A Tentação

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Mas há coisas sobre mim que você simplesmente não sabe

Se eu te dissesse onde eu estava
Você ainda me chamaria querido?
E se eu te contasse tudo
Você me chamaria de louco?

Dark Star

Jaymes Young

Marlon Galvani

Quando a porta do escritório se fecha jogo a minha coluna no encosto da cadeira, desfrouxo o nó da gravata que parece me enforcar, estou inquieto, tento controlar o meu corpo, essa garota jovem demais de olhos verdes cruéis está fodendo com o meu autocontrole.

Acreditei que pela pouca idade não ficaria tão ligado na garota, mas nosso beijo continha tanta necessidade, tesão reprimido, volúpia, algo realmente explosivo, mas será apenas isso, sexo gostoso, nada mais que isso, não podemos ultrapassar essa barreira e me certificarei em deixá-la consciente.

Paola é o tipo de mulher que me intriga, tão oposta a todas que já passaram pela minha vida, com ela é olho por olho, dente por dente.

Enquanto eu apertava as suas coxas ela arranhava com toda a sua força as minhas costas, quando chupava os seus lábios ela ia mais forte sugando a minha língua, não há meio termo, juntos somos pura violência, dois animais e isso me dá indícios que na cama seremos completamente explosivos.

Se o meu celular não tocasse certamente eu teria passado por cima das ordens médicas dadas pela minha prima e estaríamos agora mesmo fodendo em cima de um contrato referente a um acordo com o governo federal que gira em torno de milhões de reais.

Dois toques na porta deixam-me apreensivo, mas assim que a pessoa espera pela minha resposta eu já sei que não é ela, Paola é tão impetuosa que sequer espera a minha ordem para infiltrar-se no meu escritório.

— Entra!

— Licença, o jantar já está sendo servido.

— Obrigado por avisar, Jane.

Ignoro os toques incessantes em meu celular com as mensagens da minha assistente pessoal sobre a minha agenda e o desligo para fugir das incessantes perguntas muito pessoais de Amanda acerca de Paola e nosso acordo.

Levanto-me e caminho até a sala de jantar onde encontro o meu avô sentado à cabeceira da mesa, Gonçalo Galvani sempre é pontual com as refeições, meu avô defende que para tudo na vida é necessário rotina.

Paola está sentada em sua esquerda, e sento-me de frente para ela onde já possui a mesa posta bem colocada, em tons de azul turquesa, guardanapos e louças com desenhos gregos, gosto de uma mesa atrativa.

Percebo que Paola estala os dedos, passa as mãos tentando abaixar os cachos dos cabelos como se não soubesse o que fazer com as mãos, já senti o quão expressiva é, mesmo que nem perceba, é algo inconsciente, sua comunicação não verbal é incontundente, reparo no silêncio totalmente desconfortável ao meu redor, a tensão a mesa é palpável.

— Frango grelhado de novo, Jane?!

— O seu filho que recomendou, senhor Gonçalo, ele perguntou se o senhor estava seguindo a dieta à risca e eu neguei, tinha que dizer a verdade. E então ele me ordenou que voltasse imediatamente com a dieta.

— Não suporto mais comer salada. — Sua careta de insatisfação quase me faz rir, e então os olhos azuis encaram-me, as vezes me pergunto se o meu pai se pareceria com ele fisicamente na velhice, e me dói sentir a falta do que nem mesmo vivemos. — E então, Marlon, temos uma convidada? — Indaga olhando para a Paola.

(DEGUSTAÇÃO)ASSINADO, MINHA: Um Herdeiro Por ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora