━ CAPÍTULO TRÊS ━

244 36 583
                                    

☾               ✰

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

⭑     .     ⭒ *    .        ♛      * ⭒  .  ⭒      .     

.            * ⭒        ⭒ *              .

MANSÃO DOS REFUGIADOS

A sensação da lâmina fria contra a pele não era algo novo para Arabelle, já estava acostumada a ser ameaçada e encurralada.

— Identifique-se. — Disse uma mulher. Ela segurava a espada contra a garganta de Arabelle, afundando o suficiente para fazer algumas gotas de sangue escaparem pela curva do pescoço antes da ferida se curar.

A mulher era jovem, de queixo pontudo e maças do rosto angulosas, quase tão afiadas quanto a lamina que segurava, os olhos eram cinza e severos por baixo de longos cílios. Os brilhantes cabelos pretos estavam trançados no topo da cabeça e se dividiam em duas pontas soltas de cachos abertos. Sob a pele negra do pescoço da garota, arabescos e riscos se pintavam em branco; tatuagens que se pareciam com ganhos de arvores e algumas pétalas soltas que se estendiam até as orelhas: longas e pontudas.

Ela era uma fada. Um ser lindo e letal.

Sua calça preta era justa, feita de couro, arranhada e gasta, sem brilho e se agarravam as pernas torneadas da garota a cada movimento. A blusa também era do mesmo material e com longas mangas que com certeza cobriam o restante da tatuagem. Na cintura estava preso um boldrié com laminas, algumas adagas e o espaço vazio daquela que ela erguia para Arabelle.

— Eu disse...

— Eu ouvi. — Arabelle a fuzilou com os olhos. Que audácia daquela garota encurrala-la assim. — Vou falar apenas com Dallas Conan.

— Não é assim que as coisas funcionam.  Você fala comigo e eu decido se pode vê-lo.

Arabelle deu um rosnado baixo.

— Vai pro inferno!

A garota a agarrou antes que Arabelle desse um passo para frente, batendo sua cabeça contra o batente da porta, a lamina afiada em sua bochecha agora.

— Vamos tentar novamente. — A garota disse firme. A sua força, Arabelle notou, era demais para que pudesse se soltar. Mas como? Ela era apenas uma fada, pensou, eles não são mais fortes que minha espécie. — Identifique-se.

— Melinda! — Chamou um homem atravessando o salão. — Seja gentil. — Pediu, sentando-se no corrimão da grande escadaria.

Era um homem pálido de cabelos pretos lisos e longos, usava uma calça jeans rasgada e manchada — talvez fosse tinta? —, um sobretudo justo de couro preto que ia até os pés descalços. O peitoral amostra parecia ter sido esculpido em mármore. Ele não havia mudado nada em todos os anos que Arabelle estivera fora. 

A herdeira perdida - As crônicas de TênaxOnde histórias criam vida. Descubra agora