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"Olá...
Eu não sei como deveria começar e nem por onde começar. Meus pais me deixaram aqui e não dão a mínima. Tinha que ver a cara deles quando descobriram que sou ninfomaníaca.
Você foi o mais surpreso, não é, seu velho? Seu escroto. A culpa disso é de quem mesmo?
Aliás, já tem quase dois anos que não vejo meu pai e espero não vê-lo nunca mais, não sinto a mínima falta. E minha mãe só vem pra deixar bem claro que eu não tenho importância pra ela pois meu irmão é o orgulho deles dois.
Ela gosta de esfregar as conquistas do meu irmão na minha cara, o tempo todo. Como se ele fosse um santo mas mal sabe ela que é um drogado de merda."
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"O filhinho perfeito, o preferido, o santo.
Querida, mamãe... a senhora já sabia que eu flagrei meu querido irmão cheirando uma carreira de cocaína, bêbado e engolindo pílulas que eu não faço ideia pra que serviam?! Sim, ele é um viciado. Mas como ele é um advogado de sucesso, vamos fingir que ele não recebe suborno dos bandidos que ele defende, não é mesmo?!
Desde que ele tenha um casamento instável e te dê mais netos, está tudo bem.
Meus sobrinhos... meus próprios sobrinhos cresceram acreditando que eu sou uma louca, graças a você. Muito obrigada, mamãe. Espero que esteja satisfeita por falar pra duas crianças inocentes que eu sou uma louca."
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"Oi, sou eu de novo. Estou me esforçando pra pôr as coisas pra fora. Esse diário é como um amigo... um amigo que eu nunca tive.
Quando se cresce numa família tão rica como a minha, tudo é interesse. Tudo é falso e monótono. Não existe sinceridade. Não existe amor ou empatia. Não existe amizade. Muito menos um colo pra chorar.
Eu não podia fazer nada além do que haviam planejado pra mim, eu não tinha controle de nenhum horário do meu dia. Tudo era meticulosamente planejado pela minha mãe. Desde a hora que eu acordava, até a hora de dormir.
As criadas da casa tinham medo dos meus pais. E tentavam fazer tudo direito pra não serem demitidas pelo mínimo erro... como derramar um pouco de sopa enquanto nos serviam, ou por me verem brincando.
Eu não podia brincar com as filhas das criadas, por que elas eram inferiores a nós. Você vivia dizendo isso pra mim. Mas eu só queria uma amiga pra brincar de boneca.
Mas eu? Eu não podia brincar. Isso era um absurdo. Existiam coisas mais importantes no mundo do que brincar!
Eu precisava praticar etiqueta. Tinha que aprender como caminhar, como sentar, como comer e outras chatices que não servem pra porcaria nenhuma e não somam em nada na vida de ninguém. Pra que eu tenho que aprender que existem 7 tipos de garfos diferentes se todos tem a mesma função?
...
Eu não podia brincar, quando era mais nova. Meus horários sempre eram tão puxados, e eu tinha que ter a educação perfeita. Postura perfeita. Corpo perfeito. Nenhuma gordurinha a mais, ou... nada de comida.
Não faço ideia do motivo de eu ser tão problemática, sabe? Realmente, não faço ideia, mamãe.
Ahn, é mesmo. Lembrei do dia que você deu um tapa na cara da empregada que me serviu o jantar escondido de você por que eu havia engordado 200g. São 200g, apenas. Qual o seu problema? Eu estava há quase dois dias sem comer nada sólido e havia desmaiado na escola.
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Touch of My Hand (Mimin)
FanfictionMiyeon vinha de uma família tradicional e muito influente, desde criança ela fora criada pra ser uma dama. O maior desejo de seu pai era que ela se casasse com um homem rico e importante, mas Miyeon não queria nada disso. Desde muito jovem, ela esco...