Cassandra Monteiro nunca se encaixou no mundo real e todos os adultos a sua volta acreditavam que as coisas estranhas que lhe aconteciam era por causa da sua imaginação fértil e o fato de ter sido enviada a um orfanato quando ainda era um bebê, como...
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━MANSÃO DOS REFUGIADOS ━
A sensação da lâmina fria contra a pele não era algo novo para Arabelle, já estava acostumada a ser ameaçada e encurralada.
— Identifique-se. — Disse uma mulher. Ela segurava a espada contra a garganta de Arabelle, afundando o suficiente para fazer algumas gotas de sangue escaparem pela curva do pescoço antes da ferida se curar.
A mulher era jovem, de queixo pontudo e maças do rosto angulosas, quase tão afiadas quanto a lamina que segurava, os olhos eram cinza e severos por baixo de longos cílios. Os brilhantes cabelos pretos estavam trançados no topo da cabeça e se dividiam em duas pontas soltas de cachos abertos. Sob a pele negra do pescoço da garota, arabescos e riscos se pintavam em branco; tatuagens que se pareciam com ganhos de arvores e algumas pétalas soltas que se estendiam até as orelhas: longas e pontudas.
Ela era uma fada. Um ser lindo e letal.
Sua calça preta era justa, feita de couro, arranhada e gasta, sem brilho e se agarravam as pernas torneadas da garota a cada movimento. A blusa também era do mesmo material e com longas mangas que com certeza cobriam o restante da tatuagem. Na cintura estava preso um boldrié com laminas, algumas adagas e o espaço vazio daquela que ela erguia para Arabelle.
— Eu disse...
— Eu ouvi. — Arabelle a fuzilou com os olhos. Que audácia daquela garota encurrala-la assim. — Vou falar apenas com Dallas Conan.
— Não é assim que as coisas funcionam. Você fala comigo e eu decido se pode vê-lo.
Arabelle deu um rosnado baixo.
— Vai pro inferno!
A garota a agarrou antes que Arabelle desse um passo para frente, batendo sua cabeça contra o batente da porta, a lamina afiada em sua bochecha agora.
— Vamos tentar novamente. — A garota disse firme. A sua força, Arabelle notou, era demais para que pudesse se soltar. Mas como? Ela era apenas uma fada, pensou, eles não são mais fortes que minha espécie. — Identifique-se.
— Melinda! — Chamou um homem atravessando o salão. — Seja gentil. — Pediu, sentando-se no corrimão da grande escadaria.
Era um homem pálido de cabelos pretos lisos e longos, usava uma calça jeans rasgada e manchada — talvez fosse tinta? —, um sobretudo justo de couro preto que ia até os pés descalços. O peitoral amostra parecia ter sido esculpido em mármore. Ele não havia mudado nada em todos os anos que Arabelle estivera fora.