Cassandra Monteiro nunca se encaixou no mundo real e todos os adultos a sua volta acreditavam que as coisas estranhas que lhe aconteciam era por causa da sua imaginação fértil e o fato de ter sido enviada a um orfanato quando ainda era um bebê, como...
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━MEMÓRIAS PÓSTUMAS ━
O mundo fora das lembranças de Ilarya estava ao anoitecer. Cassandra ainda não entendia direito como havia ficado presa naquela lembrança durante tanto tempo, mas estava agradecia por aquela distração afastar da sua cabeça as perguntas que pediam por uma explicação racional para os eventos daquele dia.
Não que ela conseguisse explicar racionalmente como que magia, vampiros, lobisomens e fadas existissem. Apenas queria chegar em casa para voltar a abrir aquelas lembranças e mergulhar naquele mundo e na vida de Ilarya — sua mãe, a rainha.
— Princesa! — Alguém a chamou.
Estava descendo a majestosa escadaria de fora quando Rufus apareceu ao seu lado. Os longos cabelos pretos estavam amarrados e usava o característico sobretudo de couro, o peitoral a mostra era tão branco quanto a lua.
— Vamos acompanha-la até em casa. — Ele deu um sorriso afiado. Era um rapaz bem animado e bastante jovial para alguém de duzentos anos.
— Vamos? — Perguntou ela olhando ao redor, não havia ninguém além deles ali.
A porta atrás deles bateu.
— Arabelle ficou com medo de você ser atacada. — Disse Melinda, batendo os pés enquanto andava.
— Ela é assim sempre? — Cassandra sussurrou para o rapaz.
— Escuta humanazinha, se você quer falar alguma coisa. — Melinda sibilou. — Fala na minha cara.
Cassandra assentiu.
— Você é mal-humorada e carrancuda. — Declarou e ouviu o riso sufocado de Rufus ao lado. — Não iria te matar ser gentil.
— Me matar não vai. — Concordou Melinda. — mas talvez eu mate você se continuar enchendo a minha paciência.
Rufus se apertou entre as duas garotas.
— Então, princesa...
— Não me chame assim, meu nome é Cassandra. — Cortou ela, a rosto tão sério quanto o de Melinda.
— Mas é o que você é.
— Não me importa. — Disparou. — Vamos apenas ficar calados.
Melinda engasgou um riso ao lado dela.
— Eu não acho que Rufus vai conseguir.
Cassandra riu e Melinda a acompanhou na risada. Rufus no entanto, expressou a sua melhor cara de magoado.
