecida com as anteriores, marcava seis de um lado e cinco do outro. Haravena recolheu a pedra e virou para ver o que tinha atrás.

Dama

- Isso está cada vez mais confuso. - Ramalho se mostrou decepcionado. - Tesoura, papel, cavalo e dama. Nada combina com nada.
- Talvez alguma coisa faça sentido quando todas as peças estiverem juntas. - Ponderou Haravena.
Depois de guardar o resto das coisas no armário e fechar a porta, o delegado colocou a peça no bolso e saiu.
- Vamos. Temos que encontrar as peças que faltam o mais rápido possível. Só assim conseguiremos montar esse quebra-cabeça.
Antes de sair do shopping Dr. Queirós pediu para ver as imagens do circuito de câmeras e junto com os policiais foram encaminhados até a sala de monitoramento.
A mais próxima ficava na frente do corredor que levaria até aos banheiros, masculino e feminino e o local reservado aos funcionários da limpeza.
Meia hora se passou assistindo à gravação de pessoas entrando e saindo do corredor, clientes do shopping e funcionários. Ninguém havia chamado atenção, nada de incomum. Até o momento em que a amiga de Olivia entra no corredor e depois de alguns minutos volta gritando por ajuda. Em seguida se vê uma correria e um entra e sai de funcionários e seguranças do shopping, clientes curiosos se aglomerando no corredor e em seguida a chegada da polícia que isolou o local. Alguns minutos depois aparece no vídeo o próprio delegado e os investigadores. Dr. Queirós cansado de assistir tudo aquilo e não encontrar nada resolve interromper a busca.
- Chega. Quero uma cópia da gravação dessa câmera, com uma hora antes e uma hora depois do crime. Quando eu tiver tempo vou assistir com mais calma. Se tiver alguma coisa vou encontrar.
Assim que deixou o Shopping o delegado e os investigadores foram direto para o condomínio onde na noite anterior uma mulher foi jogada do prédio. Já passava das três horas da tarde e mesmo famintos a busca pela pista que ainda faltava foi inevitável.
- Temos que ir até o apartamento e encontrar a peça que ainda não temos e que pela sequência vem antes dessa encontrada no Shopping. - Avisou o delegado.
- Não podemos esquecer de uma coisa. Se serão seis peças alguém ainda deve morrer para que possamos saber onde procurar a última peça desse jogo. - Disse Haravena.
Ramalho diferente do outro investigador se mostrou otimista.
- Pode ser que com cinco peças na mão a gente consiga saber onde vai estar a próxima vítima.
A viatura parou em frente ao prédio e os policiais foram falar com o porteiro.