Mudança.

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O fim de semana passou rápido para os dois adolescentes que recém acabaram de construir um laço. Keiko chamou as amigas para ir ao cinema e Ren ajudou sua mãe com as tarefas domésticas e jogou videogame. Keiko chamou Ren para conversar no LINE nos dois dias do fim de semana, mas a conversa era sempre curta, e acabava com o Ren mentindo para Keiko, dizendo que o mesmo estava bem.

Segunda-feira chegou e as atividades dos clubes iriam começar. Keiko nem estava mais se importando para as atividades do clube, e seu objetivo falhou.

Ela queria ficar junto ao Ren.

Keiko cumprimentou suas amigas na entrada da escola e se direcionou para a sala que sempre foi a mesma: agitada nos intervalos e atenciosa durante a aula.

Após meio período escolar, o professor anunciou que as atividades dos clubes iriam começar naquela mesma tarde. O sinal tocou, os alunos almoçaram, e Keiko se direcionou para a sala do Clube de Jornalismo.

A função do Clube de Jornalismo era, eventualmente, entrevistar alunos das diversas classes que a escola possuía e publicar novidades a respeito das regras, atividades e descobertas da escola. Os participantes do clube podem tirar fotos e publica-las no site da escola ou nos murais espalhados pela edificação inteira.

A sala do Clube de Jornalismo parecia um deserto. Não havia uma mosca sequer na sala. Tudo presente naquele ambiente era um computador, uma impressora, folhas A4, um porta-lápis, armários com diversos documentos e publicações antigas feitas por turmas anteriores do clube e uma câmera que se encontrava dentro do armário.

Keiko suspirou.

Agora, quem estava sozinha era ela.

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O clube que Ren participaria seria o de Fotografia. A função do Clube de Fotografia é registrar as mais diversas situações que ocorrem dentro da escola e mostrar as fotografias exibindo-as no mural. O Clube de Fotografia ajuda diretamente o Clube de Jornalismo.

Mas algo parecia errado. Algo estava estranho no Clube de Ren.

Algo faltava.

Ren percebeu o que lhe incomodava, e foi para a sala dos professores. Ao chegar na sala, uma moça, que aparentava ter uns 45 anos, de cabelos grisalhos e com um óculos grande o atendeu:

— Olá! Como eu posso te ajudar? — disse, gentilmente.

— Eu... — começou Ren. — Eu quero...

— Você quer...?

— Eu quero falar com o diretor, por favor. — disse Ren, diretamente.

— Bem, para isso você só precisa ir na sala ao lado. — respondeu a moça, apontando para a direção.

Ren não agradeceu a moça, que ficou um pouco surpresa, mas ignorou. Ele se dirigiu a suposta sala do diretor e bateu na porta, que se abriu após uns segundos.

E lá estava Hidetaka. O diretor da escola. Em frente aos seus olhos.

— Aconteceu algo? — perguntou o diretor, preocupado.

— Eu quero te pedir uma coisa. — disse Ren em seguida.

— Bem, sente-se, por favor. — convidou o diretor. Ren o obedeceu, se sentando na cadeira oposta a cadeira de Hidetaka, que logo foi ocupada pelo mesmo.

— Quer um pouco de chá ou café? — ofereceu Hidetaka.

Ren fez que não com a cabeça.

— Bem... qual o motivo de você estar aqui?

— Eu quero mudar de clube.

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