Sonhos e Conselhos

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   Eu estava em um jardim florido, cheio de rosas, parecia o paraíso. Tinha um cheiro doce no ar e uma brisa suave. Era realmente um paraíso.
- meu amor.....quanto tempo não te vejo. - minha mãe surgiu atrás de mim. Ela usava um vestido branco, o cabelo longo e ondulado estava adornado com uma coroa de flores. Os olhos dela estavam cheios de lágrimas - Você já é uma mulher feita.
   A abracei angustiada. Pude sentir o seu calor :
- por favor fique comigo. Sinto sua falta, mãe.
Ela beijou minha testa:
- sempre estive com você, mesmo que não pudesse me ver.
Depois de um tempo ela trouxe duas taças cheias de um líquido rosa:
- Pude ver a confusão que você causou lá embaixo.
Me senti culpada.
- fiz tudo errado, não devia ter mexido com magia....sou um desgosto pra senhora.
Ela pegou em minha mão:
- Claro que não. Isso de alguma forma estava destinado a acontecer. Já se perguntou de onde vem todo o seu amor por magia?
  Fiquei confusa, havia mais coisa que eu não sabia:
- Não.
- Eu também era feiticeira....
  Um choque tomou conta do meu cérebro, senti uma paz interior nas palavras dela. Mamãe continuou:
- meus pais trabalhavam com ervas do campo, aprendi tudo com eles e ver você carregando essa herança traz uma felicidade imensa no meu peito. Só lamento que o seu pai pense ao contrário de mim, mas ele tem os motivos dele.
   Olhei pro rosto dela atordoada:
- tudo por causa da Morgana e do mal que ela fez a senhora.
   Ela ficou triste depois que toquei nesse ponto:
- A história não é assim. Eu e seu pai fomos covardes com a Morgi, ela teve os motivos dela. Não tenha rancor da sua madrinha.
   Minha alma revirou amargamente. Até após a morte minha mãe sempre foi bondosa e correra.
- ela é minha madrinha?
- Sim. Ela gosta muito de você.
- Duvido.
Minha mãe me ofereceu uma taça de licor:
- Não haja com soberba e indiferença com ela.
   O liquido da taça era doce igual a mel e saciava a sede como água, fiquei maravilhada. Minha mãe percebeu:
- Licor de romã. A bebida mais doce que já bebi. Seu pai comprava pra gente beber.
  Senti um nó na garganta:
- ele sente sua falta.
A voz dela se carregou de melancolia:
- posso imaginar. Aniel parece encolhido em suas próprias entranhas, sempre rígido, não perdoava os erros de ninguém, nem os dele próprio. Contudo, ele a alma mais dócil que já conheci. Me fez feliz enquanto pode.
- Sei disso, são 20 anos convivendo com ele.
Ela acariciou meu rosto:
- Você é igualzinha a ele.
-Jura?Por que todos dizem que sou a sua cópia.
Ela sorriu:
- de aparência você realmente parece comigo , mas eu falo da teimosia, da determinação e da rigidez que você puxou do seu pai. Não há o que tirar, são os dois a mesma pessoa.
   De repente tudo se conturbou. Minha mãe começou a ficar nervosa:
- Catarina, você precisa ir agora.
A abracei forte:
- Quero que venha comigo.
Ela me abraçou mais forte ainda:
- Não posso. Meu lugar é aqui.....mas acredite, daqui vejo você e posso sentir seu coração. Estarei sempre presente, mesmo que você não possa me ver.
  Senti uma lagrima rolar no meu rosto:
- amo você, mãe.
- também te amo, minha querida.
De repente tudo ficou escuro. Ouvi minha mãe falar:
- Catarina, acorda.

- Catarina, acorda!
Anelar pulou na cama onde eu estava.

Catarina - 𝕽𝖔𝖒𝖆𝖓𝖈𝖊 𝖒𝖊𝖉𝖎𝖊𝖛𝖆𝖑 𝖊 𝖋𝖆𝖓𝖙𝖆𝖘𝖎𝖆 Onde histórias criam vida. Descubra agora