O encanto da Sereia

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   Já era de noite quando Thean escondeu a carroça entre os pinheiros da estrada e desceu para o rio. Aproveitei para estudar melhor sobre como iria desfazer o feitiço e convenhamos: não iria ser nada fácil. Pûs o livro no colo e comecei a ler:

" Em meio a névoa de uma lua cheia deve estar a postos o livro na página do feitiço o qual deseja desfazer, além de todos os materiais utilizados para realizar tal. A pessoa que realizará o desmanche de todo o feitio deverá ser obrigatoriamente a mesma que o lançou. Não se deve ter crianças ou animais por perto, pois são seres esponja, podendo absorver os malefícios que só a magia pode causar. Em casos de ter invocado quaisquer seres mágicos - elementais ou submundanos - os mesmos deverão estar presentes. "

As flores de hibisco servirão para atrair as sombras e quando estiverem em fim a minha frente, golpearei o lider deles, fazendo com que se amedrontem. No momento em que a luz da lua se projetar sobre as páginas do livro e sob o rubi tudo voltará ao normal e minha alma enfim terá paz.

   Thean estava demorando muito, já havia se passado quase 1 hora que ele havia descido para o rio. Coloquei um cobertor macio sob Anelar e me certifiquei que ele estava "bem" para poder descer pro rio. Mas antes, gritei para que o guerreiro soubesse que eu estava me aproximando:
- Que demora! Tá tudo bem ai?
   Me deparei com ele petrificado a beira da praia, olhando para uma criatura dentro da água. Era uma sereia. Não pude observar seu rosto por que as sombras da lua o cobria, mas ao observar a silhueta daquele ser e ao ouvir ela cantar tive certeza. Peguei algodão na minha bolsa e coloquei nos meus ouvidos, mas Thean já estava enfeitiçado. Ele caminhava em direção a água.
- Thean, pelo amor dos Deuses, reage. Me escuta - tentei segura-lo, mas ele era muito mais forte que eu.
    Precisava procurar uma forma de tirar a atenção dele da sereia que continuava cantando no meio do rio. Respirei fundo já sabendo o que iria fazer.
   O beijei apressada, ele estava quase pondo os pés dentro da água. No começo achei estranho, ele estava inerte, não esboçava reação, além de estar gelado como um cubo de gelo e o vento forte não ajudava muito. Senti as cicatrizes dos braços dele na ponta dos meus dedos e o calor retornar ao seu corpo . Quando ele retribuiu o beijo tive certeza que já havia recobrado a consciência, então o larguei.
- Você quase vira almoço de tritão! Fora que eu te avisei que aqui tinha sereias. Tenha mais cuidado.
Ele deu um sorriso de canto:
- você me beijou.....
Senti minha cara arder de vergonha:
- Foi a única forma de tirar sua atenção do canto da sereia. Acredite, era isso ou você estaria morto agora.
Thean me encarava com aqueles olhos verdes mais brilhantes do que nunca:
- Se soubesse que você iria me beijar eu teria me deixado ser encantado muito antes.
  Revirei os olhos e sai apressada:
- Tenha santa paciência!
   Voltei para a carroça e guardei meus livros e porções dentro da bolsa. Tratei de dormir pois o dia seguinte seria longo.

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⏰ Última atualização: Aug 29, 2023 ⏰

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Catarina - 𝕽𝖔𝖒𝖆𝖓𝖈𝖊 𝖒𝖊𝖉𝖎𝖊𝖛𝖆𝖑 𝖊 𝖋𝖆𝖓𝖙𝖆𝖘𝖎𝖆 Onde histórias criam vida. Descubra agora